domingo, 30 de dezembro de 2012

QUANDO DEUS JULGA AS NAÇÕES - III

QUANDO DEUS JULGA AS NAÇÕES - III


TEXTO BASE JOEL 3: 1 = 21

Os homens sempre escarneceram da idéia do juízo.

Neste capítulo final, Joel vai tratar do grande tema do livro:

O Dia do Senhor.

Como um fotógrafo, Joel utiliza uma lente de grande abertura para o quadro geral de 2: 30 -32.

Então, no capítulo 3, ele usa uma lente de aproximação para observar mais de perto o Dia do Senhor, com sua mistura de juízo e graça.

Esse dia será de glória para o povo de Deus e juízo inevitável para os ímpios.
Será dia de luz para uns e trevas para outros.

Aqueles que perseguiram e pisaram o povo de Deus enfrentarão a ira do Deus Todo-poderoso.

Enquanto Deus mudará a sorte do seu povo (3: 1), despejará o mal feito dos ímpios sobre sua própria cabeça (3: 4,7).

O texto em tela pode ser sintetizado, segundo Warren Wiersbe, em quatro grandes tópicos: 

1) A corte – Nos últimos dias, Deus convocará as nações para a corte suprema e as julgará pelos pecados cometidos contra seu povo (3: 1 =8);

2) A colheita – Deus chamará as nações para uma guerra santa e nessa peleja meterá a foice para ceifar os ímpios que estarão maduros para o juízo, ao mesmo tempo em que poupará seu povo gloriosamente (3: 9 =13);

3) A tempestade – As nações sentirão a ira de Deus, mas ele cuidará do seu povo e o protegerá. (3: 14 =17);

4) O jardim – O livro de Joel inicia com seca e fome, mas termina com a descrição de uma terra que jorra vinho e leite. Deus perdoará graciosamente seu povo e habitará com ele. Deus dará a seu povo um novo começo (3: 18 =21).

Vejamos esses quatro pontos.

Iª A CORTE - DEUS ENTRA EM JUÍZO COM OS ÍMPIOS (3: 1-8)

Toda a ação está nas mãos de Deus.

É ele quem muda a sorte do seu povo (3: 1) e também quem convoca os ímpios para o juízo (3: 2).

Quem está assentado no trono é aquele que controla o universo.

Os ímpios sempre pensaram que estavam no controle, mas no dia do juízo saberão que Deus é quem governa o mundo e o levará a juízo.

David Hubbard diz que é impossível fazer o resgate derradeiro do povo de Deus sem que haja um dia de acerto de contas para seus inimigos que, tanto contribuíram para seu sofrimento.

Antes do povo de Deus ser exaltado, seus inimigos serão fragorosamente derrotados.

No tribunal de Cristo haverá livramento para uns e condenação para outros.
Algumas verdades devem ser destacadas:

1ª A acusação é formalizada (3: 2,3)

Deus não apenas convoca as nações para o juízo, mas também constitui o tribunal.

Ele não apenas é o promotor de acusação, mas também o juiz que lavra a sentença.

Quais são os pecados denunciados nesse tribunal?

Em primeiro lugar, os ímpios repartiram a terra do povo de Deus entre si (3: 2).
“... repartiram a minha terra entre si”.

Aquela terra tinha sido dada por Deus ao seu povo, mas os invasores se apossaram dela e a repartiram entre si.

Eles violaram o direito de posse. Eles transgrediram o oitavo mandamento: “Não furtarás” (Ex 20: 15).

Eles agiram com crueldade, saqueando bens e terras que não lhes pertencia.
Em segundo lugar, os ímpios dispersaram o povo de Deus (3: 2).

 “... Israel, a quem eles espalharam por entre os povos...”.

O povo judeu não foi apenas privado da posse de sua terra, mas também expulso dela.

Eles foram banidos e dispersos por entre os povos.

Os judeus enfrentaram a crueldade da diáspora.

Viveram o drama do cativeiro em terra estranha.

Foram tratados como brutal desumanidade.

Warren Wiersbe descreve esses fatos, assim:

Não há povo que tenha sofrido tanto nas mãos de outros homens como os judeus.

O Faraó tentou afogar o povo de Israel, mas, em vez disso, seu próprio exército foi afogado por Deus.

Balaão tentou amaldiçoar os hebreus, mas Deus transformou sua maldição numa bênção.

Os assírios e babilônios capturaram os judeus e levaram-nos para o exílio, mas esses dois reinos poderosos não existem mais, enquanto os judeus ainda estão em nosso meio.

Hamã tentou exterminar os judeus, mas ele e seus filhos acabaram enforcados.

Nabucudonosor colocou três judeus numa fornalha de fogo, mas descobriu que Deus estava com eles e os livrou.

O povo de Deus ao longo dos séculos tem sido perseguido pelo mundo.

Os discípulos de Cristo foram perseguidos e tiveram que fugir de cidade em cidade.
Os cristãos primitivos foram banidos e dispersos pelos antros da terra.

Os cristãos foram espoliados de seus bens, presos, torturados e mortos com brutal crueldade.

Porém, esses crimes jamais ficarão impunes.

Em terceiro lugar, os ímpios mercadejaram o povo de Deus (3: 3,6).

“Lançaram sortes sobre o meu povo, e deram meninos por meretrizes, e venderam meninas por vinho, que beberam”. Oscar Reed está certo quando diz que os inimigos de Israel não mostraram consideração pelos seus cativos.

O povo de Deus foi tratado como mercadoria barata e vendido como escravo.

Não apenas cometeram o grave pecado do tráfico humano, mas também praticaram um comércio aviltante, trocando meninos por meretrizes para sua diversão carnal e vendendo meninas por vinho, para se embebedarem.

Os profetas Amós e Naum, de igual forma, condenaram severamente o tráfico de vidas humanas (Am 8: 6; Na 3: 10).

Na verdade, pouca coisa irrita mais a Deus do que a desumanidade.

Por preços irrisórios, pessoas foram permutadas como se fossem mercadorias (Am 2: 6; 8.6) a troco de um momento de prazer, uma noite com meretrizes ou um odre de vinho.

O profeta Joel denuncia o fato dos judeus terem sido vendidos aos gregos para os apartarem para longe da sua terra (3: 6). Não apenas os venderam, mas os venderam com a intenção de que jamais pudessem retornar à sua terra.

 Venderam-nos com intenção maliciosa.

O profeta Jeremias descreve essa mesma cena, falando sobre os babilônios: “vos alegrais e exultais, ó saqueadores da minha herança, saltais como bezerros na relva e rinchais como cavalos fogosos” (Jr 50.11).

A. R. Crabtree está com a razão quando afirma que as injustiças praticadas contra o homem são pecados contra Deus. 

Aquele que despreza os direitos do homem mostra, ao mesmo tempo, o seu desprezo pela justiça divina e escárnio para com o Deus de amor.

Em quarto lugar, os ímpios saquearam a Casa de Deus (3: 5).

“Visto que levastes a minha prata e o meu ouro...”. Os inimigos de Judá não apenas lotearam sua terra, dispersaram e venderam o povo como escravo, mas também roubaram e saquearam o seu templo, apropriando-se indebitamente de seu ouro e de sua prata (Dn 5.1 =4).

Em quinto lugar, os ímpios profanaram a Casa de Deus (3: 5).

“... e as minhas jóias preciosas metestes nos vossos templos”.

Os invasores não se contentaram em apenas roubar a Casa de Deus, mas também levaram esses tesouros do templo para seus templos pagãos, profanando, assim, esses objetos, o culto e o próprio Deus (Dn 1: 2).

2ª O juiz é apresentado (3: 1 =6)

Deus é o agente da ação o tempo todo. O Senhor dirigirá um tribunal de justiça para julgar as nações pelas injustiças que tinham praticado contra o seu povo, a sua herança.

É Deus quem convoca as nações para o juízo.

É Deus quem as denuncia, julga e condena.

É Deus quem marca o tempo e o lugar do julgamento.

É Deus quem formaliza a acusação, fundamenta o libelo acusatório e pronuncia a sentença.

David Hubbard diz que o próprio Senhor fará uma acusação, na qualidade de promotor, e também dará o veredicto, na qualidade de juiz.

Vejamos alguns pontos importantes:

Em primeiro lugar, a tempo do julgamento é definido (3: 1,2).

 “Eis que naqueles dias e naquele tempo, em que mudarei a sorte de Judá e de Jerusalém, congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali entrarei em juízo contra elas...”.

Nós não sabemos os tempos e as épocas, mas esse Dia está imutavelmente estabelecido na agenda e no propósito de Deus.

Esse será o tempo do fim, será o grande dia do juízo, quando o Senhor Jesus, vindo na sua glória, assentar-se-á em seu trono e passará a julgar as nações (Mt 25: 31 =46).

Em segundo lugar, o lugar do julgamento é definido (3: 2). “... e as farei descer ao vale de Josafá...”.

Embora o vale de Josafá seja um ponto geográfico específico, na cidade de Jerusalém, penso que a melhor interpretação é considerar esse lugar figuradamente.

Esse é o único lugar na Bíblia que se menciona, o Vale de Josafá. Esse vale fica entre Jerusalém e o Monte das Oliveiras, conhecido no Novo Testamento como o Vale de Cedrom.

Warren Wiersbe está correto quando diz que o nome “vale de Josafá” pode muito bem ser simbólico, uma vez que “Josafá” significa “o Senhor julga”.

Concordo com David Hubbard quando diz que a ênfase recai sobre o caráter legal do juízo, não sobre a localização geográfica.

O lugar do juízo é cósmico. Ele apenas indica que aquele que está assentado no trono é o juiz de vivos e de mortos e que ninguém escapará do seu juízo.

João Calvino, por sua vez, entende que a menção do vale de Josafá enfatiza mais o livramento do povo de Deus do que a condenação dos ímpios.

Em terceiro lugar, a razão do julgamento é definida (3: 2).

“... ali entrarei em juízo contra elas por causa do meu povo e da minha herança...”.

O povo de Judá havia pecado contra Deus, mas ainda era o povo da aliança.
Deus disciplina seu povo, mas não o rejeita.

Os invasores agiram com crueldade e deixaram de aperceber que eles eram apenas a vara da disciplina de Deus para corrigir Judá.

O profeta Joel deixa claro que Judá era o povo de Deus, a sua herança particular (Dt 32: 9).

Quem fere o povo de Deus, toca na menina dos olhos de Deus.

A coisa mais importante para Deus no universo é o seu povo.

3ª O réu é condenado (3: 4 =8)

Todas as nações e todos os homens terão que comparecer perante o tribunal de Cristo (2ª Co 5: 10).

Deus já marcou o dia do juízo e constituiu um juiz que julgará a todos os homens (At 17: 31).

Nesse dia, grandes e pequenos, reis e vassalos, servos e chefes, doutores e analfabetos, religiosos e ateus terão que comparecer diante do grande trono branco (Ap 20: 11 =15).

O juiz virá, então, com grande glória e poder e assentar-se-á em seu trono e passará a julgar as nações (Mt 25: 31 =46). Os livros serão abertos e os homens serão julgados segundo o que tiver escrito nesses livros (Ap 20: 12).

Suas palavras, suas obras, suas omissões e até seus pensamentos secretos os condenarão naquele tribunal.

Nesse dia, os homens desmaiarão de terror.

Aqueles que viveram despercebidos e os que zombaram de Deus e do seu Cristo se encherão de pavor e buscarão a morte, mas não a encontrarão.

Ninguém nem mesmo nenhum lugar do universo poderá escondê-los da face daquele que está assentado no trono.

Os poderosos deste mundo terão que enfrentar a ira do Cordeiro (Ap 6.12 =17).

Algumas verdades solenes devem ser aqui destacadas:

Em primeiro lugar, a sentença é justa (3: 4 =8).

“... farei sem demora cair sobre a vossa cabeça a vossa vingança...” (3: 4,7,8).

O mal feito contra o povo de Deus cairá sobre a cabeça dos malfeitores.

Eles colherão exatamente o que semearam. Eles beberão o refluxo maldito do seu próprio fluxo venenoso.

Eles sorverão o mesmo cálice que deram ao povo de Deus.

Assim como eles venderam os filhos de Judá como mercadoria barata, trocando meninos por meretrizes e meninas por vinho, assim seus filhos também serão vendidos.

O profeta diz em nome do Senhor: “Venderei vossos filhos e vossas filhas aos filhos de Judá, e estes, aos sabeus, a uma nação remota, porque o Senhor o disse” (3: 8).

Em segundo lugar, a sentença é certa (3: 7).

“Eis que eu os suscitarei do lugar para onde os vendestes e farei cair a vossa vingança sobre a vossa própria cabeça”. Deus toma em suas mãos a vingança e reverte a situação.

Traz os judeus dispersos e comercializados de volta à sua terra e dispersa os opressores.

Aqueles que estavam no topo da pirâmide caem vertiginosamente para o abismo e os que estavam prostrados e humilhados são restaurados e levados a uma posição de honra.

Em terceiro lugar, a sentença é rápida (3: 4).

“... farei, sem demora, cair sobre a vossa cabeça, a vossa vingança”. Naquele dia os recursos dos homens sucumbirão. O poder dos poderosos não poderá livrar-lhes.

O dinheiro dos ricos não lhes servirá de garantia.

A ruína dos ímpios será certa e a condenação deles rápida.

Ninguém poderá livrá-los da ira do Cordeiro nem reverter sua sentença inexorável de condenação.

Aqueles que escaparam da justiça dos homens, jamais escaparão da justiça divina.

Aqueles que subornaram juízes e testemunhas e compraram sentenças favoráveis por dinheiro jamais se livrarão do justo e rápido juízo de Deus.


II. A COLHEITA – OS ÍMPIOS SE REÚNEM PARA O JUÍZO FINAL (3: 9 =13)

O próprio juiz está convocando as nações para uma guerra santa (3: 9).

Todos os valentes devem ser suscitados. Todos os recursos da terra devem ser reunidos.

Todas as armas devem ser usadas. Todas as forças devem ser exploradas.

Essa guerra é urgente, universal e medonha. Deus está desafiando todas as nações da terra que se levantaram contra ele e seu povo para essa peleja.

 Esse dia é visto pelo profeta como uma grande colheita.

A Bíblia diz que a ceifa é a consumação do século e os ceifeiros serão os anjos (Mt 13: 39 /24: 31).

O povo de Deus será recolhido como trigo para o celeiro (Mt 24: 31 / Ap 14: 14 =16),

Mas os ímpios serão ceifados como uvas maduras para a lagaragem, onde serão esmagados e pisados sob a justa ira de Deus (Ap 14: 17 =20.).

Algumas verdades precisam ser aqui destacadas:

1ª A guerra santa é declarada (3: 9 =11)

Destacamos algumas lições importantes:

Em primeiro lugar, essa guerra é universal (3: 9).

 “Proclamai isto entre as nações:

“Apregoai guerra santa e suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra”.

O próprio Deus é quem chama as nações para essa batalha. É a batalha final.
É o Armagedom.

Essa guerra é universal porque as nações todas são convocadas.

Essa guerra é retumbante, porque todos os valentes e todos os homens de guerra são intimados.

Todo arsenal da terra estará disponível nessa peleja.

Essa guerra é santa porque nela o próprio Deus julgará o mundo com justiça.

Essa guerra é santa porque nela Deus vingará a causa do seu povo.

Essa guerra é santa porque nela o mal será finalmente desbancado e os inimigos de Deus e do seu povo serão derrotados completamente.

Nessa guerra a única arma usada para derrotar os inimigos é a espada afiada que sai da boca do Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19: 15,16).

Em segundo lugar, essa guerra é encarniçada (3: 10).

“Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras...”.

Os homens transformarão instrumentos de trabalho em armas de guerra.

Eles se armarão até os dentes para essa peleja.

Eles reunirão todos os seus esforços, todas as suas armas, todo o seu arsenal. J. J. Given diz que cada indivíduo nessa grande multidão pensará que sua missão é destruir o povo de Deus, a igreja do Deus Altíssimo, e vê a si mesmo comissionado para esse propósito.

Em terceiro lugar, essa guerra é eletrizante (3: 10b). “... diga o fraco: Eu sou forte”.

Os homens não apenas se reunirão em grandes multidões, fortemente armados, mas, também, buscarão encorajamento dentro de si mesmos.

Charles Feinberg diz que tão grande será o desejo de destruir o povo de Deus que até os fracos se imaginarão fortes.  Os ímpios buscarão qualquer fio de esperança para triunfarem nessa batalha final.

Eles se entusiasmarão com a possibilidade de uma vitória retumbante.

Em quarto lugar, essa guerra é urgente (3: 11).

“Apressai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos...”.
Os povos virão de todos os recantos, de todos os lugares. Será uma guerra mundial.

Será a batalha final. Será uma reunião urgente dos povos na mais fatídica e brutal batalha da história.

2ª O desafiante é apresentado (3: 12)

Três verdades são aqui destacadas:

Em primeiro lugar, os desafiados são identificados (3: 12).

“Levantem-se as nações...”. A guerra santa é declara a todas as nações.

Todos os povos da terra virão para esse combate.

É uma batalha de cunho universal. Todos os ímpios fortalecerão seus braços para essa peleja.

Em segundo lugar, o lugar da batalha é apontado (3: 12).

“... e sigam para o vale de Josafá...”. O vale de Josafá ou vale da Decisão (3: 14)
Não é um lugar onde os ímpios se converterão a Deus, mas o lugar onde Deus despejará sua ira santa sobre os ímpios, impondo-lhes fragorosa derrota e eterna condenação.

Naquele Deus tomará a decisão e não os ímpios.

Em terceiro lugar, o desafiante é revelado (3: 12).

“... porque ali me assentarei para julgar todas as nações em redor”.

O Deus a quem as nações afrontaram serão julgadas e condenadas.

Aquele que julga com justiça é o mesmo que se assenta no trono. Ele é Rei.

Ele é o soberano juiz do universo. Diante dele todos terão que comparecer para serem julgados segundo suas obras.

3ª A condenação é aplicada (3: 13)

Duas verdades são aqui apontadas:

Em primeiro lugar, o tempo da condenação é declarado (3.13). “Lançai a foice, porque está madura a seara...”.

O cálice da ira de Deus está cheio. A medida da transgressão dos povos transbordou.

 A seara está madura para a ceifa.

O juiz se assenta no trono e diz: “Basta, e nenhum dia a mais!”.

Os homens pecam contra Deus e pensam que nada lhes acontecerá.

Eles tentam a Deus e escapam.

Mas, o cálice da ira de Deus está se enchendo. Nesse dia, Deus vindicará sua justiça.

Nesse dia, a porta da graça se fechará e os homens terão que enfrentar a ira daquele que está no trono.

Em segundo lugar, a razão da condenação é exposta (3.13).

“... vinde, pisai, porque o lagar está cheio, os seus compartimentos transbordam, porquanto a sua malícia é grande”.

Os ímpios serão pisados como as uvas maduras num lagar.

O dia do juízo é comparado como uma lagaragem, onde os ímpios serão

 esmagados por causa de sua grande malícia (Ap 14: 17 =20).

Oscar Reed diz que aqui, a colheita madura e os tanques transbordantes indicam o grau de maldade pelo qual as nações serão julgadas.


III. A TEMPESTADE – A CHEGADA DO DIA DO SENHOR (3: 14 =17)

O profeta Joel passa a descrever a solenidade do Dia do Senhor, o grande Dia do juízo.

Nesse Dia, enquanto os ímpios serão condenados, o povo de Deus será liberto.

Deus se apresentará como o terror dos ímpios e como o refúgio do seu povo.

Vejamos essas duas verdades sublimes.

1° A condenação dos ímpios é inexorável (3: 14 =16a).

Algumas verdades solenes são aqui destacadas.

Em primeiro lugar, a condenação dos ímpios é abrangente (3: 14).

“Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o Dia do Senhor está perto, no vale da Decisão”.

As nações todas serão congregadas ao vale da Decisão.

Esse vale não é um ponto geográfico da terra, mas o lugar cósmico onde Deus pronunciará a sentença contra os ímpios. Esse será o grande Dia do Senhor.

Em segundo lugar, a condenação dos ímpios é inescapável (3: 15).

“O sol e a lua se escurecem, e as estrelas retiram seu esplendor”.

Nesse dia, o universo inteiro estará de luto. Os astros não darão sua claridade.

Toda a terra estará em trevas e em convulsão e, as colunas do universo serão abaladas.

Não haverá lugar seguro onde os homens encontrem refúgio ou possam se esconder da ira daquele que se assenta no trono (Ap 6: 12 = 17).

Não somente o sol e a lua não darão sua claridade, num total eclipse, mas também as estrelas retirarão o seu resplendor.

As luzes do céu serão ofuscadas pelo indizível fulgor da glória daquele que se assentará no trono para julgar.

Matthew Henry diz que a glória e o brilho dos astros do firmamento serão eclipsados pelo brilho maior da glória do grande Juiz que aparecerá.  

A condenação dos ímpios será inescapável.

David Hubbard faz uma importante observação:

Os céus escurecidos apontam para a intensidade tremenda e a dimensão cósmica da atividade divina.

Toda a criação – inclusive as fontes fidedignas de luz e referenciais de tempo e orientação – vacila diante disso.

No versículo 16, a ênfase passa da prova visível para a evidência audível da intervenção de Deus.

A voz que trouxe o universo à existência na criação tem o poder de abalá-lo.
Em terceiro lugar, a condenação dos ímpios será terrível (3: 16a).

 “O Senhor brama de Sião e se fará ouvir de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão...”.

Deus se apresenta nesse tribunal como um leão que ruge. Nenhum valente poderá enfrentá-lo.

Ele triunfará sobre seus inimigos.

A Grande Babilônia será destruída (Ap 17: 1; 18: 2).

O falso profeta será derrotado e o anticristo destruído pela manifestação da vinda de Cristo, e ambos, lançados no lago de fogo (Ap 19: 20).

O diabo, o patrono do pecado, será, também, lançado no lago de fogo (Ap 20: 10).

A morte e o inferno igualmente serão lançados no lago de fogo (Ap 20: 14).

E finalmente, os ímpios, ou seja, todos aqueles cujos nomes não forem encontrados no livro da vida, serão de igual forma condenados ao fogo eterno (Ap 20: 15).

Dionísio Pape está correto quando afirma que a crise da humanidade não se resolverá nem pela política internacional nem pelo progresso científico.

O homem precisa buscar a Deus, o Deus de Joel, o Deus da Bíblia.

E segundo o profeta Isaías, deve buscá-lo enquanto se pode achar, e invocá-lo enquanto está perto (Is 55: 6)

2° A libertação do povo de Deus é gloriosa (3: 16b,17)

Três verdades são aqui ressaltadas:

Em primeiro lugar, Deus é o libertador do seu povo (3: 16b).

“... mas o Senhor será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel”.

O universo abalado e os terrores do julgamento serão sucedidos pelo reino que não se abalará, uma vez que Deus será a fortaleza do seu povo e habitará com seu povo, diz James Wolfendale.

O dia do juízo será dia de glória para a igreja.

Ao mesmo tempo em que os ímpios vão ouvir do justo e reto juiz:

“Apartai-vos de mim malditos...” (Mt 25: 41), a igreja ouvirá: “Vinde benditos de meu Pai...” (Mt 25: 34).

Os ímpios não prevalecerão na congregação dos justos, mas serão como a palha que o vento dispersa.
O povo de Deus que foi odiado, perseguido, disperso e mercadejado será poupado, liberto e glorificado naquele grande Dia.

Em segundo lugar, Deus habitará com o seu povo (3: 17).

“Sabereis, assim, que eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, meu santo monte...”. Enquanto os ímpios serão banidos para sempre da face do Senhor (2° Ts 1: 9),

os salvos desfrutarão da eterna presença do Senhor. Deus habitará com eles e eles serão povos de Deus (Ap 21.1-3). Nossa comunhão com Deus, então, será ininterrupta.

O próprio Senhor será o santuário (Ap 21: 22). Hoje ele habita em nós (1° Co 6: 19),

Então, nós habitaremos nele (Ap 21: 22)

Em terceiro lugar, Deus santificará o seu povo (3: 17). “... e Jerusalém será santa...”.

Naquele Dia, receberemos um corpo novo, glorificado, semelhante ao corpo da glória de Cristo (Fp 3: 21).

Nenhuma contaminação entrará na nova Jerusalém (Ap 21: 27).

A igreja será bela por fora (Ap 21.9-11) e bela por dentro (Ap 21.19,20.).

 Ela resplandecerá a glória do Cordeiro e será apresentada a ele como noiva pura, santa e sem mácula (Ap 21.9-11).

Em quarto lugar, Deus protegerá o seu povo (3.17). “... estranhos não passarão mais por ela”.

Os inimigos da igreja jamais poderão roubar essa glória da igreja.

O céu é o nosso destino final e de lá jamais seremos banidos. O inimigo não estará no céu.

O pecado não entrará no céu. O sofrimento não chegará ao céu.

Desfrutaremos das glórias inefáveis da bem-aventurança eterna.


IV. O JARDIM – O MUNDO RESTAURADO DE DEUS (3: 18 =21)

Joel começa o seu livro fazendo uma descrição dramática da assolação da terra de Judá pela invasão dos gafanhotos, onde o Jardim do Éden foi transformado em deserto.

Agora, na restauração de todas as coisas, ele vê os montes e outeiros, os lugares mais áridos da terra, se transformando em pomares frutuosos, em jardins engrinaldados de vida e beleza.

Algumas verdades preciosas podem ser aqui destacadas.

1° Deus restaura a criação (3: 18)

“E há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e os outeiros manarão leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; sairá uma fonte da Casa do Senhor e regará o vale de Sitim”.

Em fascinante linguagem simbólica, Joel descreve o futuro glorioso do povo de Deus.

Não apenas o povo de Deus será remido e glorificado, mas também a criação, que agora, geme sob o cativeiro da corrupção, será glorificada (Rm 8: 21 =25).

Deus transformará não apenas nosso corpo de humilhação em corpo de glória, mas, também, renovará toda a obra da criação. Então, haverá novos céus e nova terra (Ap 21: 1).

2° Deus faz justiça a seu povo (3.19,20)

“O Egito se tornará em desolação, e Edom se fará um deserto abandonado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente, Judá, porém, será habitada para sempre, e Jerusalém, de geração em geração”.

O Egito e Edom são aqui um símbolo de todas as nações hostis e de todos os inimigos do povo de Deus.

Enquanto o povo de Deus é poupado, liberto e glorificado, os seus inimigos são desamparados.

Enquanto o povo de Deus habitará seguro numa terra que jorra vinho e leite, seus inimigos viverão em total desolação.

3° Deus purifica graciosamente o seu povo (3: 21)

“Eu expiarei o sangue dos que não foram expiados...”.

O povo de Deus é aquele cujos pecados foram expiados.

O povo de Deus é aquele que foi lavado no sangue do Cordeiro.

Eles não entrarão na Sião Celestial por seus méritos, mas pelos portais da graça.
A igreja glorificada não é formada por esta ou aquela denominação, mas por todos aqueles que foram comprados e lavados no sangue de Jesus.

O profeta Zacarias diz que “naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza” (Zc 13: 1).

O profeta Ezequiel descreve essa purificação:

Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra.

Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.

Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis (Ez 36: 24 =27).

Essa expressão, “eu expiarei o sangue dos que não foram expiados” é entendida, também, por alguns eruditos, como a aplicação da vingança justa de Deus contra os inimigos que perseguiram e mataram o povo de Deus (Ap 6.10,11).   

Calvino já entende que este texto fala acerca da purificação da maldade do próprio povo de Deus, a fim de que ele possa brilhar em sua presença.

4ª Deus habita eternamente com o seu povo (3: 21b).

“... porque o Senhor habitará em Sião”.

O céu é o trono do grande Rei. É a Casa do Pai. É o paraíso.

É o Jardim do Éden restaurado.

É a Nova Jerusalém, a Cidade Santa, onde o Senhor habitará para sempre com o seu povo.

David Hubbard chega mesmo a afirmar que a característica maior do Dia do Senhor não é a guerra que ele trava contra seus inimigos no vale da Decisão, nem o refrigério que dá a seu povo, mas sua presença renovada, restaurada e permanente com eles.

A profecia de Joel começa com uma tragédia – a invasão dos gafanhotos - mas termina em triunfo, com o reinado do Rei dos reis e Senhor dos senhores.

“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15). Aleluia!

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

UM HOMEM A QUEM DEUS USA- II

UM HOMEM A QUEM DEUS USA- II

TEXTO BASE 2° Rs 17: 1 -10 

1° Nossa nação está vivendo uma profunda crise institucional.

As CPI’s estão abrindo as entranhas infectas das instuituições políticas. 

O parlamento está nu.

O governo cabisbaixo.

A nação está coberta de vexame e opróbrio.

2ª A crise política e moral chegou a níveis insuportáveis. A crise espiritual não é menor.

O enriquecimento ilícito em nome da fé tornou-se notícia quente da imprensa brasileira.

Homens maus escondem-se atrás dos púlpitos e fazem da igreja uma empresa, do púlpito um balcão, do evangelho um produto e dos crentes incautos consumidores.

3. A nação de Israel também estava em crise semelhante. Dos seis reis que haviam precedido a Acabe dois haviam sido assassinados e outro havia se suicidado.

4. Israel teve 19 reis, em 8 dinastias. Nenhum deles andou com Deus.

Acabe é o pior de todos. Se isso não bastasse, ele casou-se com a pior mulher do mundo: assassina, feiticeira e mandona.

Jezabel foi a mulher que disseminou em Israel o culto a baal.

5. É nesse contexto que Deus levanta um homem. Em tempo de crise Deus não levantou uma denominação, um partido, mas um homem.


I. ELIAS DEIBAIXO DOS HOLOFOTES – NA CORTE REAL  (17: 1)

1. Deus levantou Elias, um homem desconhecido, de um lugar desconhecido, para levar uma mensagem ao rei

A mensagem de Elias é urgente, contundente, poderosa. Não vai chover durante três anos e meio, segundo sua palavra. Isso seria quebrar a espinha dorsal da credibilidade de baal.

Deus não precisa de estrelas, ele precisa de homens disponíveis e obedientes.

A origem de Elias é um golpe no orgulho dos poderosos.

Ele vem de Tisbé, um lugar obscuro, desconhecido.

Ele vem de lugar nenhum. É um ilustre desconhecido, sem títulos, sem diplomas na parede.

Ele não é um figurão.

2. Elias associa o ministério da pregação com o ministério da oração

Ele orou com instância para não chover e entregou a mensagem a Acabe.

Quem ora prega com poder. Quem ora prega com eficácia.

Só podemos ter êxito em público, se temos intimidade com Deus em secreto.

Sem oração teremos apenas luz na mente, mas não fogo no coração. Pregação é lógica em fogo e precisa vir de homem que está em fogo. Wesley dizia: “ponha fogo no seu sermão, ou ponha o seu sermão no fogo”.

3. Elias tem autoridade de aparecer na presença dos homens, porque ele anda na presença de Deus

Elias era um homem semelhante a nós: teve medo, sentiu solidão, fugiu, pediu para morrer, ficou deprimido.

Mas Elias também aprendeu a viver na presença de Deus.

A maior necessidade da igreja hoje é de pastores, de homens que vivam na presença de Deus.

A maior necessidade hoje é de homens que conheçam a intimidade de Deus.

Muitos falam sobre Deus, mas não conhecem a Deus. Têm fome de livro, mas não de Deus.

Exemplo: Robert McKeyne – o visitante que foi visitar sua igreja após sua morte e o zelador lhe disse: ore, chore!


II. ELIAS ESCONDIDO DA MULTIDÃO – NO RIBEIRO DE QUERITE (17: 2 =5)

1. Deus trabalha em nós, antes de trabalhar através de nós

Deus tira o profeta do palco, debaixo dos holofotes, debaixo das luzes da ribalta e o envia para o deserto, para a solidão. No deserto Deus nos prova.

Ele nos manda para a solidão do deserto para nos desmamar do mundo.

Deus fez isso com Paulo. Deus o tirou de Jerusalém e o enviou a Tarso, onde ficou dez anos no anonimato.

2. No deserto, precisamos depender mais do provedor do que da provisão

Além de viver na solidão do deserto, Elias devia confiar totalmente em Deus para o seu sustento.

É mais confiar em nós em tempo de fartura. É fácil confiar em Deus quando estamos no palco.

Exemplo: minha experiência nos Estados Unidos.

3. O deserto faz parte do curriculo de Deus para a nossa vida

Foi Deus quem mandou Elias para Querite. O deserto não é um acidente, mas um apontamento.

Deus trabalha em nós, antes de trabalhar através de nós.

Deus está no controle. Ele sabe o que está fazendo.

4. Quando a sua fonte secar, os recursos de Deus continuarão disponíveis para você

Elias estava onde Deus mandou ele estar, no tempo que Deus ordenou, mas a fonte secou.

Mas, quando a fonte seca, Deus sabe onde você está, como está, para onde dever ir e o que deve fazer.

A fonte secou porque Elias estava orando e Deus agindo.

Às vezes a fonte seca na vida, no casamento, nas finanças, na saúde, nos relacionamentos.

Mas, quando os recursos da terra acabam, os recursos de Deus continuam absolutamente disponíveis.

III. ELIAS NA FORNALHA – EM SAREPTA – (17: 8 =10)

1. Na fornalha, quando as coisas parecem difíceis, elas tendem a piorar
Deus tirou Elias do deserto e o jogou na fornalha. Sarepta significa fornalha, cadinho.

Antes de Deus usar você, Deus vai depurar você. O fogo só vai queimar a escória.
A fornalha faz parte da agenda de Deus na sua vida.

Ele mesmo vai matricular você na escola do quebrantamento.

Ir a Sarepta era um perigo. Fica a mais de 150 Km.

Nesse tempo Elias era o homem mais procurado, vivo ou morto em Israel.

Deus parece ter senso de humor. Ele manda Elias a Sarepta para ser sustentado para uma mulher viúva.

Se Deus tivese mandado Elias sustentar uma mulher viúva, ele poderia pensar que, pelo menos teria um ministério.

Elias sai de Querite para não morrer de sede e quase morre de fome, pois a mulher que deveria lhe sustentar está para morrer de fome.

A viúva experimenta um milagre na cozinha.

2. Na fornalha somos desafiados a esperar um milagre de Deus

A viúva não apenas era pobre, mas agora está enlutada do seu único filho.

O menino morre e a mulher coloca a culpa em Elias. Você já foi acusado de algo que não fez?

Elias não se defende. Ele apenas disse: “mulher transfere para mim a sua dor, ponha em meus braços o seu filho morto”.

Se queremos ver os meninos mortos ressuscitando, precisamos falar com Deus mais do que nos defendermos das acusações.

Elias ora, Deus ressuscita o menino, mas ele não capitaliza com isso. Não faz um discurso de auto-elogio.

Os mortos espirituais precisam ser ressuscitados: precitamos orar, e agir na certeza de que só Deus pode trazê-los à vida.

3. Depois da fornalha, um grande reconhecimento

Agora eu sei que és um homem de Deus e que a Palavra de Deus na sua boca é verdade.

Uma coisa é proferir a Palavra de Deus, outra coisa é ser boca de Deus.

A vida do pregador fala mais do que seus sermões.

A vida do ministro é a vida do seu ministério.

O pastor é um homem em fogo. Pregação é lógica em fogo.

Ponha fogo no seu sermão ou ponha o seu sermão no fogo.

A parte mais importante do sermão é o homem que está atrás do púlpito.

Os pecados do ministro sãos os mestres do pecado.

Os pecados do ministro são mais graves, mais hipócritas e mais danosos.

O maior obstáculo da obra são os obreiros.

Os maiores sermões já foram publicados: Jonathan Edwards.

O seminarista que pregou o seu sermão.

David Hume e George Whitefield.

A Palavra de Deus tem sido verdade em sua boca?


IV. ELIAS NO CARMELO, UM CONFRONTO ESPIRITUAL (18:1-2, 19)

1. Elias associa a soberania de Deus com a responsabilidade humana
Deus fala que vai chover, mas Elias ora humildemente, perseverantemente, triunfantemente.

O mesmo fez Daniel no cativeiro, conforme o capítulo 9.

Deus elege, mas nós precisamos evangelizar.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

A JORNADA TRIUNFAL DE UM HOMEM DE DEUS

A JORNADA TRIUNFAL DE UM HOMEM DE DEUS


TEXTO BASE 1° Rs 17: 1 - 5,8 -10 / 1° Rs 18: 1 - 4,8,9 / 1° Rs 19.1 -9 / 2° Rs 2. 6 -12

A nação de Israel dava passos largos e resolutos para o caos. Seus 19 reis foram todos ímpios.

As oito dinastias foram uma sucessão de ambição, idolatria, traições e assassinatos.

Acabe começa a reinar e se não bastasse ser o pior rei, ainda se casa com a pior mulher do mundo:

Mandona, idólatra e assassina. Acabe se torna apenas um boneco em suas mãos.
Nesse cenário de perversão e apostasia é que surge Elias.

Vejamos a escalada desse homem de Deus:

I. DEBAIXO DOS HOLOFOTES – NA CORTE REAL 1° Rs 17: 1

A mensagem – Elias surge com uma mensagem curta, contundente, bombástica e direta:

Não vai chover nos próximos três anos.

A credibilidade de Baal estará em baixa.

Vou provar que esse ídolo não tem poder.

O nome – Elias é a resposta para a apostasia da nação.

Para o povo que havia seguido a Baal, Elias significa “Jeová é o meu Deus”.

A origem de Elias é um golpe no orgulho dos poderosos.

Ele vem de Tisbé, um lugar obscuro, desconhecido.

Ele vem de lugar nenhum. Ele é um ilustre desconhecido, sem títulos, sem projeção humana.

Ele não é um figurão. Deus não precisa de estrelas para fazer a sua obra.
A vida – Sua vida referenda seu ministério – ele vive na presença de Deus. 

Ele conhece a Deus.

Ele tem intimidade com Deus.


II. ESCONDIDO DA MULTIDÃO – NO RIBEIRO DE QUERITE – 1° Rs 17: 2 =5

O método de Deus:

A solidão do profeta:

Deus tira Elias do palco, das luzes da ribalta, debaixo dos holofotes e envia-o para um lugar solitário, no esconderijo da solidão, para conviver apenas com os corvos.
Deus queria proteger Elias e treiná-lo para uma grande obra.

Para prevalecer em público é preciso ser treinado em secreto.

Antes de Deus trabalhar através de nós, Deus precisa trabalhar em nós.

A obediência de Elias: Aprendendo a estar a sós com Deus:

 Elias não discute com Deus.

Ele prontamente obedece. A sua agenda é a agenda de Deus.

A sua prioridade é estar no centro da vontade Deus.

Deus é mais importante do que a sua obra.

Antes de fazer a obra de Deus precisamos conhecer a intimidade de Deus. Deus não quer ativismo.

Ele quer nos treinar e nos capacitar para grandes aventuras.

Querite secou: Aprendendo a confiar em Deus:

É fácil confiar em Deus quando a água do ribeiro está jorrando.

O nosso ribeiro seca quando passamos pela prova na vida, no casamento, nas finanças, na saúde, nas amizades.

O que fazer nessas horas?

1° O Deus que dá a água pode reter a água:

Quando o nosso ribeiro seca precisamos entender que Deus está vivo e bem e que ele sabe o que está fazendo.

Nosso nome está escrito na palma da sua mão.

2) O ribeiro seco era resultado da própria oração de Elias:

As orações de Elias estavam sendo respondidas. Deus está nos treinando para a maturidade.

O projeto de Deus é fazer de Elias um homem de Deus.

Lições de Quere-te:

A pedagogia de Deus:

1) Precisamos entender o valor de ser usados em público e sermos treinados em secreto;

2) A direção de Deus inclui a provisão de Deus;

3) Precisamos aprender a confiar em Deus dia pós dia.


III. NO MOINHO DE DEUS – EM SAREPTA –1° Rs 17: 8 -10

Refinado por Deus: ele está burilando a sua joia:

A palavra “Sarepta” significa fundir ou refinar.

Sarepta quer dizer cadinho.

Primeiro Deus levou Elias a Querite para ele se desacostumar dos holofes.

Agora Deus aumenta o fogo da fornalha para derretê-lo e moldá-lo.

A fornalha apenas consome as impurezas enquanto purifica o ouro.
Deus está no controle: Seu plano é perfeito:

1ª Deus sabe onde Elias está (1° Rs 8:)

Não julgue que Deus o esqueceu, ou que Deus o abandonou.

Foi ele quem o enviou a Quer-te.

Ele sabe que a fonte secou.

Ele sabe onde você está e o que está acontecendo com você.

2) Deus sabe aonde Elias está indo (°1° Rs 9: )

Sarepta fica a 150 Km de Querite. Elias tinha que cruzar o território de Israel.
Ele era uma espécie de foragido da justiça. Era o homem mais procurado: vivo ou morto.

 Para sair da solidão, e cruzar os campos e cidades, ele tinha que confiar em Deus.

3) Deus sabe a provisão que Elias vai ter (v. 9)

Essa é uma lição de humildade, ser sustentado por uma viúva pobre, faminta, à beira da morte.

Elias foi a Sarepta esperando um pouco mais de provisão do que em Quere-te.

Talvez ele não viesse a morrer de sede, mas parecia que ia ter uma fome de matar.
Quase que Elias foi derrrotado pela primeira impressão.

Você já sentiu vontade de mudar de emprego, mudar de igreja?

4) Quando estamos no lugar que Deus mandou, no tempo de Deus, nunca teremos falta da provisão de Deus (v. 16) – Nossa obediência precede a provisão.

A viúva de Sarepta conheceu a Deus na cozinha.

Antes do milagre as coisas tendem a pior e muito – A viúva não era apenas pobre, mas agora está de luto.

Seu único morre e ela coloca a culpa em Elias (v. 18).

Elis fica em silêncio. Ela não se defende.

Ele respeita a dor daquela mãe. Ele apenas pede para ela para colocar em seus braços o menino.

Ele se desabafa com Deus (v. 19 =20). Elias tem um lugar secreto de oração.
Ele tem um lugar onde tem audiência com o céu.

Elias se identifica com o menino morto (v. 21). Elias crê no impossível e o milagre acontece (v. 22).

A mulher dá testemunho que ele é um homem de Deus (v. 24).

A Palavra de Deus tem sido verdade em nossa boca?


IV. NA BATALHA DOS DEUSES – NO CARMELO – 18:1 -2,19

Depois do treinamento, é tempo da ação:

Elias é enviado de volta a Acabe, depois dos três anos e meio de seca.

Antes Deus o mandou se esconder. Agora Deus fala: Mostre-se.

Elias confronta o rei (v. 18), confronta o povo (v, 21) e confronta os profetas de Baal (v. 19,27).

Alguém perguntou, certa feita para Alexandre, o grande: “Porque você conquistou o mundo todo?

“Porque eu não deixei essa decisão para depois”.

Se o Cristianismo é um mito, abandonemo-lo.

Se a Bíblia não é a verdade, queimemo-la.

Se Jesus Cristo não é o Salvador, rejeitemo-lo, mas se ele é a nossa única esperança, voltemo-nos para ele de todo o nosso coração.

Precisamos de crentes hoje que tenham coragem de viver em santidade e confrontar o pecado.

O Carmelo foi a batalha dos deuses. O Deus vivo desmantelou os ídolos de Baal.
Os ídolos dos povos são nulos.

Antes de Deus se manifestar é preciso restaurar o altar que está em ruínas:

O altar da oração, o altar da comunhão e o altar da fidelidade estavam em ruínas.
Se queremos ver a manifestação de Deus, precisamos restaurar esse altar.

Quando o fogo do céu cai sobre o povo, o povo cai de joelhos (18: 38 -39)
Temos perdido a expectativa do sobrenatural.

O nosso Deus está assentado no trono.

Quando Deus se manifesta e o fogo de Deus desce do céu, o povo cai de joelhos.
Até os mais céticos receberam uma prova de que Deus é real.

Mas o maior de todos os milagres aconteceu no MONTE DO CALVÁRIO:

1° Ali Jesus deu a sua vida por nós.

2° Ali o sol cobriu o seu rosto.

3ª Ali as pedras partiram-se.

4ª Ali os túmulos foram abertos.

5° Ali a porta do céu se abriu para os pecadores arrependidos.

O Elias que é exaltado diante dos homens, humilha-se diante de Deus:

Ele sobe ao cume do Carmelo não para ver os outros de cima para baixo, mas para orar humildemente, perseverantemente, vitoriosamente.

Deus é o avalista da sua própria Palavra.

O que ele promete, ele cumpre. Elias orou e os céus se prorromperam em abundantes chuvas.

Lições do Carmelo:

1°Quando temos a certeza de que estamos no centro da vontade de Deus somos invencíveis;

2ª Obediência dividida é tão errada quanto idolatria declarada;

3ª  Quando Deus se manifesta através da oração dos seus servos, o povo se quebranta.


V. NA CAVERNA DA DEPRESSÃO – NO DESERTO – 19:b 9

Cuidado com a ressaca de uma grande vitória – Depois da retumbante vitória do Carmelo, quando Elias prevaleceu diante dos homens e diante de Deus, ele fragilizou-se e temeu e fugiu.

Depois da vitória corremos o risco de baixar a guarda, arrear as armas e nos tornamos vulneráveis.

As vitórias de ontem não são garantias de sucesso hoje.

Cuidado com as garras da depressão – O gigante de Deus está exausto, deprimido e pedindo para morrer.

Por que?

1) Porque seus pensamentos estão confusos (19: 2-3) – A ameaça não vem de Deus, mas de Jezabel.

Elias já sabia que Deus é quem está no controle;

2) Porque ele se afasta dos relacionamentos encorajadores (19: 3b)

A solidão não é um bom remédio para quem está deprimido;

3) Porque ele estava fisica e emocionalmente exausto (19: 4 =5)

O tratamento de Deus a Elias foi à base da sonoterapia e de uma boa alimentação;

4) Porque Elias se rendeu à autopiedade (19: 4,9)

Deus trata de Elias dando a ele a oportunidade de desabafar e mostrando para ele que ele não apenas não estava sozinho como também o seu ministério ainda não tinha chegado ao fim.

Elias tinha que ungir um rei no lugar de Acabe e um profeta em seu próprio lugar.

A vida continua e Deus tem coisas maiores para realizar por nosso intermédio.


VI. NO GLORIOSO ARREBATAMENTO – NO JORDÃO – 2ª Reis 2: 6 -12

Do anonimato à glória mais explêndida – Na corte de Acabe, Elias foi boca de Deus; em Querite foi quebrantado por Deus; em Sarepta foi lapidado por Deus; no Carmelo foi usado por Deus; na caverna foi restaurado; mas, no Jordão foi arrebatado por Deus.

Antes de passar pelo Jordão, ele passou por Gilgal o lugar da salvação; por Betel o lugar da oração e também, por Jericó, o lugar da batalha.

Mas depois chegou no Jordão, o lugar do arrebatamento.

Elias é um símbolo do precursor de Jesus e do próprio Jesus.

João Batista veio na força e no espírito de Elias.

Quando Jesus perguntou:

“Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam:

Uns dizem: João Batista; outros:

“Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas” (Mt 16:13 -14).

Quando Jesus apareceu em glória no monte da Transfiguração, Elias apareceu em glória juntamente com Moisés para falar com ele sobre sua partida para Jerusalém (Mt 17: 3).

Elias foi arrebatado ao céu sem experimentar a morte.

Em toda a história da humanidade, somente Enoque e ele não passaram pela morte.

O arrebatamento de Elias é um prenúncio de glória para a igreja de Cristo – Um dia também, todos nós que cremos em Cristo, seremos arrebatados para encontrar o Senhor nos ares.

Aqueles dormiram em Cristo, ressuscitarão com um corpo imortal, glorioso, poderoso e celestial.

Os que estiverem vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares e assim estaremos para sempre com o Senhor.

CONCLUSÃO

Você tem andado na presença de Deus como Elias?

Tem se sujeitado ao tratamento de Deus?

Tem aprendido a depender de Deus?

Tem passado pelo cadinho de Deus?

Tem tido coragem para confrontar o pecado?

Tem recebido a cura para os seus próprios medos?

Tem a certeza de muito em breve cruzaremos o nosso Jordão e seremos levados para o céu?
Que Deus nos ajude a conhecer a Deus e a andar com Deus como Elias andou.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

OS QUATRO LUGARES ONDE A NOSSA LUZ NÃ O PODE BRILHAR!

OS QUATRO LUGARES ONDE A NOSSA  LUZ  NÃ O PODE BRILHAR!


TEXTO BASE Mt. 5: 14 -16 / Lc. 8: 16,17

Algumas perguntas reflexivas e atuais : Como está a nossa luz ?

Estamos realmente brilhando em um mundo de trevas ?

As palavras do texto, são palavras de Jesus se referindo aos apóstolos, gente que já o tinha aceitado em suas vidas.

O pastor Caio Fábio disse que "Parte da crise de ser da igreja pode ser resumida no fato de que nós nos tornamos a comunidade cujo papel é apagar a luz ".

Ser luz significa prevalecer sobre as trevas do mundo. Não devemos permitir que a nossa luz fique escondida.

Ser luz é dar significado e direção à história humana.

Quando a igreja deixa de ser a comunidade do significado, o mundo se torna absurdo.

Ser luz é ser comunidade do discernimento.

Quando a igreja não tem discernimento, vive numa atmosfera de coisas cinzentas, coisas que se mesclam às injustiças do mundo.


I - Nossa Luz não pode estar debaixo do alqueire  ( 15 )

Alqueire : Medida de cerca de oito litros e meio, usada para medir cereais. ( Era uma vasilha de barro ).

Indicativo do materialismo.

Preocupação exagerada com o que é material. ( Cl. 3. 1,2 )

Andar inquieto pelas coisas dessa vida.

Ajuntar tesouros na terra. ( Mt. 6. 19-21 )

É preciso entender que coisas terrestres passam, é tempo de transcendência.

Você vai escolher a cruz ou as moedas ? ( Lc. 9.23 )

Solução : Entender que "Servir a Deus por nada, já é tudo".


II - Nossa Luz não pode estar debaixo do vaso  ( Lc. 8. 16 )

Vaso é indicativo da natureza humana.

Somos vaso de barro ( 2Co. 4.7 ). Perecíveis.

A expressão "debaixo do vaso" tem o sentido de : Deixar as coisas de Deus em segundo plano. A autossuficiência. A inversão dos valores. As aparências enganosas. O orgulho e a soberba.

Solução : Quebrantamento - Quebrar o vaso - Radicalidade. ( Sl. 34.18 ; 51.17 ).


III - Nossa Luz não pode estar num lugar escondido  ( Lc. 8.17 )

"Lugar escondido", sugere covardia, neutralidade, indiferença, comodismo, aparências.

Ético, ( At. 20.9,10 ), "estava na janela" - neutralidade, gente que vê o acontece na igreja, mas ao mesmo tempo, está de olho no curso do mundo.

"Adormeceu num sono profundo" - Sonolência espiritual, gente que perdeu o senso da urgência. "Perdeu o equilíbrio e caiu" - É tempo de sobriedade, de equilíbrio.

Solução : Recobrar o ânimo e a coragem - fazer a nossa luz notória perante o caos do mundo.


IV - Nossa Luz não pode estar debaixo da cama  ( Lc. 8: 16 )

"Cama ", sugere duas situações : Ociosidade e Sexualidade.

Alguém disse que "O diabo tenta a todo mundo, mas o preguiçoso tenta o diabo".

A preguiça é uma doença da alma que mata nossos sonhos e aniquila nossa história.

"Sexualidade" - Matrimônio baseado em amor e honra.

Prostituição, impureza, malícia  ( Jd. 16 -19 )

Solução : Exercício de uma espiritualidade prática, honesta e genuína, com devoção à oração e à Bíblia.

Conclusão:

Nossa luz precisa estar em evidência, sendo usada para exaltar o caráter de Deus e da igreja, pois é tempo de resplandecermos e iluminarmos o mundo.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

A GLÓRIA DA SEGUNDA CASA.

A GLÓRIA DA SEGUNDA CASA.

TEXTO BASE AG 2: 3

Ciro rei da Pérsia havia permitido que 50.000 judeus voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué.

Durante o segundo ano de seu retorno, foram lançados os alicerces do templo.

A oposição dos samaritanos, porém, fez cessar a obra.

Esta tarefa ficou paralisada por dezesseis anos.

E, os judeus se tornaram espiritualmente fracos. Foi quando Deus enviou os profetas Ageu e Zacarias para encorajá-los.

1° A casa do Senhor estava deserta. Ag 1: 4

 “É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?”

Os judeus que voltaram do cativeiro estavam tão ocupados, com os próprios interesses, que passaram negligenciar a construção da casa de Deus.

As suas casas estavam revestidas de madeira de cedro, enquanto o templo permanecia em ruínas.

Ageu mostra-lhes que a obra de Deus tem que ter primazia.

O Reino de Deus e as causas do Mestre precisam ter prioridade em nossa vida (Mt 6: 33).

Jesus era zeloso pela casa e obra de Deus (Jo 2.17, 4.34, 6.38, 9.4).
O que estabelecemos como prioridade, indica o amor que devotamos ao nosso Senhor.

2 – Semeastes muito e recolhestes pouco (Ag 1: 6 =11).

O povo de Deus perdera a sua bênção, pois estava vivendo apenas em função das próprias vantagens.

Revelavam um mínimo interesse pelos alvos e propósitos divinos.

Podemos esperar um declínio das bênçãos e da ajuda de Deus em nossa vida, se não estivermos envolvidos pela sua obra, tanto no lar quanto entre as nações.

3 – Ouviu a voz do Senhor (Ageu 1: 12).

Os líderes e o povo reagiram positivamente à mensagem de Ageu.

Obedeceram e temeram ao Senhor.

Levaram a sério a Palavra de Deus

Recomeçaram de imediato a construção da casa do Senhor.

4ª Eu sou convosco (Ageu 1.13).

Deus responde a obediência do seu povo, prometendo-lhe que estaria de seu lado.
Fortaleceu-lhes a decisão, ajudou-os a levar adiante a obra (Zc 4: 6).

Estar “Contigo” é a mais grandiosa promessa que o Senhor pode nos fazer (Gn 26: 24 / 28: 15; Ex 3.12; Mt 28.20).

5ª A glória da segunda casa (Ageu 2: 3).

Após a conclusão da obra do templo pós-exílico, algumas pessoas ficaram desanimadas por considerarem o novo templo como nada em relação ao anterior, construído por Salomão.

Deus encoraja o povo com três promessas:

a. O próprio Deus estará com eles para garantir o cumprimento de todas as promessas (v.4).

b. O espírito de Deus permanecerá entre o povo (v.5).

c. A glória do último templo seria maior do que a do primeiro por causa da demonstração do poder de Deus que nele haverá (v.9).

O ministério de Jesus e dos apóstolos aconteceu no segundo templo.
Não é a beleza da estrutura que dá frutos no Reino de Deus.

O que mais importa é a presença dos dons, ministérios e presença do poder do Espírito Santo em nosso meio.

O Espírito Santo tem se manifestado em nosso meio, com poder?

6° Perguntai, agora, aos sacerdotes (Ageu 2: 10 -14).

A influência corruptiva do pecado é contagiosa

Morar na terra santa não torna ninguém santo.

O pecado profana tudo o que povo faz, inclusive a adoração.

7 – Aplicai o vosso coração a isso, desde este dia em diante (Ageu 2: 15 =19).

Deus ordena ao povo que considere por que não fora ainda abençoado.

A causa era a desobediência (Ageu 1: 9 -11).

Agora as bençãos vinham a partir da decisão de edificar o templo (a obra).

Deus faz com que tudo que empreendam tenha êxito.

O favor de Deus, amor, e comunhão, vêm a medida que continuamos a buscá-lo e observar os seus mandamentos (Jo 14: 21 -23).

Conclusão: O Templo foi reiniciado no ano de 520 a.C e terminado no ano 516 a.C.

Concluímos que quando amamos a obra do Senhor e investimos os nossos recursos e trabalho, seremos ricamente abençoados.

As promessas de nosso Deus não falham. Deus é fiel!

Quando a Nossa Luz não faz sentido


Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

A LUTA DO PROFETA COM DEUS E COM OS HOMENS

A LUTA DO PROFETA COM DEUS E COM OS HOMENS


TEXTO BASE AMÓS 7: 1 -17

Charles Feinberg diz que o capítulo 7 começa a terceira divisão do livro de Amós:

1) oráculos de juízo contra as nações, capítulos 1 e 2;

2) ameaçadoras profecias contra Israel, capítulos

3 a 6; e 3) uma série de cinco visões de juízo, que conclui com bênção.

As quatro primeiras visões possuem, praticamente, a mesma fórmula introdutória:
“Assim o Senhor me fez ver” (7.1,4,7 e 8.1).

A última visão começa com as palavras: “Eu vi o Senhor” (9.1).

R. Crabtree diz que as visões são diferentes também no conteúdo.

O grupo de quatro simboliza o julgamento do Senhor já executado em parte contra Israel, e em parte o castigo que ainda há de cair sobre a nação. 

A última visão (9: 1-4) proclama a destruição completa do reino de Israel.

Do grupo das quatro visões, as primeiras duas (7: 1 =6) se distinguem das outras duas (7: 7 =9)

Pelo fato de que as primeiras apresentam, em resposta à intercessão do profeta, uma promessa de que o castigo mencionado não seria executado, enquanto nas outras duas o Senhor se recusa a modificar a punição, declarando:

“Nunca mais passarei por ele”.

A quinta e última visão representa o destino final de Israel, com a sua destruição completa.

As primeiras quatro visões constituem um prelúdio para esta.

Assim se nota um progresso no significado das visões.

Amós se apresenta neste capítulo como intercessor e como pregador.

Ele se coloca na brecha em favor da nação, mas também anuncia o juízo de Deus à nação.

Ele tem ousadia para falar da nação para Deus e de Deus para a nação.

I. A LUTA DO PROFETA COM DEUS (7.1-9)

Antes de ser pregador, Amós é intercessor. Antes de denunciar o pecado do povo, coloca-se na brecha em seu favor. Ele não apenas fala de Deus para o povo, mas do povo para Deus. Não podemos separar pregação de oração.

Elias levantou-se diante da nação, porque primeiro prostrou-se diante de Deus. Só prevalece em público diante dos homens quem primeiro se humilha em oração diante de Deus.

Os apóstolos dedicaram-se à oração e ao ministério da Palavra (At 6: 4).
Não há poder na pregação se não há oração associada a ela.

É mais importante ensinar um indivíduo a orar do que a pregar, porque sem oração a pregação não tem poder.

Amós é um intercessor antes de ser um pregador.

1° O juízo de Deus revelado

O profeta Amós anuncia três solenes juízos de Deus sobre a nação de Israel. 

O cálice da ira de Deus estava se enchendo e uma devastação sem precedentes estava para chegar. Vamos ver quais são esses juízos:

Em primeiro lugar, os gafanhotos (7: 1,2).

A praga dos gafanhotos sempre foi uma calamidade terrível (Dt 28: 42 / Jl 2: 35 / Na 3: 15 =17).

O Senhor já havia mandado o gafanhoto para despertar o povo e conduzi-lo ao arrependimento (4: 9).

A visão que Amós tem sobre os gafanhotos não era apenas de insetos destruidores que atacavam em bandos, trazendo calamidade material, mas eram também agentes de Deus. Amós destaca aqui três fatos:

Primeiro, Deus mesmo é quem forma os gafanhotos (7: 1). Deus preparou a aflição.

O mal que sucede à cidade é acionado pela própria mão de Deus (3: 6).
A praga dos gafanhotos é levantada por Deus.

Ele mesmo os molda como um oleiro dá forma ao barro. J. A. Motyer diz que foi Deus quem criou os gafanhotos com a presteza e o talento artístico de um oleiro (é o que o verbo formar indica).

Esses bandos destruidores não surgem apenas como uma epidemia ou catástrofe natural, eles foram criados por Deus para uma finalidade específica, exercer o juízo divino sobre a nação apóstata.

Deus está mostrando para o seu povo que a quebra da aliança está trazendo sobre eles a maldição em vez da bênção. Se o povo guardasse a aliança nenhuma calamidade material poderia destruí-lo.

Segundo, Deus corta a fonte de renda do governo (7: 1).

A erva serôdia devorada pelos gafanhotos era o tributo que o povo pagava ao rei por ocasião da primeira colheita (1ª Rs 4: 7 /18: 5), isto é, o imposto do rei, o tributo que devia abastecer os cofres públicos. J. A. Motyer afirma que a referência à “erva serôdia” indica que o rei reclamava as primícias para ele.

Jalmar Bowden diz que até o tempo do domínio romano na Síria, era costume tirarem os imperadores o que queriam da colheita serôdia, a mais importante. No tempo de Amós, já havia este costume.

Quando se deu esta visão, Jeroboão II, que era um grande guerreiro, e tinha, naturalmente, um exército tão grande que, com seus outros empreendimentos, exigia, uma grande parte da colheita serôdia. 

Só depois que ele se satisfizesse é que os lavradores podiam aproveitar o resto.

Deus, agora, estava enviando seu juízo às economias de um estado que deliberadamente havia se afastado da verdade e da justiça.

Terceiro, Deus corta a fonte de renda do povo (7: 2).

Depois que os gafanhotos destruíram a erva serôdia, o tributo do rei, devastaram o restante da colheita, deixando o povo sem nenhum fruto para sua sobrevivência.
Deus não apenas traz a praga dos gafanhotos, mas o faz no tempo determinado por ele, para cumprir o propósito determinado por ele.

Charles Feinberg diz que na Palestina era comum haver duas colheitas por ano.

Visto que as primeiras safras eram do rei, o povo dependia da segunda para sua subsistência, e era essa que estava sendo ameaçada pela praga do gafanhoto enviada por Deus.

O Senhor usa a natureza no exercício do seu governo moral para efeitos corretivos.

Em segundo lugar, o fogo (7.4). O fogo divino é o instrumento da sua ira (1: 4,7,10,14 / 2: 2,5).

Deus se apresenta como o Juiz que pede o comparecimento de Israel perante o tribunal, para contender com ele (Is 3: 15 / Jr 2: 9 / Os 4: 1 / Mq 6: 1).

Neste caso, porém, a nação não tem mais defesa, por isso, o profeta só pode pedir o perdão divino e a suspensão do castigo.

O fogo não é apenas um elemento destruidor, mas um agente do juízo divino.

Assim como em Êxodo 3: 2 não era necessário combustível para alimentá-lo, aqui em Amós 7: 4 não havia o que pudesse apagá-lo, diz Motyer.

Amós destaca aqui três coisas:

Primeiro, Deus é quem traz o fogo. Deus chama o fogo e este o atende.

O fogo escuta a voz de Deus para obedecer-lhe a vontade. Deus chamou o seu povo muitas vezes, mas este não ouviu sua voz; Deus chama o fogo e este atende à voz do seu comando.

Em cada ponto, a calamidade é um ato divino, diz Motyer:


É ele que se levanta com a espada (7: 9), jamais passarei por ele (8: 2),
 entenebrecerei a terra e converterei [...] vossos cânticos em lamentações (8: 9,10), enviarei fome [...] de ouvir as palavras do Senhor (8: 11), de lá os farei descer (9: 2), de lá os buscarei (9.3), darei ordem à espada, e ela os matará (9.4).

Segundo, O fogo é o agente da justiça divina. Deus é o Senhor de todo o universo.
Os anjos, os homens, os demônios, os animais e todos os elementos da natureza precisam atender à sua voz soberana. 

O fogo vem para exercer a justiça divina. Charles Feinberg afirma:

“O fogo a que Amós se refere é, sem dúvida, a seca (4.6-11).

Jalmar Bowden nessa mesma linha de pensamento afirma que Amós antevê uma seca terrível, na qual o calor do sol secará “o grande abismo” que, para os antigos, ficava em baixo da terra.

Depois disto, naturalmente, a terra se secaria e o fogo consumiria tudo.

O fogo serviria como instrumento nas mãos de Deus para castigar o povo.

Russell Norman Champlin ainda afirma que esse fogo simboliza o julgamento de Deus pelos raios sem misericórdia do sol. Um verão extraordinariamente quente trouxe a seca e a destruição da terra.

Muitos incêndios literais varreram o país, porquanto tudo estava ressecado (Jl 1: 19,20).

Até os poços e mananciais subterrâneos se secaram (Gn 7: 11; 49: 25 / Dt 33: 13).

Os rios e demais cursos de água secaram, e a terra de Israel secou como um osso.
A agricultura cessou, e o povo passava fome em massa. A terra foi assim devorada (Dt 32: 22).

Terceiro, o fogo traz destruição total. O fogo consumiu o grande abismo e devorava a herança do Senhor.

Esse fogo não pôde ser apagado. Ele lambeu com devastação total tudo quanto estava à sua frente.

A nação rebelde estava para sofrer uma derrota amarga e irreversível.
Em terceiro lugar, o prumo (7: 7 =9).

A terceira visão de Amós tem a ver com o prumo que Deus colocou no meio do seu povo.

Aqui Deus não apenas mostra a visão a Amós, mas é o elemento principal dela.
Nesta visão Amós vê a Deus como juiz.

Israel está sendo provado pelo prumo da justiça.

As duas primeiras visões (gafanhotos e fogo) apontam para ameaças às quais o povo não sobreviveria; a prova do prumo, para um teste no qual o povo não passaria.  J. A. Motyer é pertinente quando afirma que existem dois elementos distintos nesta descrição do que Amós viu:

Primeiro, o muro fora “levantado a prumo”, e, segundo, o muro estava sujeito a uma prova de prumo (7: 7).

Em outras palavras, Israel possuía desde o começo aquilo que era necessário a fim de passar na prova que lhe seria feita no final.  

E o que era necessário para Israel passar nessa prova? O relacionamento pessoal com Deus e o conhecimento da sua santa Palavra.

A lei é a extensão verbal da pessoa e da presença de Deus entre o seu povo.

Deuteronômio 4: 7 apresenta essas duas verdades em perfeito equilíbrio: “Pois, que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?

E que grande nação há, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?” Motyer sintetiza isso assim:

“A auto revelação do Senhor que fez de Israel o que ela é dentro todas as nações foi cristalizada na lei preceitua, e a característica do povo de Deus veio a ser revelada externamente na sua vida de obediência”.
Essa figura enseja-nos três lições:

Primeiro, Deus esquadrinha seu povo (7: 8).

prumo é usado para verificar se há falta de retidão num muro ou parede.
Ele não corrige a tortuosidade, mas a identifica. 

Deus sonda o seu povo, põe o prumo nele e constata sua sinuosidade na doutrina, na ética, e nos relacionamentos. Deus coloca o seu povo na balança e o acha em falta.

Segundo, Deus reprova seu povo (7: 8b). Deus não só aferiu a vida do seu povo, mas constatou sua sinuosidade.

O povo desviou-se da doutrina e perverteu-se na conduta. Israel abraçou uma teologia herética e por isso, corrompeu-se moralmente. 

Deus alertara o povo que não podia andar com ele, pois não havia mais acordo entre eles (3: 3).

Agora, Deus afirma categoricamente que jamais passará por ele (7: 8b), isto é, para exercer perdão.

Aqui não há mais intercessão do profeta, porque a paciência de Deus chegou ao fim.

O cálice da ira de Deus está transbordando.

Nada pode, agora, deter a catástrofe que se aproxima.

Israel, como o muro está preste a cair. Mais de uma vez a intercessão do profeta havia evitado o golpe da mão do Senhor, mas essa hora havia passado.

Terceiro, Deus destrói os pontos nevrálgicos onde o pecado foi promovido (7: 9).

Os altos de Isaque, ou seja, os bosques onde se adoravam os ídolos; os santuários de Israel, os templos que Jeroboão, filho de Nebate, erigira em Dã e Betel e a casa de Jeroboão seriam assolados.

Esses eram lugares onde a graça de Deus era abusada e a lei, negligenciada, diz Motyer.

 Os centros da religião e do poder político seriam atingidos pelo juízo divino.

Tanto a religião quanto a política havia se afastado do seu verdadeiro propósito e estava agora sob o julgamento divino. 

Amós afirma que tanto a falsa adoração quanto a monarquia ímpia em Israel serão varridas de vez. A. R. Crabtree diz que nesta visão do prumo aponta-se claramente a destruição da dinastia de Jeroboão II.

A destruição desta dinastia marcou definitivamente o princípio da queda rápida do reino.

2ª A intercessão do profeta (7: 2,3,5,6)

Warren Wiersbe afirma que Amós fazia parte de um grupo seleto de intercessores que incluía Abraão (Gn 18), Moisés (Ex 32), Samuel (1ª Sm 12), Elias (1° Rs 18) e Paulo (Rm 9: 1 =3; 10.1,2).

James Wolfendale diz que a oração tem geralmente preservado nações, revertido julgamentos, e mudado o curso de muitos eventos.

Deus não apenas tem formado calamidades, mas também estabelecido um lugar para a oração (2ª Cr 7: 14).

Amós ruge como leão quando fala em nome de Deus, mas se prostra humildemente em oração para falar com Deus. 

Charles Feinberg diz que só a oração poderia desviar o desastre e o homem de Deus ora para que o povo seja perdoado.  

A oração de Amós pode ser analisada como segue:

Em primeiro lugar, é movida por profunda compaixão (7: 2).

Amós não ergue sua voz em favor do povo porque este tem méritos a reivindicar diante de Deus.

Amós não se põe na brecha porque a nação está coberta de pano de saco e cinzas como a cidade de Nínive ao ouvir o profeta Jonas.

A despeito da rebeldia e dureza de coração do povo, o profeta ainda o ama e enternecido por grande compaixão roga a Deus por ele.

Em segundo lugar, é endereçada a Deus com grande humildade (7: 2).

O conceito que Amós tem de Israel é diametralmente oposto ao conceito dos nobres de Samaria (6.1).

Eles estavam intoxicados pela soberba e cheios de presunção, nutrindo pensamentos soberbos; porém, Amós diz: Senhor ele é pequeno.

Amós viu o povo não como nação poderosa, com recursos suficientes para qualquer emergência, mas como nação pobre, fraca, indefesa. 

Apesar do orgulho, da arrogância e da vida luxuosa, Jacó era pequeno.

Os recursos nacionais e as riquezas materiais eram insuficientes para a nação fazer face ao desastre, na decadência moral.  J. A Motyer diz que a oração começa por adotar a postura divina, vendo as coisas e as pessoas como ele as vê, focalizando suas necessidades conforme são avaliadas no céu.

Warren Wiersbe diz que Amós não suplicou por qualquer uma das promessas divinas da aliança, pois sabia que o povo havia rompido a aliança com Deus e que merecia o castigo.

Em terceiro lugar, é feita com notório senso de urgência. Amós acreditava no poder da oração.

Ele sabia que Deus podia, pela oração, suspender o castigo. Sua teologia não era determinista.

Ele não acreditava no destino cego. Ele sabia que Deus podia reverter aquela situação.

Ele compreendia que os céus e a terra estão conectados.

Por isso, endereça sua oração a Deus e pede: “Senhor, cessa agora”.

Em quarto lugar, é fundamentada na misericórdia de Deus.

Amós não pede justiça nem reivindica direitos, ele roga por perdão (7: 2).

A base da sua súplica não está no merecimento humano, mas na misericórdia divina.

A expressão: “Rogo-te” no hebraico é apenas uma partícula, o equivalente de “por favor”.

A oração olha para a misericórdia e a onipotência de Deus.

As duas palavras intercessoras de Amós foram perdoa e cessa.

Na natureza de Deus existe algo para o que podemos apelar, a misericórdia que perdoa.

Com a palavra cessa, Amós parte da fraqueza e desamparo do homem, e olha para o Deus onipotente, capaz de suspender o castigo determinado.

Em quinto lugar, é vitoriosa em seus resultados (7: 3,6). 

O castigo foi suspenso.

Os gafanhotos foram desviados e o fogo extinguido. 

A causa de Amós prevaleceu.

A nação foi poupada porque um homem se colocou na brecha (Ez 22: 30).
Os versículos 2,3,5 e 6 revelam que é através da oração que a vontade de Deus opera na terra.

A decisão eterna, imutável e infalível de Deus é realizada através da oração. 

A oração move o coração de Deus, o Legislador de tudo. J. A. Motyer comenta que trezentos anos depois de Amós, Malaquias (4: 5) predisse a vinda do precursor do Messias e mais de setecentos anos depois de Amós chegou o momento de cumprir essa promessa, mas a palavra do anjo ao idoso Zacarias não foi “a profecia vai ser cumprida”, mas “a tua oração foi ouvida” (Lc 1.13).

A oração é um meio pelo qual o Senhor de tudo realiza suas determinações.

3ª O arrependimento de Deus (7: 3,6)

Charles Feinberg afirma que muitos têm perguntado como é possível dizer que Deus se arrependeu (Nm 23: 19; Tg 1.17), se ele é imutável, mas essa é apenas uma figura de linguagem.

Devemos lembrar-nos de que Deus sempre opera segundo sua santidade e justiça infinitas.

Quando o pecado se manifesta, Deus deve condená-lo e puni-lo; quando a oração e a graça de Deus operam para prover uma via de escape, então Deus poupa.

Em cada caso, ele está operando na mais estrita conformidade com sua conhecida santidade.

Assim, foi em resposta à oração confiante que Deus disse não permitiria que a praga viesse a causar devastação.

Só a eternidade revelará de maneira plena quanto, no plano de Deus, tem sido operado por intermédio da oração consistente e perseverante em favor de pessoas e nações em todo o mundo.

O Senhor é sempre imutável nos seus eternos propósitos.

O arrependimento de Deus é diferente do nosso.

Deus não se equivoca nem erra para precisar voltar atrás.

Deus é luz e não há nele treva nenhuma.

O arrependimento de Deus é uma antropolatria, ou seja, atribuir a Deus um sentimento humano.

Precisamos examinar algumas coisas:

Em primeiro lugar, o arrependimento de Deus neste caso é a suspensão do juízo.
Essa suspensão foi produzida não pelo arrependimento do povo, mas pela intercessão do profeta (7: 3,6).

Deus poupou o povo de Israel no deserto por causa da intercessão de Moisés (Ex 32: 11-14).

O profeta Ezequiel proclama as palavras do próprio Deus: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez 22: 30).

Em segundo lugar o arrependimento de Deus tem a ver com o abrandamento da sua ira.

Deus se apresenta ouvindo a oração e voltando-se da ira para a misericórdia para que, assim, possamos entender alguma coisa do que está envolvido em seu amor por nós.

Como tanto a ira como o amor são atributos divinos e como esses atributos não podem estar em conflito, há no amor de Deus aquilo que satisfaz e abranda sua ira.

Foi-nos revelado que é o sangue de Jesus, o grande dom do amor divino, que satisfaz a ira divina (Rm 3: 25).

 Por outro lado, quando o Senhor olha pra o seu povo, a misericórdia triunfa sobre a ira.

Foi o profeta Habacuque quem em sua oração, pediu: “Senhor, na tua ira, lembra-te da misericórdia” (Hc 3: 2).

II. A LUTA DO PROFETA COM OS HOMENS (7:10- 17)

J. A. Motyer afirma corretamente que não há serviço prestado a Deus sem oposição, sem perseguição e sem provação. Esta verdade jaz à superfície da história que temos diante dos olhos.

Amós atacou o rei mais forte de Israel, o homem mais opulento, o político mais hábil e o diplomata mais experimentado e isso não lhe ficou barato.

Amós foi provado de três maneiras.

A primeira foi a deturpação de suas palavras (7.10,11).

A segunda foi a tentação embutida nas palavras de Amazias (7.12) e a terceira veio na forma de uma confrontação com as autoridades (7.13).

1° Uma mensagem de Amazias ao rei (7.10,11). Estado e religião estavam juntos numa aliança espúria.

O sacerdote de Betel era um empregado do rei. Estava não a serviço de Deus, mas a serviço de Jeroboão.

 Jalmar Bowden diz que o sacerdote, no santuário real, julgava que tinha o dever de promover o culto e agradar o rei, custasse o que custasse.

Tinha muito interesse no ritual, no culto formal, no seu próprio prestígio e posição, mas não se interessava no bem estar espiritual e material do povo.

Por isso, ficou perturbado com a mensagem de Amós. Tentando intimidá-lo, procurou silenciar sua voz.

Nesse intento enviou um relatório ao rei, cometendo dois graves erros:

Em primeiro lugar, ele fez uma avaliação mentirosa acerca do profeta (7.10).

Amazias torce as palavras de Amós de sorte que pareça uma acusação pessoal contra o rei.

Amazias passa uma visão distorcida de Amós, de sua mensagem e de duas motivações.

Ele diz que Amós estava conspirando contra o rei, no meio do povo, ou seja, provocando motins, sedição e instabilidade política.

Amazias dá a impressão que Amós está chefiando uma revolução contra o rei. A. 

R. Crabtree diz que a acusação de Amazias é falsa porque o sacerdote entendeu erradamente a pregação do profeta, e interpretou erradamente o seu motivo e a finalidade da sua mensagem.

Amazias rejeitou a mensagem de Deus e o homem de Deus.

O falso sacerdote omite a base da ameaça, a esperança que o profeta apresenta ao povo no caso de arrependimento (5.4,6) e a própria intercessão do profeta a favor do reino.

Os olhos de Amazias estavam cegos para a verdade. Seu coração estava entorpecido para as coisas espirituais.

 Ele não era um mensageiro de Deus, mas um adulador do rei.

Ele fez um juízo errado de Amós e de Deus.

Achou que não importava a situação, Deus sempre estaria com eles.

Em segundo lugar, ele chegou a uma conclusão equivocada (7.11).

Sabendo das pregações candentes de Amós contra a hipocrisia dos sacerdotes (3.14; 4.4,5; 5.5; 5.21.25) que tinham corrompido a religião e trazido a nação ao precipício da ruína, em vez arrepender-se, endureceu seu coração, dizendo que a terra não podia sofrer todas as palavras de Amós.

Ele viu a ameaça do cativeiro como uma conspiração política, em vez de acatá-la como um alerta divino.

Charles Feinberg diz que a conveniência política em qualquer época desonra e contraria o testemunho da verdade. Veja o caso de Elias (1Rs 18.17), de Jeremias (Jr 37.13-15), de nosso Senhor Jesus (Jo 19.12), dos discípulos (Jo 11.48-50) e de Paulo (At 17.6,7).

2° Uma mensagem de Amazias ao profeta (7.12,13).

Há quatro atitudes de Amazias que devem ser destacas aqui:

Em primeiro lugar, um preconceito identificado (7.12).

Amazias chama Amós apenas de vidente, uma forma desdenhosa de referir-se às suas visões.

Amazias viu Amós apenas como alguém que trazia agouros quanto ao futuro e não como um profeta, aquele que traz uma mensagem de grande peso moral para a nação. Sua atitude era preconceituosa.

Para Amazias, o profeta Amós não passava de um visionário com idéias extravagantes de males imaginários.

Em segundo lugar, uma prepotência declarada (7.12b).

Amazias em vez de acatar as palavras de Amós, olhou-o apenas como um membro do reino rival, um estrangeiro intruso que deveria voltar à sua terra se quisesse viver e pregar.

Ele tentou igualar Amós a si, um profissional da religião, que fazia do seu sacerdócio um meio de vida.

O sacerdote do rei era mercenário e insinua que o profeta de Deus também o é.
Amós, porém, não pregava a Palavra para ganhar dinheiro.

Ele não era um mercenário nem um interesseiro como Amazias insinuava. Sua motivação não era auferir lucros nem buscar vantagens pessoais. Motyer viu nessas palavras de Amazias a Amós uma estratégia para tentá-lo em três aspectos. 

Primeiro, ele é tentado a agir em interesse próprio.

As palavras hebraicas vai e foge incluem uma ênfase adicional:

“para o teu próprio bem”, dando a entender que, em caso contrário, uma coisa desagradável aconteceria.

Segundo, ele é tentado a buscar o sucesso para o seu próprio bem: vai-te [...] foge para a terra de Judá, dando a entender que uma mensagem de condenação contra Israel encontraria um auditório natural entre os sulistas.

Terceiro, ele é tentado pela segurança: e ali come o teu pão.

Amazias insinua que Amós está mais interessado em ganhar dinheiro do que em ganhar almas.

Em terceiro lugar, uma ordem descabida (7.13).

Amazias não apenas expulsa Amós de Betel, mas também o proíbe de pregar no centro religioso do Reino do Norte. Betel era uma Capela Real e uma Catedral Nacional, onde Amós não podia pregar.

Mas Amós não foi o único que teve de enfrentar as autoridades. Não disseram aos apóstolos:

“Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome, contudo enchestes Jerusalém de vossa doutrina” (At 5.28)? 

Os apóstolos deram uma resposta esplêndida:

“Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5: 29).

Em quarto lugar, uma apostasia diagnosticada (7.13b).

Amazias declara com todas as letras o concubinato espúrio entre a política e a religião.

Betel não era mais a Casa de Deus, mas o santuário do rei.

Champlin diz que Jeroboão estabeleceu altares idólatras em Dã e Betel, especialmente para competir com o templo de Jerusalém.

Betel, assim, não era mais a casa do Rei dos reis, mas apenas um lugar para a bajulação de um rei ímpio.

A religião de Israel era eminentemente humanista. Tinha sua origem no homem e era voltada para o homem. 

Deus tinha sido excluído da religião em Betel.

3ª Uma mensagem de Amós a Amazias (7.14 =17)

Amós responde às palavras insolentes de Amazias, afirmando sua tríplice autoridade.

Primeiro, a autoridade da vocação: “O Senhor... me disse:

Vai”. Segundo, a autoridade da revelação, a posse de uma palavra vinda de Deus para falar:

“Vai, e profetiza”. Terceiro, a autoridade do comissionamento:

“Vai... ao meu povo Israel”.

Há verdades aqui que precisam ser enfatizadas:

Em primeiro lugar, Amós destaca sua vocação (7.14,15). Amós não é um profeta tradicional.

Ele não provém da escola de profetas, onde os jovens recebiam preparo para instruir a nação (1° Sm 19: 24).

Ele não procedia de uma família aristocrata.

Ao contrário, era um pastor de ovelhas e um agricultor.

Porém, Deus o tirou dos prados toscos de Tecoa e o enviou ao centro nevrálgico da nação de Israel para denunciar seus graves pecados. 

Amós não é um profeta da conveniência.

Ele não está atrás de sucesso nem de riqueza.

Ele foi chamado por Deus para ser boca de Deus. Sua palavra e sua autoridade não procediam de si mesmo, vinham diretamente de Deus (Gl 1.1; 2° Sm 7: 8).

Amós entende que deve obedecer a Deus antes que ao homem (At 5: 29).

Em segundo lugar, Amós acentuou o alvo de sua profecia (7.15).

Amós não está profetizando em Israel por um capricho pessoal nem por uma rivalidade política.

Ele profetiza em Israel por obediência ao chamado divino. Israel estava doente de morte e só este estrangeiro sabia diagnosticar seus males e indicar o caminho que o conduziria à saúde, diz Bowden.

Amós já anunciara a queda da cidade e o exílio do povo.

 Agora, Amós chega a vaticinar a morte do próprio monarca Jeroboão II.

indica, porém, que o rei pouco se importou com a notícia.

Provavelmente considerou Amós como um desses visionários messiânicos que em cada geração se levantam entre os incautos, arrastando um punhado de adeptos para o seu inevitável fim desastroso.

O rei não mandou prender o profeta sedicioso, apenas o mandou embora pela instrumentalidade do capelão de Betel.

Em terceiro lugar, Amós revela que quem teme a Deus não tem medo dos homens (7.16,17).

Nenhum profeta verdadeiro deixa se intimidar por ameaças humanas.

Cumpre-lhe ser fiel ao seu chamado. É mais importante ser fiel a Deus do que viver.

Como Neemias, Amós podia dizer:

“Homem como eu fugiria?” (Ne 6.11). João Batista preferiu perder a vida que perder sua integridade na pregação.

Ele foi degolado, mas mesmo morto, ainda fala! José do Egito preferiu ir para a prisão, mas ter a consciência livre do que adulterar com a mulher do seu patrão e viver como um prisioneiro do pecado.

É preferível um ministro morrer de fome a deixar atrofiar-se o seu espírito, como o de Amazias.

Jalmar Bowden diz, porém, que sempre há ministros ou sacerdotes que tomam a iniciativa contra qualquer reforma na religião.

Sacerdotes romanos chefiaram o movimento contra Lutero.

Ministros anglicanos fizeram tudo quanto lhes foi possível contra João Wesley, a ponto de o afastarem dos seus púlpitos e o obrigarem a organizar o Metodismo.
Ministros metodistas agiram de tal forma para com William Booth, que ele precisou organizar o Exército da Salvação fora da Igreja.

Em quarto lugar, Amós em vez de fugir reafirma o juízo de Deus sobre Israel (7.17).

Ao invés de a arenga de Amazias contra Amós calar a boca do profeta, trouxe o juízo para mais perto.

A profecia agora o cita individualmente.

O juízo de Deus cai sobre o sacerdote apóstata e sua família.

A sentença divina atinge toda a terra de Israel e o povo que vivia longe de Deus, agora vai também para uma terra longínqua em seu amargo desterro. A. R.

Crabtree diz que a prostituição de mulheres, a matança de jovens, a repartição das propriedades, e o exílio dos líderes eram práticas comuns dos vitoriosos contra os conquistados.

O profeta não diz que a esposa do sacerdote se tornará prostituta voluntariamente, mas que será violada horrivelmente por força, pelos inimigos conquistadores.

Os filhos e as filhas de Amazias sofrerão o desastre terrível da guerra.

Às vezes as filhas foram tomadas como esposas para os soldados, mas na conquista de Israel pelos assírios cruéis, o castigo dos conquistados vai ser excessivamente severo.

A terra será medida a cordel e dividida entre os inimigos, de acordo com o costume dos assírios depois do tempo de Tiglate-Pileser (2° Rs 17: 24 / Mq 2: 4 /Jr 6: 12).
 
Quão solenes são os juízos do Altíssimo! Quão soberbo é o coração humano que não acredita num juízo final para todos, inclusive para o povo de Deus! 

Quão presunçoso aquele que pensa que uma profissão de fé, alguma assistência aos cultos, alguma contribuição ocasional aos cofres sacros compensam a falta de pureza moral, de honestidade, e de compaixão!  Charles L. Feinberg corretamente afirma que terrível coisa é alguém se colocar contra a verdade divina. 

Quanto mais o homem tenta silenciá-la, tanto mais alto ela clama.

Podemos concluir este capítulo lembrando as palavras de Warren Wiersbe, quando afirmou que Amazias possuía um cargo elevado, riqueza, autoridade e boa reputação, porém, Amós possuía a Palavra do Senhor.

Amazias servia ao rei de Israel e dependia dele para seu sustento, porém Amós servia ao Rei dos reis e não temia o que os homens pudessem lhe fazer.

O que conta não é a aprovação da “instituição religiosa”, mas sim o chamado e a bênção do Senhor.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado