terça-feira, 28 de junho de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1611 Publicação da Versão do Rei Tiago da Bíblia


“Ao supremo e poderoso Príncipe Tiago pela graça de Deus…”: o príncipe era o filho de Maria da Escócia, e a fonte dessa citação é a dedicatória presente na Bíblia que foi traduzida sob sua direção.


Depois de a rainha Elisabete, a governante da Inglaterra, morrer sem deixar descendentes, Tiago VI da Escócia também se tornou Tiago I, rei da Inglaterra. 

Diante de sua ascensão, os calvinistas esperavam que sua formação presbiteriana fizesse com que ele se voltasse a favor daquele grupo, pois a Igreja da Inglaterra ainda passava por um período de ajustamento. 

Embora essa igreja já tivesse se livrado de muitas coisas do catolicismo, que as igrejas reformadas tanto rejeitavam, ela não era tão protestante quanto as igrejas européias de confissão luterana e calvinista. 

Alguns anglicanos com fortes inclinações reformistas não abandonaram a igreja oficial, mas queriam “purificar” a igreja — e essa é a origem de seu nome: puritanos.

Tiago tinha opiniões bastante fortes quanto à realeza: acreditava que tinha o “direito divino” de governar, como também considerava a hierarquia anglicana, com o título de “Defensor da Fé” que o monarca recebia, muito atraentes para ele. Desdenhava do presbiterianismo, pois encorajava uma independência que não se encaixava com o direito divino de governar que o rei possuía.

Mesmo antes de Tiago chegar a Londres, os puritanos lhe entregaram a Petição dos mil, supostamente endossada por mil homens. 

Nela, pediam mudanças moderadas na Igreja da Inglaterra. 

Tiago não tinha intenção de ceder às pressões puritanas, mas, pelo fato de eles serem muito numerosos, não podia simplesmente ignorá-los. 

Assim, em janeiro de 1604, uma conferência de bispos e de puritanos se reuniu em Hampton Court. 

De modo geral, a reunião na qual Tiago ameaçou “expulsá-los para fora da terra” foi um fracasso para os puritanos. 

Sua única vitória foi o fato de receberem de Tiago a aprovação para uma nova tradução da Bíblia.

O rei se considerava uma espécie de erudito e pode ter achado que o trabalho valesse a pena, mas ele também queria se afastar da Bíblia de Genebra — uma versão popular, publicada em 1560, de inclinação claramente calvinista. 

A Bíblia dos Bispos, uma versão de 1568, cujo objetivo era substituir a Bíblia de Genebra, recebera aceitação para uso na igreja, mas as pessoas comuns nunca a consideraram como sua Bíblia. 
É óbvio que uma tradução que apoiasse o direito dos reis e que recebesse a aceitação como uma Bíblia de leitura pública beneficiaria Tiago.

Ele indicou 54 estudiosos, dividindo-os em grupos de sete ou oito, que poderiam trabalhar individualmente ou em grupo. 

A criação da nova versão bíblica poderia se basear tanto nos textos originais quanto nas traduções mais antigas, por exemplo, a Bíblia de Tyndale, que teve grande impacto sobre esse trabalho.

A tradução prosseguiu de 1607 até 1611. 

Embora não seja possível provar que a Autorize Version [Versão Autorizada], ou, como é mais conhecida, a Versão do Rei Tiago, recebeu o reconhecimento oficial do próprio rei, ela, com o tempo, realmente substituiu a Bíblia de Genebra. 

Foi uma produção bastante erudita, uma tradução precisa, que foi utilizada por muitos séculos.

Para muitas pessoas de língua inglesa, ela ainda é a Bíblia.

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