quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CONDUTA TCRISTÂ - A SEGUNDA ORAÇÃO DE PAULO PELOS OS EFÉSIOS (PARTE II)

TEXTO BASE EF 3: 14 – 21

INTRODUÇÃO

14° Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai,

15. do qual toda família nos céus e na terra toma o nome,

16. para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;

17. que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor,

18. possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,

19. e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus.

20. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,

21. a esse seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.

1. A razão da oração do apóstolo EF 3: 14

"Por esta causa" ou "por causa disto". Temos aqui uma expres¬são repetida pelo apóstolo, que lembra a razão de sua oração.

No início do capítulo 3, ele usa as mesmas palavras; mais uma vez enfatiza e renova a expressão para tornar vivo o fato que o levou a orar outra vez.

Nessa segunda oração, Paulo dá a impressão de ter descoberto (preso em algemas) a força moral e espiritual para estar na presença de Deus em oração e meditação.

A grandeza do amor de Cristo, a consolação do Espírito Santo, fortalecendo-o e revelando-lhe "mistérios espirituais" guardados na eternidade, e só revela¬dos agora, eram, para o apóstolo dos gentios, a vitória maior.

Seus sofrimentos físicos se tornam, a partir de então, uma fonte de bênçãos para si próprio e para a igreja em Éfeso.

2. A postura para a oração EF 3: 14

"... dobro os joelhos". A posição de orar com os "joelhos dobrados" não implica regra.

Não há uma postura determinada na Bíblia para orar, mas dentre as várias posições, o dobrar os joelhos tem o sentido de reverência a Deus.

Entretanto, a posição do corpo não nos é essencial à oração, mas sim a postura do nosso espírito, pois é mais importante a postura interior.

Por outro lado, não devemos vulgarizar posturas para a oração nem anular a importância de uma postura exterior, que pode representar nossa Própria atitude interior.

H. A. Alexander escreveu em A Epístola aos Efésios, páginas. 77 e 78:

"Em sua cela de prisioneiro, apesar dos tornozelos acorrentados, Paulo se ajoelha; mas não se trata apenas de uma atitude física: todo o seu ser se dobra, curva-se com o ardente desejo de que aquilo que lhe foi revelado nos seja comunicado e se torne experiência nossa.

“Verga-se sob o fardo espiritual, que depõe diante do Trono da Graça".

3. Uma oração feita ao Pai EF 3: 14,15

A designação "Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" é peculiar no Novo Testamento e expressa a relação existente entre Deus Pai e os crentes em Cristo Jesus.

As palavras "Pai" e "família" estão intimamente ligadas e se destacam nos versículos 14 e 15. 

Nesse texto, a palavra "Pai", relativa a Deus, é mais que uma simples metáfora; alcança um sentido mais amplo.

Alguns teólogos apresentam-na com o senti¬do daquele que é o originador de todas as coisas.

Todo começo parte dEle, e Ele é antes de todos os começos.

No verso 14, a palavra "Pai" especifica o tipo de paternidade divina.

Em primeiro lugar, Ele é "Pai de nosso Senhor Jesus Cristo", o que indica, numa linguagem tipicamente humana, a revelação do amor de Deus na pessoa de Jesus Cristo, seu Filho.

Essa filiação divina, manifestada em carne, possibilitou uma nova filiação, formando uma nova família para com Deus, pelos méri¬tos de Cristo (Jo 1.12-14).

A palavra "família", como está no verso 15, aparece no texto assim: "do qual toda a família".

No original grego, as palavras "pai" e "família" correspondem apater (pai) e pátria (família ou paternidade).

A tradução mais fiel de pátria é paternidade, mas algumas traduções atualizadas preferem a palavra família.

Parte da frase diz: "toda a família", mas a idéia correta distingue cada família ("toda família").

A continuação da frase apresenta: "... família nos céus e na terra", e indica dois tipos de famílias ou paternidades filiadas a Deus Pai — a família nos céus e a família na terra.
Duas interpretações são possíveis.

A primeira prefere traduzir a expressão "toda a família", com a idéia de que o conceito de família ou paternidade vem de Deus e não se restringe a um tipo de família ou paternidade.

Então, pode haver a família dos astros luminosos nos céus, e a família de todas as coisas criadas por Deus nos céus e na terra.

A segunda interpretação, gramaticalmente, é mais correta, porque traduz "toda família" dentro do contexto geral da Bíblia.

Note-se, também, a distinção "nos céus" e "na terra", que pode ser interpretada de duas maneiras. 

Primeira, "toda a família nos céus" reúne todos os redimidos que já morreram; e "toda a família na terra" reúne todos os redimidos em Cristo que formam a igreja na face da Terra.

Segunda, "toda a família nos céus" reúne os seres celestiais (anjos) que servem a Deus todo o tempo nos céus; e "toda a família na terra" reúne todos os salvos que formam a Igreja de Cristo.

Na tradução de Figueiredo, o verso 15 aparece assim: 

"Do qual toda a paternidade toma o nome nos céus e na terra".

A colocação da frase nessa tradução sugere outra idéia: a palavra "paternidade" no lugar de "família" indica autoridade, ou aquele que exerce autoridade sobre outros.

Entretanto, entendemos que toda autoridade (paternidade) exercida na terra é recebida do Pai Celestial, emerge dEle e não de nós.

Ele é antes de nós! Da paternidade perfeita e plena flui a fonte de toda a autoridade nos céus e na terra (Ef 1.17). 

A força que Paulo dá à paternidade de Deus fortalece sua oração.

4. A vida de plenitude pela oração EF 3: 16 - 21

No início do verso 16, a expressão "riquezas da glória" revela a fonte e indica o depósito de tesouros espirituais, os quais ele chama de "riquezas de glória", e pede ao Pai Celestial que essas riquezas sejam dadas aos efésios.

Quais são as riquezas desse tesouro espiritual? Paulo pediu tanto quanto tinha conhecimento em sua revela¬ção. Ele não foi mesquinho na petição, mas sua fé alcançava uma visão maior: pediu o melhor, pediu as "riquezas da sua glória".

1.  Que sejam corroborados com o poder do Espírito Santo EF 3: 76

"... que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior".

Que significa "corroborar com poder"?

A palavra "corrobo¬rar" significa dar mais força ao que se afirmou; implica em comprovar.

No aspecto espiritual, essa palavra tem um sentido mais profundo.

A petição é "para que sejais corroborados no homem interior".

E vestir o homem interior com uma vestidura de poder e força espiritual.

O espírito do homem, por si só, não tem poder de vencer os ataques malignos (Ef 6.10-12), mas transformado e corroborado (vestido) com o poder do Espírito Santo, ele pode vencer todo o mal.

Esse "poder do Espírito" significa força e energia para lutar contra os ataques satânicos e para servir melhor ao Senhor.

Isso é o fortalecimento espiritual do "homem interior", da nova nature¬za recebida através do novo nascimento (2° Co 5.17).

O poder da carne só poderá ser detido pelo poder do Espírito (Gl 5.16,17).

O homem natural não tem poder para combater o pecado, porque o pecado reside no seu interior. 

Somente pela sua transformação através da obra regeneradora do Espírito Santo é que ele se torna "homem espiritual".

O espírito interior do homem se torna acessível ao Espírito Santo e recebe dEle o fortalecimento espiritual necessário (Rm 7.14,15; 1 Co 2.14,15; Gl 5.17,26).

2.  Para que Cristo habite em seu interior EF 3: 17

"Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações".

A oração do apóstolo mostra a maneira como Deus pode operar no crente, isto é, no seu interior.

Os discípulos viveram fisicamente com Jesus e aprenderam a amá-lo.

Comiam, dormiam, bebiam e andavam com Ele por todas as partes da terra santa, sentindo a sua presença física.

Entretanto, quando Jesus morreu, e no espaço entre a sua morte e a ressurreição, sentiram muito a ausência física dEle.

Depois de ressurreto, Jesus apareceu-lhes algumas vezes e confirmou a promessa de estar sempre com eles, não mais fisicamente, mas invisível, no interior deles.

Os discípulos tiveram dificuldades em entender essa distinção.

Jesus cumpriu essa promessa quando enviou o Espírito Santo, que passou a habitar em seus corações, tornando bem real a sua presença espiritual dentro deles.

No original grego, a palavra "habite" dá a idéia de alguém que entra para tomar conta da casa, o nosso coração.
Ele deve ser o Senhor da casa e Ele a arruma como quer, porque sabe o que é melhor para essa casa.

Como Cristo poderá vir a habitar em nossos corações? O verso 17 diz que é "pela fé", não pelos sentimentos, por admiração Como Cristo poderá vir a habitar em nossos corações?

Ele é convidado a habitar, no sentido de tomar posse, de dirigir nossas vidas.

Não é estar perto ou ao lado, mas dentro de nós. Não é habitar temporariamente, como alguém que aluga um quarto da casa e desconhece o restante, mas é habitar no sentido pleno.

E tomar posse da casa e dirigi-la como bem lhe convier (Rm 8. 9,10).

"... nos vossos corações". A palavra "coração" aparece com dois sentidos na Bíblia.
Primeiro, como os sentimentos à parte do entendi¬mento.

Segundo, como toda a alma, incluindo o intelecto e os sentimentos. ção ou por outro meio qualquer.

A fé é o caminho, a via de acesso, a porta para o Senhor entrar e fazer morada.

O significado dessa morada de Cristo dentro do crente é a união mística entre Cristo e o crente em particular.

Neste último sentido, a Bíblia fala de "coração entendido" (1° Rs 3. 9,12; Pv 8. 5), e também como "pensamentos, planos e conselhos do coração" (Jz 5.15; Pv 19. 21; 20.5).

A palavra "coração" tem significado figurativo na Bíblia e deve ser entendida assim.

O coração é tratado como o centro da vida espiritual do crente.

Caráter, personalidade, mente e vontade são termos modernos que refletem uma pessoa, e na Bíblia estes termos são conhecidos como "coração".

3. Para que sejam arraigados e fundados em amor EF 3: 17

"... a fim de, estando arraigados e fundados em amor".

“As palavras 'arraigados" e "fundados" sugerem duas ilustrações.

Elas ilustram uma árvore e um edifício.

O termo "arraigados" pode figurar como a Plantação de uma árvore; é a representação que melhor ilustra a Igreja e foi usada por Jesus — a videira (Jo 15. 5).

Já a palavra "fundados" tem a ver com fundamento e sugere a figura de um edifício, a Igreja (Ef 2. 20,21; Cl 1. 23; 2. 7).

Conforme o texto nos dá a entender, nossas raízes e fundamentos são firmados no amor.

O amor é a base do crescimento e do fortalecimento de nossas raízes em Cristo; a firmeza e a solidez do fundamento de nossa fé estão no amor de Cristo.

Tanto uma árvore bem arraigada quanto o nosso fundamento, feito unica¬mente sobre a Palavra de Deus, indicam que a vida cristã não deve ser superficial nem basear-se em fundamentos rotos (Mt 7. 24-27).

4.  Para uma compreensão perfeita EF 3: 18

"... poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos".

Essa expressão dá continuidade ao versículo 17 e passa a idéia de que jamais alguém poderá entender a grandeza do amor de Cristo sem estar "arraigado e fundado" nesse amor divino.

Outra versão aclara um pouco mais o sentido exato da expressão: "para que sejais plenamente capazes de compreender".

Essa capacitação é recebida do Espírito Santo; não por méritos pessoais, mas por graça e misericórdia do Senhor.

Além disso, essa capacitação não é concedida de qualquer maneira nem a privilegiados especiais entre os santos, mas a todos os salvos em Cristo.

O texto indica a participação individual "com todos os santos".

5.  As dimensões do amor de Cristo EF 3: 18

O conhecimento dessas dimensões é dado a "todos os santos".

Não é dado apenas aos que morreram em Cristo e gozam desse amor no além, mas a todos os santos que atuam na vida cristã, os crentes em Cristo Jesus.

O texto refere-se "a todos os santos" e não a elementos isoladamente.

Envolve todo o corpo de Cristo na terra, a sua Igreja.

O crescimento espiritual da Igreja acontece com todos os crentes que se esforçam em aprender e a buscar esse conheci¬mento.

A palavra "poderdes" implica no esforço para conhecer esse amor. Não se trata de esforço intelectual, mas espiritual.

Como penetrar nas dimensões do amor de Cristo?

A palavra "compreender" não tem significado absoluto porque essas dimen¬sões são infinitas. Penetrar nessa dimensão é como empreender uma viagem no espaço sem fim, viajar por toda a eternidade e nunca encontrar o seu limite.

A Igreja está nessa viagem, e um dia aquilo que é em parte será completo (1° Co 13.10).

1. A largura desse amor EF 3:18

"... qual seja a largura". Assim como o mundo contém toda a humanidade e os demais seres vivos, tal qual é o amor de Cristo. Sua amplitude abrange a todas as criaturas da Terra.

2.  O comprimento e a largura desse amor EF 3: 18

O comprimento e a largura do amor de Cristo não se limitam no tempo e no espaço. Nem tiveram seu início no Calvário, mas compreendem todas as eras, todas as idades, como diz o versículo 21: "todas as gerações, para todo o sempre".

A "altura" do amor de Cristo pode ser entendida em dois sentidos.
Primeiro, esse amor de tão alto está fora do alcance do inimigo, que procura privar o crente do seu gozo inefável.

Segundo, esse amor tem direção vertical em sua relação com o crente.

Assim como Jacó viu em seu sonho "uma escada... posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela" (Gn 28.12), assim também a altura do amor de.

Cristo pode indicar, não a distância que esse amor se encontra de nós, mas a sua canalização do Alto para os nossos corações (Jo 1. 51; 14.19,20).

3. A profundidade desse amor EF 3: 18

Esse amor é ilimitável e insondável, como o é a sabedoria de Deus.

O amor de Cristo não tem fim. Nunca poderá terminar.

E fonte que nunca seca. Nenhuma criatura poderá penetrar a pro¬fundidade da sabedoria divina, expressa em amor (Rm 11. 33).

4. Amor que excede a todo o entendimento EF 3: 19

"... e conhecer o amor de Cristo, que excede a todo o entendimento".

Não é um amor impossível ou incognoscível.

E um amor possível através da experiência obtida no desejo (esforço) de conhecê-lo.

É claro que não é um tipo de amor que possa ser discernido por conceitos meramente humanos ou filosóficos, porque o amor de Cristo é divino e incomparável. Somente aqueles que são nascidos de novo

(2° Co 5.17) podem provar e experimentar esse amor. 

Entretan¬to, esse fato não significa que possam explicá-lo — ele continua a ser um amor que "excede a todo o entendimento".

"... para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus".

No Antigo Testamento, a palavra "plenitude" não aparecia com tanta ênfase e freqüência como no Novo Testamento.

Essa plenitude diz respeito ao crente individualmente e à Igreja como corpo de Cristo.
Os crentes em Cristo são a plenitude do seu corpo místico na face da Terra (1° Co 12.12,27; Ef 4.10).
Conhecer o amor de Cristo significa conhecer a medida de perfeição que Deus tem colocado diante de nós em Cristo Jesus.

Convém notar que essa plenitude é progressiva no sentido de que, assim como Cristo é, nós seremos, à medida que conhecermos o seu amor (Rm 8. 29; Ef 4.13).

O ideal divino para o alcance dessa plenitude está em que o homem remido pelo sangue de Cristo chegue à estatura perfeita de Cristo através do conhecimento do seu grande amor (Ef 4.13).

6. A resposta à oração do apóstolo EF 3: 20,21
Paulo, ao final de sua segunda oração, faz uma doxologia ao Deus Todo-Poderoso, que ouve e responde às orações.

A oração do apóstolo parece ter alcançado um grau tão alto e sublime que nada poderia impedir a sua resposta.

Para Paulo, Deus responde não somente ao que nós pedimos, mas Ele pode fazer muito mais do que pedimos ou pensamos (v. 20).

A total confiança no ilimitável amor divino move o coração de Deus, e a resposta divina chega com bênçãos excedentes, isto é, sempre acima do que pedimos ou pensamos.

Para que isso aconteça, é necessário que nossos desejos, aspirações e vontades sejam canalizados para o centro da vontade de Deus, e Ele, como lhe convier, responderá às nossas petições.

Ele é poderoso não só para fazer tudo o que pedimos ou pensamos, mas para fazer tudo além do que pedimos ou pensa¬mos, para fazer tudo muito mais abundantemente além do que pedimos ou pensamos.

O final do verso 20 mostra ainda como recebemos a resposta de nossas petições, conforme as palavras ali indicam: "segundo o poder que em nós opera".

Que poder é esse? Não é poder intelectual ou físico, nem poder moral.

É o poder do Espírito Santo que opera a partir da obra de regeneração.

É o poder que nos coloca acima dos poderes de Satanás, do mundo e do pecado.

É o poder para testemunhar de Cristo (At 1. 8).

E o poder que nos torna capazes de alcançar a plenitude de Deus.

No verso 21 está escrito: "... a esse glória na igreja, por Jesus Cristo".

Numa outra versão do original, o texto fica assim: "... a ele seja a glória na igreja". Que glória?
A glória de Cristo refletida na sua Igreja.

Em todas as gerações, essa glória sempre lhe pertencerá, e na atual dispensação Ele é o motivo da manifestação da graça de Deus.

As expressões "para todo o sempre" (v. 21) ou, em outra versão, "por todos os séculos" eqüivalem a dizer que todos os séculos formam a eternidade.

A glória de Cristo na Igreja brilhará por toda a eternidade.

A glória de Cristo na igreja refere-se, também, ao testemunho da Igreja a respeito de Cristo, bem como o caráter genuíno do Cristianismo mantido contra todas as intempéries dos séculos.

A Igreja é sempre uma instituição divina, e nunca uma instituição meramente humana.

A glória de Cristo reflete-se na Igreja, isto é, nos crentes que vivem com inteireza os seus ensinos. Nada deve empanar essa glória.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

TIRANDO O VENENO DA LÍNGUA*

TEXTO BASÍCO TG 3:1-18; PV 21: 23; EF 4:29

INTRODUÇÃO

“...a língua, porém, ninguém consegue domar”.

“É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero.” Tg 3:8

Tratar sobre o uso indiscriminado da língua é importante para o crente, porque a maioria dos nossos problemas está relacionado ao mau uso da mesma.

O desequilíbrio nessa área tem levado muita gente ao fracasso.

Através das palavras revelamos: o nosso caráter, a nossa maturidade e o estado do nosso interior.

1° A grande influência desse pequeno membro: é como um leme de navio.

Poder para governar Tg 3: 4

2° É com uma pequena fagulha: Poder de destruir Tg 3: 5

3° É como um membro venenoso: Poder de contaminação Tg 3: 6

4° É como um chicote: Poder de tortura, emocional e psicológica Jó. 5: 21

5° É como uma pena: Poder para marcar no coração Sl. 45: 1

6° É como navalha afiada:  Poder para cortar relações Pv 16: 28

7° É como uma espada afiada: arma de guerra de curta distância Sl. 57: 4

8° É como uma flecha: Arma de guerra a longa distância Jr 9: 8

A Bíblia é rica em advertência nessa área, porque o mau uso da língua destrói e mata amizades. Pv. 16: 28

Arruína a Igreja, arruína a convivência 1° Co 15: 33

“Não vos enganeis, as más conversações corrompem os bons costumes”.

Nós vivemos de relacionamentos, temos que construí-los com amor e paz. Jesus disse que temos que manter a unidade, como Ele e o Pai são unidos.

Jo 17: 23 “Que eles sejam levados à plena unidade”.

8° Não é difícil identificar pessoas com a língua enferma,

As palavras amargas saem de pessoas amargas. Ef. 4: 29,30

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, e não entristeçais o Espírito Santo”.

O conteúdo, o sentido moral e espiritual das conversas.

Quero apresentar alguns grupos de pessoas com a língua enferma:

10° Escarnecedores: Pv. 13:1, Jd 17-18

“Vós, porem, amados, lembrai-vos das palavras apostólicas, que haverá no meio da igreja escarnecedores”.

11° Difamadores: Jd. 8 “Difamadores de autoridades” quer civis ou eclesiásticas.

12° Cochichador: Sl. 41:7 “Todos que não gostam de mim, cochicham contra mim..”.

13° Falsa testemunha: Ex. 23:1 “Não espalharás noticias falsas”

14° O intrometido: I Pe. 4:15 “Não sofra por intrometer em negócios alheios”.

15° O que pode levar uma pessoa a falar mal do próximo?

16° A inveja: Tg. 3: 14, Pv.14: 30 “A inveja é a podridão do corpo”.

17° O orgulho: Gl. 6:2 = 4 “engana quem julga ser alguma coisa, não sendo nada”.

18° O sentimento de culpa: Gn. 3: 11 = 13 “O homem falou mal da mulher e a mulher falou mal da serpente”.

19° O egoísmo: A pessoa egoísta não consegue ver o próximo em equilíbrio, às vezes consegue conviver com alguns escolhidos, mas isso não dura muito, e a arma é falar mal.

Existem alguns conselhos da palavra de Deus para quem quer melhorar nessa área: pedir perdão Pv. 28: 13

“Quem encobre suas transgressões jamais prosperará, mas o que as confessa e deixa alcança misericórdia”;

Corrigir a língua. Sl. 35: 28, “A minha língua celebrará a tua justiça”.

Sl 119:172, “A minha língua celebrará a tua palavra”.

SL 126: 2 “A minha língua entoará o louvor, o jubilo”.

Fazer um propósito Ef. 4: 29

Manter o falar na direção do Espírito Santo Gl. 5:18

“Vós sois guiados pelo Espírito”.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

A ENTREGA DE SAMUEL*!!!

TEXTO BASÍCO 1 Samuel 7:1 a 13

INTRODUÇÃO

"Então, vieram os homens de Quiriate-Jearim e levaram a arca do SENHOR à casa de Abinadabe, no outeiro; e consagraram Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca do SENHOR. Sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou em Quiriate-Jearim, e tantos dias se passaram, que chegaram a vinte anos; e toda a casa de Israel dirigia lamentações ao SENHOR.

Falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se é de todo o vosso coração que voltais ao SENHOR, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o coração ao SENHOR, e servi a ele só, e ele vos livrará das mãos dos filisteus. Então, os filhos de Israel tiraram dentre si os baalins e os astarotes e serviram só ao SENHOR.

Disse mais Samuel: Congregai todo o Israel em Mispa, e orarei por vós ao SENHOR.
6 Congregaram-se em Mispa, tiraram água e a derramaram perante o SENHOR; jejuaram aquele dia e ali disseram: Pecamos contra o SENHOR. E Samuel julgou os filhos de Israel em Mispa. 

Quando, pois, os filisteus ouviram que os filhos de Israel estavam congregados em Mispa, subiram os príncipes dos filisteus contra Israel; o que ouvindo os filhos de Israel, tiveram medo dos filisteus.

Então, disseram os filhos de Israel a Samuel: Não cesses de clamar ao SENHOR, nosso Deus, por nós, para que nos livre da mão dos filisteus. Tomou, pois, Samuel um cordeiro que ainda mamava e o sacrificou em holocausto ao SENHOR; clamou Samuel ao SENHOR por Israel, e o SENHOR lhe respondeu. 

Enquanto Samuel oferecia o holocausto, os filisteus chegaram à peleja contra Israel; mas trovejou o SENHOR aquele dia com grande estampido sobre os filisteus e os aterrou de tal modo, que foram derrotados diante dos filhos de Israel.

Saindo de Mispa os homens de Israel, perseguiram os filisteus e os derrotaram até abaixo de Bete-Car. Tomou, então, Samuel uma pedra, e a pôs entre Mispa e Sem, e lhe chamou Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o SENHOR. 

Assim, os filisteus foram abatidos e nunca mais vieram ao território de Israel, porquanto foi a mão do SENHOR contra eles todos os dias de Samuel.”1 Samuel 7.1 a 13

Nos dias de Saul, os filisteus tomaram a Arca do Senhor, que ficou aproximadamente dez anos longe de Israel. 

As pessoas não se importavam, mas Deus queria que ela voltasse. 

Os judeus tinham medo da Arca, por causa das pragas que vieram através dela. 

Nesta passagem, nós vemos também que eles sabiam do poder da Arca, mas ainda idolatravam os baalins e os astarotes.

Os judeus viveram 20 anos de derrotas e sem a bênção do Senhor. 

Os filisteus sempre prevaleciam. Mas Samuel deu uma orientação: “Concerte-se com Deus!”.

Com base nesta passagem, eu quero destacar alguns pontos importantes:
  
1- Samuel disse: Tire todas as pendências (baalins e astarotes)

Os baalins e astarotes representam os nossos ídolos internos e as pendências que nós temos.

2- Samuel disse: Entregue uma oferta

Eles se reuniram e derramaram a água – algo muito preciosos para eles –. Samuel também entregou uma oferta. Esta oferta nunca havia sido entregue! Era um cordeiro que ainda mamava.

Naquele momento, o Senhor recebe aquela oferta e acontece um fato sobrenatural. 

Os filisteus, que estavam em Mispa, tinham em seus corações o desejo de destruir o povo Israel. 

Na exata hora em que os filisteus desceram contra o povo de Israel, Samuel consagra a oferta, ou seja, aquela oferta deu-lhes um grande livramento e a primeira vitória daquele povo, depois de 20 anos!

3-Deus está encerrando um ciclo de derrotas

Naquele dia, o Senhor interveio e nunca mais, nos dias de Samuel, o inimigo se levantou!

Em Deus, sempre haverá um escape e uma porta aberta! Neste ano, Deus vai te dar um escape glorioso.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

BENÇÃO E MALDIÇÃO

BENÇÃO E MALDIÇÃO 

TEXTO BASE TG 3:10

INTRODUÇÃO

"...de uma só boca procede benção e maldição." Tg 3.10

O mundo espiritual é uma realidade onde encontra-se os seres espirituais, não podemos vê-los mas sentimos sua influência direta na vida. Muitos cristãos ainda não despertaram para este fato e vivem cegos, recebendo em si as consequências de sua incredulidade.

Abençoar e amaldiçoar é uma autoridade dada aos homens por Deus desde a antiguidade e vemos na Palavra a sua seriedade.

As recomendações feita pelo Senhor são inúmeras quanto ao falar, pois, as palavras podem dar vida ou morte.Mateus 12. 36,37

"Digo-vos que toda palavra frívola ( fútil, leviana, volúvel, vã) que proferirem os homens , dela darão conta no dia do juízo. Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pela tuas palavras serás condenado."
Tiago 3.10

"... De uma só boca procede benção e maldição." Marcos 11.23

" Se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar... Assim será..."Marcos 11.14,21

"...Nunca jamais coma fruto de ti... A figueira que amaldiçoaste, secou."

A palavra e dotada de poder para abençoar e amaldiçoar.


I° AMALDIÇOANDO A SI PRÓPRIO ( Sl 109.17)

Geralmente se vê esta questão de outro ângulo, sempre como sendo amaldiçoado por alguém; mas na maioria das vezes auto-amaldiçoa-se de forma involuntária e recebem na vida as conseqüência pela liberação de palavras e expressões indevidas, por exemplo:

Sou idiota; não presto para nada; meu destino é sofrer; sou azarado; nasci para o fracasso; nunca vencerei; sou danado; e muitas outras. Estas expressões quando proferidas, autorizam aos espírito demoníacos a agir fazendo acontecer o declarado. Portanto cuidado com as palavras.

A auto-estima também é abalada quando se fala do corpo, por exemplo:

Não gosto do cabelo; da boca; dos olhos; dos dentes; do nariz ; sou gordo etc. estas lamentações abre as portas para o maligno agir e a situação torna-se muito grave.

Muitos nos momentos de dificuldade ou mesmo ao divertir-se fazem pedidos terríveis. Isto é dar brecha ao diabo e ele age. Veja o exemplo judeu:

"Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos (Mt 27.24,25)

O resultado é visível até nos dias atuais; perseguições, mortes, exílios, guerras intermináveis, etc. Assim é a vida dos Israelitas.

A Palavra tem muito poder! (Mt 15.11 e Tg 3.6)


II° AMALDIÇOANDO O PRÓXIMO ( Ec 7. 2)2

Quanto ao próximo, deve-se ter o cuidado de não proferir palavras não edificantes, pois pode-se amaldiçoá-lo. Na Bíblia vê-se o exemplo de Noé, que amaldiçoa seu filho Canaã .

"... Maldito seja Canaã.." (Gn 9.24-27)

E assim foi amaldiçoado, poucas palavras mas o suficiente para a desgraça de alguém.

Deve-se ter um cuidado especial com palavras ou expressões que verdadeiramente desconhecemos o significado, como exemplo veja:
Danado, muito comum no Brasil, mas seu significado é condenado ao inferno. (Dicionário Aurélio)


III° AMALDIÇOANDO AS AUTORIDADES (Ex 22.28 e Ec 10. 20)

Devido as grandes dificuldades o homem está muito propenso a descarregar nas autoridades (vereador, prefeito, dep.,governador, presidente e outras) os seus males e geralmente o faz com palavras pesadas, de maldição. 

Os cristãos precisam ter o cuidado de não procederem de forma pecaminosa a semelhança dos ímpios; a vontade de Deus é que sejam abençoados, que orem por eles.

Quando os governantes são amaldiçoados , as conseqüências recaem sobre seus cidadãos (Rm 12.14) .


IV° AMALDIÇOANDO OS FILHOS ( Gn 9.24-27)

É extremamente fácil praticar o ato da maldição contras os filhos. Por serem cheios de energia e em muitos casos desobedientes, teimosos e respondões, facilmente enerva os pais, que usam palavras e expressões de maldição.

Pais, cuidado com os termos usados em relação a seus filhos, falem palavras edificantes , construtivas e positivas; assim certamente serão honrados pelo Deus vivo.

Paguem o preço pelo filho, orando; jejuando; ensinando; levando-os aos montes; vales e matas para orar.


V° BENÇÃO E MALDIÇÃO

"Todo homem, pois seja pronto para ouvir, tardio pra falar ... Se alguém não tropeça no falar é perfeito... 

Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno... 

A língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar... Com ela bendizemos ao Senhor; também com ela amaldiçoamos os homens, feito à semelhança de Deus: de uma só boca procede benção e maldição... Seis cousas o Senhor aborrece... Língua mentirosa... Testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos."

(Veja os textos na integra: Tg 1.19; 3.1-12 e Pv 6.16-19)

O ser humano possui uma particularidade muito especial, pois além da vida física, carrega em si a uma outra vida, que o torna um ser espiritual. Esta situação o difere dos demais animais criados pelo Senhor Deus e o capacita a desenvolver uma intimidade com o espiritual, seja, com o Todo Poderoso ou por conseqüência de uma opção ou simplesmente pelo fluir da vida com o maligno. 

E devido a esta espiritualidade natural, ele detém em suas palavras autoridade para abençoar ou amaldiçoar; dar vida ou tirar vida.

Os servos do Senhor, homens chamados pelo Espírito Santo e lavados no Sangue do Senhor Jesus, necessitam dar uma atenção muito especial às palavras que proferem, pois, estão cheios da autoridade de Deus (Lc 10.19,20); e o mau uso da língua pode trazer sérios danos sobre sua própria vida ou de outrem. Uma vida de constante vigilância e direcionada pelo Espírito Santo é a solução para manter a nossa língua sob domínio e no temor do Senhor.

Os ensinamentos que nos são dados por Deus, em relação ao falar são muitos. Neste breve artigo, descrevo alguns. Abra teu coração e permita que o Espírito Santo ilumine teu entendimento e estejas pronto a ouvir sua voz.

a) Todo homem, seja pronto para ouvir. (Tg 1: 19)

 "Se o ouvirem e o servirem, acabarão seus dias em felicidade, e os seus anos em delicias". Jó 36.11

O Senhor Deus, aconselha ao homem para que aprenda a ouvir, e valoriza os servos que na obediência aos princípios eternos, tornam-se bons ouvintes.

"... chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios tolos..." (Ec 5.1). 

O abrir a boca em muitos casos não é uma atitude sábia, e pode levar-nos ao erro. 

É preciso aprendermos ouvir, tanto o certo quanto o errado e, após uma reflexão o falar. 

Assim, não proferiremos palavras néscias. "...e do muito falar, palavras néscias." (Ec 5.3) 

A condição de ouvinte é um conselho que encontramos em toda a Bíblia, veja algumas referencias:

"Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá..." (Is 55.3)

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas..." Ap 2.17

"As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio valem mais do que os gritos de quem governa..." Ec 9.17

"Tenho ouvido, ó Senhor..." Hc 3.2

"Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz..." (Ex 19.5)

"Povos todos, escutai isto, daí ouvidos, moradores todos da terra..." (Sl 49.1)
"Melhor é ouvir a repreensão do sábio..." (Ec 7.5) entre outros.

É notório portanto, que o Senhor deseja que os seus seguidores sejam bons ouvintes, que saibam ouvir tanto o certo quanto o errado e após, uma analise que fale na autoridade do Espírito Santo.

b) Todo homem seja, tardio para falar (Tg 1.19)

O Senhor nos ensina que devemos ser tardios no falar, ou seja, é preciso pensar antes, não sermos precipitados nas declarações ou em expor nossas conclusões. 

Às vezes a primeira impressão, leva-nos à conclusões que não correspondem com a realidade de uma situação. Bom e calar-se!

Veja o conselho de Salomão:

"Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma... Sejam poucas as tuas palavras..." (Ec 5.2,3)

"Não consintas que a tua boca te faça culpado... Como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também nas muitas palavras..." (Ec 5.6,7)

"O homem prudente, este se cala." (Pv 11.12)

"Até o tolo, quando se cala, é tido por sábio" ( Pv 17.28)

"No muito falar não falta transgressão, mas o que modera seus lábio é prudente" (Pv 10.19)

 Escolhidos do Senhor, deixe que a vossa língua seja dominada pelo Espírito de Deus e saibam falar ou calar-se na hora certa. É sábio quem pede ao Senhor domínio sobre sua língua.
c) Todo homem seja, tardio para se irar (Tg 1: 19)

O que realmente é a ira? No dicionário (Aurélio) encontramos a seguinte definição:

"Cólera, raiva, indignação, desejo de vingança." Quantas vezes tais sentimento afloram em nosso ser contra um irmão e levados pela precipitação da carne, os exteriorizamos trazendo sérias conseqüências. Por exemplo: Vidas são destruídas; amizades torna-se em inimizades; depressões e desespero; acidentes, crimes são praticados; a obra de Deus é envergonhada; entre tantas outras conseqüências.

Mas, como seres humanos, vivendo nas dificuldades do dia-a-dia, infelizmente não estamos isentos da ira, da raiva, no entanto, como homens espirituais que somos, devemos observar a orientação que Paulo deu aos de Éfeso:

"Irai-vos, e não pequeis, não se ponha o sol sobre vossa ira, nem deis lugar ao diabo... Longe de vós toda a amargura e cólera, e ira, e gritaria... Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros" (Ef 4. 26,27,31,32)

Quantas vezes em nossa falta de sabedoria nos expressamos no auge do "sangue quente" ou da "cabeça quente" e os resultados são terríveis! Esta não é a forma correta do Servo do Senhor agir, mas, se infelizmente isto vier a acontecer, o mandamento de Deus é que "Não se ponha o sol sobre a vossa ira" ou seja, é necessário resolver o problema o mais rápido possível; e para contornarmos determinadas situações, é preciso nos humilhar diante do irmão atingido e clamar o seu perdão.

A ira destitui o servo da graça de Deus, ela nos afasta da comunhão verdadeira com o Eterno. É impossível haver intimidade com Deus, quando o nosso coração está cheio de ira, cólera contra o próximo.
"Deixa a ira, abandona o furor..." (Sl 37.8)

"O homem de grande ira tem de sofre o dano..." (Pv 19.19)

"O iracundo levanta contendas..." (Pv 29.22)

"Não te apresses em irar-te, porque a ira se abriga no íntimo dos insensatos." (Ec 7.9)

Meditando nestes textos, facilmente concluímos que em nossa vida com Deus, não há lugar para a ira.

A ira é fruto da carne, "...As obras da carne são conhecidas e são: ... iras... e cousas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro... não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam (Gl 5.19-21).

A vontade de Deus para a vida dos seus servos é que vivam em santidade, sem iras, sem contendas e que saibam proferir palavras abençoadas.

"A resposta branda devia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. 

A língua do sábio adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a tolice." (Pv 15.1,2)

Mas, se numa ocasião perdermos de vista este ensinamento e agirmos de forma errônea ou ainda, se formos o alvo da ira de alguém, o ensinamento dado por Deus é o seguinte:

"Se teu irmão pecar contra ti; repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe" (Lc 17.3) Estas palavras se aplicam àquele que deixou-se irar e levantou-se contra outrem, que em humildade e cheio do perdão de Deus, vá ao encontro da pessoa atingida e humilhe-se diante dele e clame pelo seu perdão. Mesmo que estejas cheio de razão, deixe fluir de ti o perdão.

Jesus nos fala sobre o perdão ao próximo. Ele deseja que o Servo queira perdoar continuamente e ajudar os que o ofendem, em vez de permitir que um espírito de vingança e ódio se abrigue.

"Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" (Mt 5.44-48)

"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb12.14)

d) Cada servo deve saber refrear a sua língua:

"Se alguém supõem ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã." (Tg 1.26)

As vezes nos perguntamos o que é "refrear"? a resposta é: Conter com freio; frear, enfrear; Reprimir, conter, suster; Dominar, sujeitar, subjugar, vencer; Tornar menor ou menos intenso; moderar, reprimir; Conter-se, comedir-se, reprimir-se; Abster-se, privar-se.

Esta prática deve ser uma constância na vida de alguém que procura com sinceridade servir ao Mestre. 

Saber dominar a língua nos dá autenticidade na caminhada com o Senhor, aqueles que não a domina, "engana-se a si próprio e sua religião é vã". 

É o tipo de vida sem valor, sem expressão, sem poder, sem salvação.

O Senhor Jesus afirma:

"... a boca fala do que está cheio o coração." (Lc 6.45)

O que nossas palavras tem causado ao nosso próximo, benefícios ou malefícios?

É tempo de parar e se auto-examinar! Afinal:

"Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmo." (Tg 1.22)
"Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios." (Sl 141.3)

"O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína."(Pv 13.3)

Estamos vivendo "os tempos finais", é uma época altamente espiritualizada, na qual o maligno procura uma brecha na vida dos servos para semear as sementes do mau. 

É preciso vigiar, e estarmos consciente que a conversa descuidada, impura, maliciosa, com gírias e a língua desenfreada são caminhos tortuosos, que conduzem ao pecado.

"Não consintas que a tua boca te faça culpado..." (Ec 5.4)

"Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também nas muitas palavras." (Ec 5.7)

"Refreia tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente." (Sl 34.13)

E assim deve ser o nosso proceder:

"Ouvi, pois falarei cousas excelentes; os meu lábios proferirão cousas retas. Porque a minha boca proclamará a verdade; os meu lábios abominam a impiedade. São justas todas as palavras da minha boca, não há nelas nenhuma cousa torta, nem perversa." (Pv 8.6-8)

A língua é fonte de grandes bênçãos, mas, pode também disseminar uma infinidade de males. E para o domínio verdadeiro deste órgão tão pequeno, é preciso uma vida de santidade, dobrada diante do trono do Eterno

"Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno... a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido... com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos os homens..." (Tg 3.6,8,9)

Vemos que a língua é comparada ao fogo. E o exemplo dado, é que apenas um "palito de fósforo" pode incendiar toda uma floresta (Tg 3.5). "A tua língua urde planos de destruição; é qual navalha afiada, ó praticadora de enganos! Amas o mal antes que o bem; preferes mentir a falar retamente." (Sl 52.2,3)

A nossa atenção precisa ser desperta para a vida cotidiana, e não permitir que nossa boca seja instrumento de propagação de intrigas, invejas, fofocas, mentiras e tantos outros males, que "toca" no Senhor e destrói nossa comunhão com Ele e com os irmãos.

"Com ela bendizemos ao Senhor; também com ela amaldiçoamos os homens... de uma só boca procede benção e maldição..." (Tg 3.9,10)

Infelizmente é muito comum que nos momentos de ira, ou até mesmo em nossas descontrações e brincadeiras percamos de vista a orientação divina e a língua transforma-se em instrumento para o mal e palavras amaldiçoadoras são proferidas. 

É preciso um cuidado redobrado com as palavras que não conhecemos a fundo os seus significado e expressões que denotam maldição. 

Afinal, é bom lembrarmo-nos que haveremos de prestar contas a Deus de todas as nossas palavras.

"Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia de juízo; porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado." (Mt 12.36,37)

"O justo aborrece a palavra de mentira..." Pv 13.5 Viver em retidão é uma necessidade.

"Sim, sim e não, não" (Mt 5.37) é nesta simplicidade a determinação que o Senhor Jesus deixa a seus seguidores; tão clara quanto à luz do dia. Impossível que alguém não a compreenda.

Os servos do Mestre, preferem arcar com as conseqüência de uma palavra verdadeira à contar uma pequena e até "insignificante" mentira. Veja o exemplo de Daniel (Dn 3.16-19).

Ele tinha plena consciência que a mentira e considerada por Deus como "abominação":

"Os lábios mentirosos, são abomináveis ao Senhor."(Pv 12. 22) E que aqueles que optam por viver longe da retidão, com certeza receberão o castigo e viverá eternamente ao lado do pai da mentira, o próprio diabo (Jo 8. 44).

Veja também: Ap 21. 8,27

Conclusão:

É preciso estar atento e ter pleno conhecimento que o Senhor não tolera a mentira e o engano.

Inclusive no seio da igreja.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado