Textos base: Lucas 4.14-30; Marcos 6.1-6; referências auxiliares: Mt 4.23; 9.35; 13.54; Mc 1.21,39; 6.2; Lc 4.15,44; 6.6; Jo 6.59; 18.20; Mt 12.9-14; Mc 3.1-6; Lc 6.6-11; 13.10-17; Mc 1.23-27; Lc 4.33-38.
1. Contextualização Histórica e Cultural
Nazaré e a Galileia: Nazaré era uma pequena vila na Galileia, região de população mista e influências judaicas, gregas e romanas.
Jesus cresceu nesse ambiente agrário e multicultural, o que influenciou sua linguagem, parábolas e abertura para os marginalizados.
Sinagoga: Centro de ensino e culto judaico, onde era costume a leitura e explicação das Escrituras aos sábados. Jesus, como era hábito, participa desse rito local (Lc 4.16
Expectativa Messiânica: O povo esperava um Messias libertador, mas sua visão era limitada ao nacionalismo judaico e à restauração política de Israel.
2. Exposição do Texto (Lucas 4.14-30)
A. O início do ministério público (vv.14-15)
Jesus retorna à Galileia “no poder do Espírito” e sua fama se espalha por ensinar nas sinagogas.
B. O manifesto na sinagoga (vv.16-21)
Jesus lê Isaías 61.1-2, proclamando:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres...”
Ele declara o cumprimento da profecia naquele momento: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (v.21).
O manifesto destaca:
Boas novas aos pobres
Libertação aos cativos
Recuperação da vista aos cegos
Liberdade aos oprimidos
Proclamação do ano aceitável do Senhor (alusão ao jubileu)
C. Reação da comunidade (vv.22-30)
Inicialmente, há admiração pelas “palavras de graça” de Jesus, mas logo surge o ceticismo: “Não é este o filho de José?”
Jesus confronta a incredulidade local, citando exemplos de bênçãos a estrangeiros (viúva de Sarepta, Naamã, o sírio), mostrando que a graça de Deus não se limita a Israel.
A reação é de rejeição e violência: querem lançá-lo do monte, mas Jesus passa ileso pelo meio deles.
3. Ilustração
Imagine um jovem que retorna à sua cidade natal após estudar e crescer em sabedoria. Ele é convidado a falar em uma reunião importante, e todos ouvem com admiração. Mas, ao desafiar as tradições locais e propor uma visão mais ampla e inclusiva, aquele jovem passa de orgulho da comunidade a alvo de hostilidade. Assim foi Jesus em Nazaré: acolhido como filho, rejeitado como profeta.
4. Análise dos Textos Paralelos e Temas
Ensino e Autoridade: Jesus ensinava nas sinagogas com autoridade, diferente dos mestres tradicionais (Mt 4.23; 13.54; Mc 1.21; Lc 4.15).
Curas e libertação: Não só ensinava, mas curava (Mt 12.9-14; Lc 6.6-11; 13.10-17) e expulsava demônios nas sinagogas (Mc 1.23-27; Lc 4.33-38), mostrando que o Reino de Deus é libertação integral.
Rejeição: A rejeição em Nazaré (Mc 6.1-6; Lc 4.28-30) ecoa o padrão bíblico de profetas não serem aceitos em sua terra (Lc 4.24; Mc 6.4).
Universalidade da salvação: Jesus rompe barreiras étnicas e sociais, citando exemplos de estrangeiros abençoados no Antigo Testamento, sinalizando o alcance universal do Evangelho.
5. Aplicação Prática
O manifesto de Nazaré desafia a Igreja a proclamar o Evangelho com foco nos marginalizados, a agir em justiça social e a não restringir a graça de Deus a fronteiras culturais ou religiosas.
A rejeição de Jesus em Nazaré alerta para o perigo de rejeitarmos o novo de Deus por causa de nossos preconceitos e familiaridade excessiva.
6. Conclusão:
O Manifesto de Nazaré é o programa do Reino: anúncio, libertação e inclusão. É o chamado para que a Igreja continue a missão de Cristo, levando boas novas, cura e libertação a todos, especialmente aos mais esquecidos. Jesus, o profeta rejeitado em sua terra, é o Messias de todos os povos e tempos.
Que esse esboço seja uma bênção para sua pregação!🙏✨
🤝Nos laços do Calvário que nos unem.
✝️ Pr. João Nunes Machado
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo! Obrigado por visitar nosso blog, com mensagens inspirativas, baseado na Bíblia, e vídeos ao seu alcance.