quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O FILHO REINA PARA ENTREGAR O REINO AO PAI

TEXTO BASE AP 19: 6

TEMA:O FILHO REINA PARA ENTREGAR O REINO AO PAI

INTRODUÇÃO 

“E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-poderoso reina” (Ap 19: 6).

Verdade Aplicada: A plena justiça de Deus será satisfeita de modo justo e justificável.


Objetivos da Lição:


1° Mostrar que Deus jamais deixará de justificar aqueles que recebem a justiça de Cristo.

2° Tornar relevante a submissão a Cristo como requisito para entrar no reino de Deus.

3°Reforçar que a justiça de Deus é sempre aplicada no tempo, na medida e no modo certo.

Textos de Referência: Ap 19.11-14,16

Cristo derrubará todo governo e autoridade e depois virá o fim da presente era, quando Ele entregar o reino a Deus, o Pai (1° Co 15. 24-26). 

Os eventos proféticos narrados em Apocalipse 19.11-21 a 20.1-15 enumeram esses governos e autoridades humanas e os inimigos de Cristo. Relatam também como será o fim deles.

 Falam ainda da inauguração do Milênio, quando inicia o processo de restauração da terra redimida e purificada, durante o qual Cristo reinará e vencerá, e julgará todos os demais inimigos, inclusive a morte.

O texto de Ap 19.1-20.15 pode ser visto como que se tratando da volta de Jesus com poder e grande glória depois de terem se completado os juízos de Deus sobre a terra. De forma geral, estes dois capítulos mostram os seguintes acontecimentos:

*Em Ap 19.1-6, João relata a alegria e triunfo que se ouve no céu por parte de seus habitantes, já que estes reconhecem serem justos os juízos de Deus sobre a terra, além de se alegrarem também com o já iminente Reino de Jesus Cristo sobre a terra.

*Em Ap 19. 7-9, João relata o regozijo em relação a vinda das bodas do Cordeiro, e além disto, ele se refere à boa aventurança daqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.

*Em Ap 19.10, João relata sua atitude de lançar-se aos pés do anjo que lhe falava para o adorar. O anjo, porém rejeita sua atitude, dizendo-lhe para não praticar tal ato, pois ele também era seu conservo e de seus irmãos. 
João e todos os demais seres celestiais ou terrenos, devem adorar somente a Deus, porque, conforme as palavras do anjo, “o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Ap 19.10b), ou seja, nas palavras de W. MacDonald (1993, p. 1014) 

“o verdadeiro propósito da profecia é dar testemunho da Pessoa e obra de Jesus”.

*Em Ap 19.11-21, João descreve o momento da volta de Jesus com poder e grande glória, estando este acontecimento relacionado à batalha do Armagedom. 

O texto termina com o relato acerca da vitória de Cristo sobre a Besta, sobre o Falso Profeta e sobre todos os demais que encontravam-se unidos ao Anticristo.

*Em Ap 20.1-10, João descreve a prisão de Satanás por mil anos e na seqüência a instalação do Reino Milenar de Jesus Cristo sobre a terra. 

Este trecho termina descrevendo o fim de Satanás depois do mesmo ser solto e tentar mais uma vez enganar as nações.

*Em Ap 20.11-15, João descreve o juízo do Trono Branco, quando então acontecerá o juízo final de todos aqueles cujos nomes não se encontravam descritos no livro da vida. 

O fim desta presente era termina com o juízo do Trono Branco, quando então o último inimigo a ser aniquilado será a morte. Depois disto “um novo céu e uma nova terra” adentrarão a eternidade, quando então Cristo entregará o reino a Deus o Pai, conforme Paulo escreve em 
1° Co 15. 24-26: “Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. 

“Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte”.

I° O cavaleiro do cavalo branco e o seu séquito:

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 

E os seus olhos são como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas...” (Ap 19.11,12). Essa descrição não deixa dúvida de que Cristo é o Cavaleiro.

1° O perfil de Cristo como guerreiro e Juiz:

Ele é valente e corajoso e sozinho guerreará contra o ajuntamento dos ímpios, por isso, suas vestes estão salpicadas de sangue (Ap 19.3,15; Is 63.3). 

O nome Fiel e Verdadeiro (Ap 19.11b) contrasta com os nomes de blasfêmia da Besta (Ap 17. 3). 

Para um mundo que detém a verdade em injustiça (Rm 1.18), organizado e armado em franco desafio a Deus, Ele virá como um guerreiro que peleja com justiça. 

À sua Palavra fiel e verdadeira (Ap 19.15), nenhum infiel e mentiroso poderá resistir. 

É o Justo Juiz que julgará com justiça e destruirá todas as formas de impiedade e injustiça. Ninguém poderá se justificar diante dos seus olhos flamejantes (Ap 19.12).

Ap 19.11,12: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. 

E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. 

E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”.

Em Ap 19.11-21, João mostra como se dará o reto rno de Jesus à terra quando então Ele tomará posse daquilo que por direito lhe pertence. 

João contempla Jesus em um cavalo branco, porém em contraposição ao cavaleiro do cavalo branco de Ap 6. 2, sendo este o Anticristo que reinará, porém não tendo sobre si esse direito; Jesus Cristo, o Cavaleiro de Ap 19.11 traz em si o caráter quanto a sua fidelidade a Deus e a sua Palavra, além dEle trazer também sobre si, o direito de reinar sobre todas as nações, pois o principado está sobre os seus ombros (ver Is 9. 6,7), daí sobre sua cabeça haver muitos diademas. 

Os olhos de Jesus como chama de fogo retratam sua onisciência, e, portanto sua divindade, além de indicarem também o intento de Jesus em seu retorno de julgar. 

A veste salpicada de sangue é também um indicativo do julgamento que será realizado por ocasião da volta de Jesus, e, além disto, ela traz em memória, o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, sendo este o preço que foi pago pela redenção da humanidade. 

A menção da veste de Jesus salpicada de sangue retrata, por sua relação com seu sacrifício, a humanidade de Jesus, e desta forma, a identidade de Jesus é mais uma vez evidenciada nas Escrituras como sendo Ele verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. 

O caráter divino/humano de Jesus é ainda demonstrado, quando então João faz menção ao nome de Jesus como sendo “a Palavra de Deus”, ou de forma equivalente, “o Verbo de Deus”, nome este acerca do qual, ele próprio já havia escrito em Jo 1.1-3,14: 

“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 

Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez. 
[...]. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.1-3,14). 

O texto de Ap 19.11,12, mostra, portanto a vinda de Jesus como o Deus-Homem que reinará, tendo Ele esse direito não somente por ser Ele o Criador, mas também por ser Ele o Redentor de toda a humanidade, de toda a terra e de toda criação.

2° O perfil de Cristo como Rei:

Ele é Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Ap 19.16). 

Ele regerá as nações como vara de ferro (Ap 19.15) e ninguém poderá resistir à plenitude de sua autoridade representada nos muitos diademas que usa (Ap 19.12). 

Este e outros traços de Jesus apontam para as diferenças gritantes entre Ele e os dominadores deste mundo tenebroso contra os quais Ele pelejará e vencerá, e julgará com justiça.

3ª Os exércitos de Cristo:

A descrição dos exércitos em Apocalipse 19.14 confere com o que se diz da igreja (Ap 19. 8) e, portanto, ela está aqui organizada em muitos batalhões, e segue a Cristo na campanha contra os povos estribados na impiedade maldade e injustiça. 

As roupas brancas e puras, em contraste com as de Cristo que estão salpicadas de sangue, sugerem que a esposa do Cordeiro não se envolverá na batalha, pois é o Esposo quem retribuirá (Is 63. 4) aos seus inimigos todo o mal que fizerem ao seu corpo e à igreja (Rm 12.19; Dt 32. 35). 

Em Ap 19.14, João fala dos exércitos que virão em companhia de Jesus, sendo estes “os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro”. 

Esta linguagem faz referência aos santos em corpos glorificados que estarão retornando com o Senhor por ocasião da segunda fase de sua segunda vinda, sendo que a primeira fase é aquela referente ao arrebatamento da igreja que já terá então ocorrido antes do período da Tribulação/Grande Tribulação. 

Pode-se dizer, portanto que os exércitos que seguem a Jesus envolvem tanto a igreja, quanto os santos do Antigo Testamento, já que estes também já se encontrarão em corpos glorificados, fato este que ocorrerá na ressurreição dos santos por ocasião do arrebatamento da igreja (ver 1° Co 15. 51,52; 1° Ts 4.13-18; Hb 11. 39,40; Ap 4.4). 

Com relação as vestes de Cristo salpicadas de sangue, estas já são assim vistas por João, antes de João fazer menção “ao lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso” (ver Ap 19.15). 

Apesar delas então trazerem algum tipo de relação com a batalha do Armagedom, em primeira instância, elas trazem em si um memorial quanto ao sacrifício de Jesus realizado na cruz do Calvário por ocasião de sua primeira vinda. 

Os santos em corpos glorificados não são vistos tendo suas vestes “salpicadas de sangue”, pois a obra de Jesus Cristo é única e suficiente para a redenção de toda humanidade, não sendo, portanto necessário nenhuma complementação por parte da igreja ou por parte de qualquer outra pessoa, ao sacrifício de Jesus já efetivado na cruz do Calvário. 

Em relação a visão de João quanto a vinda dos exércitos que há no céu em cavalos brancos, é interessante perceber a contraposição ao aparecimento do Anticristo, já que este foi seguido pelo aparecimento de um cavalo vermelho, um preto e um amarelo, símbolos de guerra, fome e morte; porém no caso de Jesus, o que ocorre é o oposto, pois os cavalos brancos e o linho fino, branco e puro trazem em si uma simbologia da paz e justiça permanente que haverá no reinado de mil anos de Jesus Cristo sobre a terra. 

Em Ap 19.16, João se refere ao fato de na veste de Jesus e na sua coxa encontrarem-se escrito a expressão “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. 

Este nome sobre a veste de Jesus fala de sua supremacia e soberania sobre todas as nações, e além disto, este nome sobre sua coxa, fala da vitória de Cristo sobre todos os governos anticristãos, representados no momento da Tribulação/Grande Tribulação pelo Anticristo e confederações ligadas a ele.  

2. A vitória de Cristo sobre as Bestas e os demais opositores:

A vitória de Cristo sobre a Besta e sobre o falso profeta será precedida de uma grande celebração da vitória. 

A expressão ‘aleluia’ que aparece quatro vezes (Ap 19.1-6), é um convite a toda a terra para festejar dois eventos: A destruição da grande prostituta (Ap 19. 2) e o surgimento da esposa do Cordeiro (Ap 19.7). [...].
Em Ap 19.1-6, João relata a alegria e triunfo que se ouve no céu por parte de seus habitantes, já que estes reconhecem serem justos os juízos de Deus sobre a terra. 

Neste trecho, por quatro vezes, sendo estas as únicas vezes no Novo Testamento, aparece a palavra “aleluia” que tem sua origem a partir de duas palavras hebraicas, “halal”, que significa “louvor”, e “Jah”, forma abreviada do nome “Javé”, ou “Senhor”, o que indica então o significado da palavra “aleluia” como “louvai ao Senhor” ou “louvai a Yahweh”. 

Em Ap 19.1, João ouve o primeiro brado de “aleluia”, onde os habitantes do céu atribuem todo processo de salvação ao Senhor, e sendo assim glória, e honra, e poder pertencem a Ele; em Ap 19.3, este brado de “aleluia” é repetido, e agora em conexão ao julgamento da “grande prostituta”, quando então o sangue dos servos de Deus terá sido vingado. 

Em Ap 19. 4, o brado de “aleluia” é confirmado pelos vinte e quatro anciãos e também pelos quatro animais através da palavra “Amém”, seguindo-se então mais um brado de aleluia por parte dos anciãos e dos seres viventes. 

Em Ap 19. 5, João ouve uma voz que sai do trono, que dizia: 

“Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, tanto pequenos como grandes”; João ouve então “como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: 

Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-poderoso, reina” (Ap 19. 6). Conforme pode-se perceber o brado de aleluia de Ap 19. 6, o quarto brado de “aleluia” ocorre em resposta à voz que se ouviu sair do trono, estando este especialmente relacionado ao iminente Reino de Jesus Cristo já prestes a se manifestar sobre a terra. 

O quarto brado de “aleluia” é acompanhado por um convite para que todo o céu se regozije “porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). 

A linguagem quanto à esposa como que tendo já “se aprontado” refere-se ao fato da noiva do Cordeiro, ou seja, a igreja, ser justificada na justiça de Cristo, e por isto ela já se encontra pronta; João vê, porém, sendo dado à “esposa” que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente, sendo tal vestimenta uma simbologia dos atos de justiça dos santos, o que indica que as boas obras devem acompanhar a vida daqueles que são salvos, pois é desta forma que os santos glorificam na terra o nome do Senhor (ver Mt 5.16; Ef 2.10; Hb 6. 9). 

Em Ap 19. 9 tem-se referência àqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro, sendo estes provavelmente todos os salvos não pertencentes a igreja, tanto os do Antigo Testamento, quanto aqueles do período da Tribulação/Grande Tribulação, conforme também compreende W. Malgo (2000, v. 4, p. 39,40), de acordo com o seguinte comentário descrito abaixo:

“Quem são esses convidados das bodas? Segundo meu entendimento, trata-se de salvos que não pertencem à igreja de Jesus: 

Os crentes da Antiga Aliança, os cento e quarenta e quatro mil e a grande multidão, que ninguém podia contar. Todos eles são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. 

Existem, portanto, duas categorias de salvos: 

A noiva, a igreja, e os convidados para as bodas. 

É preciso distinguir isso claramente. [...] Os convidados para as bodas não devem ser confundidos, portanto, com a igreja anteriormente arrebatada, que se encontra de linho finíssimo”.

1° O julgamento da Besta:

A Besta reunirá a excelência, tanto em artilharia quanto em recursos humanos e espirituais, para guerrear contra Cristo (Ap 19.19). 

Como o rei de Tiro, ela pensará que se tornou como Deus e quem sabe, até mais poderosa do que o Altíssimo, e que poderá destituí-lo e assentar-se no seu trono. 

Mas a derrota dela será amarga e definitiva: Será presa e lançada no lago de fogo e enxofre.

2. O julgamento da feitiçaria e dos feiticeiros:

A presença do falso profeta entre os exércitos das nações indica que elas invocarão todos os poderes espirituais inimigos de Cristo e dos remidos, como fez Balaque ao contratar Balaão para amaldiçoar Israel (Nm 22. 6). 

Será a última sessão de feitiçarias e encantamentos da história da humanidade, pois o feiticeiro-mor fará companhia ao seu senhor no lago de fogo.

3° O julgamento preliminar dos exércitos humanos:

As duas Bestas serão lançadas vivas no lago de fogo, mas os reis e exércitos das nações morrerão pela palavra poderosa de Cristo proferida contra eles (Ap 19.21). 

A morte deles é um julgamento preliminar. 

Depois do milênio eles ressuscitarão para o Juízo Final (Ap 20.15) e terão o mesmo destino de seus líderes político e espiritual: 

O lago de fogo.

Ap 19.15: “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso”.

Em Ap 19. 15, João ainda mostrando como se dará a volta de Jesus, faz menção de sua presença junto ao lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso, o que indica que em seu retorno, Jesus seguirá para o local onde estará ocorrendo a batalha do Armagedom, quando então o Anticristo terá reunido todas as nações para tentar exterminar a nação de Israel (ver Ap 16.12-16). 

Em seu retorno, Jesus, porém salvará a nação de Israel dos exércitos do Anticristo, sendo este fato e os relacionados a ele também mencionados em Is 63.1-6:“Quem é este que vem de Edom, de Borza, com vestes tintas? 

Este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? 
Eu, que falo com justiça, poderoso para salvar. Porque está vermelha a tua vestidura? 
E as tuas vestes, como daquele que pisa uvas no lagar? 

Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém se achava comigo; e os pisei na minha ira e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura. 

Porque o dia da vingança estava no meu coração, e o ano dos meus redimidos é chegado. 
E olhei, e não havia quem me ajudasse; e espantei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o meu braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. 

E pisei os povos na minha ira e os embriaguei no meu furor, e a sua força derribei por terra”. 
A batalha do Armagedom deverá ocorrer, segundo escreve T. LaHaye (2004, p. 61), na planície de Esdraelon, em redor do monte de Megido, ao norte de Israel, cerca de 30 Km ao sudoeste de Haifa. 

O texto de Is 63.1-6, no entanto menciona a presença de Jesus por esta ocasião em Borza, uma cidade de Edom que ficava 50 Km ao sul do mar Morto, local hoje que corresponde à região onde está situada a Jordânia. Um outro texto, Jl 3.1,2,11,12 se refere a esse julgamento por ocasião da volta de Jesus como que acontecendo no vale de Josafá:

“Porquanto eis que, naqueles dias e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém, congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam entre as nações, repartindo a minha terra. [...] Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos (ó Senhor, faze descer ali os teus fortes!); movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações ao redor”. 

Estes versículos e outros relacionados a eles sugerem que a batalha do Armagedom ocorrerá em diversas fases, e desta forma, T. LaHaye (2004, p. 62) propõe que a batalha do Armagedom ocorrerá em oito fases, tendo ela início com a reunião dos aliados do Anticristo no vale do Armagedom e o seu final com a ascensão vitoriosa de Cristo sobre o monte das Oliveiras (ver Zc 14.2-4). 

A legenda abaixo referente ao mapa ao lado, mostra as oito fases do

Armagedom, conforme sugerido pelo autor citado acima:

1 – Reunião dos aliados do Anticristo no vale do Armagedom (Sl 2.16; Jl 3.9-11; Ap 16.12-16).

2 – Destruição de Babilônia (Is 13-14; Jr 50.51; Zc 5.5-11; Ap 17.18).

3 – Queda de Jerusalém (Mq 4.11-5.1; Zc 12-14).

4 – Os exércitos do Anticristo em Bozra (Jr 49.13-14; Mq 2.12).

5 – Regeneração nacional de Israel (Sl 79.1-13; 80.1-19; Is 64.1-12; Os 6.1-13. Jl 2.28-32; Zc 

12.10; 13.7-9; Rm 11.25-27).

6 – Segunda vinda de Jesus Cristo (Is 34.1-7; 63.1-3; Mq 2.12,13; Hb 3.3).

7 – Batalha de Bozra até o vale de Josafá (Jr 49.20-22; Jl 3.12,13; Zc 14.12-15).

8 – Ascensão vitoriosa no monte das Oliveiras (Jl 3.14-17; Zc 14.3-5; Mt 24.29-31; Ap 16.17-21; 19.11-21).   

Depois de descrever a presença de Jesus junto ao lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso, em Ap 19.17, João descreve a visão de um anjo que estava no sol, clamando com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu, para que estas se fartassem da carne dos reis, e dos tribunos e dos fortes, e dos cavalos, e seus cavalheiros, e dos homens, livres, servos, pequenos e grandes, o que indica a quantidade de pessoas de todas as classes que morrerão na batalha do Armagedom (ver Ap 14. 20). 

João vê“a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército” (Ap 19.19), porém a besta, ou seja, o Anticristo não poderá resistir ao resplendor da vinda do Senhor Jesus Cristo, é o que Paulo mostra em 

2° Ts 2.8 “E então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”, e assim a besta será presa “e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem”. 

O Anticristo e o falso profeta serão, por fim “lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre” (Ap 19. 20b); em relação aos demais aliados do Anticristo, estes serão “mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo” (Ap 19. 21b), e todas as aves se fartarão das suas carnes.


III.O milênio e o fim do dragão e dos seus seguidores:

O capítulo 20 de Apocalipse serve de base para muitas especulações sobre o futuro da humanidade. De fato, nele se fala da prisão de Satanás por mil anos, do Reino de Cristo que durará um milênio; de Satanás solto ao final de dez séculos e reunindo as nações contra o acampamento dos santos; e da cidade amada. 

Tudo isso, inflama a imaginação. Portanto, três pontos serão estudados neste tópico.
Antes de adentrar nos três pontos que serão estudados neste tópico é importante destacar as três visões acerca do Milênio que são consideradas pelos estudiosos do Apocalipse. Essas três visões, de acordo com T. LaHaye (2004, p. 125) são o pré-milenarismo, o amilenarismo e o pós-milenarismo, que de forma geral, de acordo com o autor citado acima, defendem as seguintes teses:

>O Pré-Milenarismo – Ensina que a segunda vinda de Cristo à terra e o estabelecimento do seu Reino ocorrerão antes do Reino Milenar de Ap 20.1-7. 

O pré-milenarismo dispensacional afirma que haverá no futuro, um reino literal de mil anos, em que Jesusgovernará sobre a terra, depois do arrebatamento, da Tribulação, e da segunda vinda. 
O pré-milenarismo ou quilianismo, como era conhecido na igreja primitiva, foi o primeiro dos três sistemas milenares a surgir. 

O pré-milenarismo foi abandonado durante a Idade Média, mas foi reavivado pelos puritanos no século XVII. 
Os comentários de Apocalipse neste estudo defendem a visão referente ao pré-milenarismo dispensacional.

>O Amilenarismo – Ensina que não haverá um Reino Milenar de Cristo sobre a terra no futuro, em sentido literal. 
A maioria dos proponentes diz que uma forma espiritual do reino está presente agora. 
O amilenarismo ensina que a partir da ascensão de Cristo, no primeiro século até sua segunda vinda (sem arrebatamento), tanto o bem quanto o mal vão aumentar no mundo, enquanto o reino de Deus coexiste com o reino de Satanás. 

Os amilenaristas crêem que Satanás está atualmente preso, porém ainda assim eles ensinam que o mal vai aumentar. Quando Jesus voltar, se dará o fim do mundo com a ressurreição geral e o julgamento de todas as pessoas. 

A visão é essencialmente uma espiritualização das profecias referentes ao reino. 
O ponto de vista amilenarista não estava na igreja mais antiga. Parece que ele surgiu como resultado da oposição ao literalismo pré-milenarista. 

O amilenarismo passou a dominar a igreja, quando os grandes pais da igreja e teólogos Agostinho (354-430) e Jerônimo (c. 345-419) abandonaram o pré-milenarismo em favor do amilenarismo.

>O Pós-Milenarismo – Ensina que o reino de Cristo está agora sendo estendido por todo o mundo por meio da pregação do evangelho e que a maioria das pessoas será convertida a Cristo, o que resultará em uma conseqüente cristianização do mundo atual. 
O pós-milenarismo ensina que a era atual é o Milênio, que não é necessariamente um período literal de mil anos. 

Os pós-milenaristas acreditam que por meios espirituais haverá um progressivo crescimento da justiça, da prosperidade e desenvolvimento em todas as esferas da vida, enquanto a maioria crescente de cristãos finalmente conquista o mundo para Cristo. 

Então, depois que o cristianismo houver dominado o mundo por um longo período de tempo (o glorioso reino de vitória da igreja), Cristo voltará. Nesse tempo, haverá uma ressurreição geral, a destruição desta presente criação, e o início do estado eterno. 

O pós-milenarismo difere do pré-milenarismo e do amilenarismo por sua visão otimista de que essa vitória se dará sem que seja necessária uma volta cataclísmica de Cristo para impor a justiça. 

Em vez disso, a vitória será resultado da aplicação firme dos meios disponíveis durante a era atual. 

O pós-milenarismo não se constituiu realmente em um sistema distinto de escatologia, senão após a Reforma. 

Ele foi então, a última posição importante sobre o Milênio a se desenvolver.   

1° A prisão do dragão:

Um anjo descerá do céu e prenderá Satanás para que ele não engane e perturbe as nações que sobreviverem ao derramamento das sete taças da ira de Deus. 

O propósito do milênio será provar a capacidade humana. Satanás estando preso, o homem não terá desculpas em dizer que Satanás o tentou. 

Deus provará que, mesmo governando em sua presença, e Satanás estando preso, ainda assim, o homem é inclinado a pecar (Sl 51.5; Zc 14.17,18).

Ap 20.1-3: “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. 

Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. 

E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. 

E depois importa que seja solto por um pouco de tempo”.

Com a prisão de Satanás, e a instalação do Reino Milenar de Jesus Cristo na seqüência, os sobreviventes ao derramamento das sete taças viverão sob condições favoráveis nunca vistas na terra desde que o homem pecou. 

Os homens terão a oportunidade de viverem diariamente na presença pessoal e física de Jesus, tendo ainda liberdade de escolha quanto à sua conversão à Jesus Cristo. 

A terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar, pois os povos em grande maioria se converterão ao Senhor (ver Is 11.9,10). 

Este fato, não elimina, porém a presença do pecado e de ímpios sobre a terra, e é desta maneira que o coração do homem será provado, testificando acerca de sua propensão ao pecado, ainda que Satanás encontre-se preso. 

Depois de relatar a prisão de Satanás, João fala de sua libertação quando os mil anos se acabarem, deixando claro ser importante que Satanás seja solto por um pouco de tempo nesta ocasião. 

A menção de João a este fato em conexão ao tempo de mil anos do Reino de Jesus Cristo indica que Deus permitirá que Satanás venha ainda a ser solto por um período de tempo, pois desta forma, Deus provará o coração do homem, ou seja, aqueles que viverem durante o Milênio, terão se convertido a Jesus Cristo por aquilo que Ele é, ou por aquilo que Ele pode dar ao homem? 

A motivação quanto à adoração do homem à Deus será desta forma provada no período após o Milênio.  

2° O Reino de Cristo:

O Reino de Cristo não dever ser confundido com o Céu, onde não há injustiça. 

Ele será caracterizado pela redução extraordinária do mal, pois Cristo, o Rei dos reis, detectará qualquer manifestação dele e julgará perfeita e imediatamente. Também não é a Nova Terra de Apocalipse 21.1, pois, nela habita a justiça (2 Pe 3.13) e no Reinado de Cristo a injustiça ainda estará sendo removida. Será o Dia do Senhor anunciado pelos profetas (Jl 2.31; Sf 1.14-18) e apóstolos (2 Pe 3.10; 1° Ts 5. 2,3). 

Será precedido das trombetas, e taças e se estenderá por mil anos (2 Pe 3.8). Será o período de restauração do cosmos e do planeta, depois do qual haverá novo céu e nova terra (Ap 21.1,5).

Depois de relatar a prisão de Satanás, João vê tronos e assentado sobre eles “aqueles a quem foi dado o poder de julgar” (Ap 20.4a). 

A visão de João indica que a instalação do Reino Milenar de Jesus Cristo depois da batalha do Armagedom, será precedida pelo julgamento das nações, quando então será dado o direito ou não às nações destas entrarem no Reino de Jesus Cristo (ver Mt 25. 31-46). 

O Milênio será um tempo de paz (ver Is 11.5-9) mesmo entre os animais; o tempo de vida das pessoas será bem mais prolongado (ver Is 65.20) e além disto as enfermidades físicas e preocupações com a saúde serão erradicadas (ver Is 29.18; 33.24); o Templo estará reconstruído e purificado (ver Ez 40-48); a cidade de Jerusalém será a capital do Reino de Jesus Cristo e o lugar aonde peregrinos de todas as nações virão para adorar o Senhor (ver Zc 14.16-21). 

João vê na seqüência de Ap 20.4 “as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão” (Ap 20.4b), ou seja, João vê as almas salvas durante a Tribulação/Grande Tribulação, as quais ressuscitarão para reinarem com Cristo na terra. 
Estas fazem parte da primeira ressurreição, e segundo Ap 20.5, os demais mortos não revivem até que os mil anos se acabem. 

O seguinte comentário feito por W. Malgo(2000, v. 4, pp. 78,79) acerca desta questão é interessante de ser considerado. 

“A primeira ressurreição é a ressurreição dentre os mortos. 

Dessa ressurreição participam todos os bem-aventurados. 

A segunda ressurreição é a ressurreição dos mortos. Isso significa, que por ocasião da primeira ressurreição, os santos ressuscitam do meio dos outros mortos, que permanecerão em suas sepulturas. 

Na segunda ressurreição, todos os mortos ressuscitam das suas sepulturas. [...] 
A primeira ressurreição ocorre em diversos períodos. 

A segunda ressurreição, entretanto, acontece globalmente, de uma só vez, após o Milênio, e então os ressuscitados aparecerão diante do grande trono branco para o juízo. 

No que se refere à primeira ressurreição e assim a todos os filhos de Deus, lemos em 1° Co 15. 22ss: ‘Porque assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: 

Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vinda. E então virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado bem como toda potestade e poder. 
Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés’. Com o primogênito Jesus Cristo, começou, portanto, a primeira ressurreição. 

Essa tem maravilhosos efeitos, retroativamente sobre todos os crentes da Antiga Aliança e adiante até ao arrebatamento, sim, até ao início do Milênio”.

3. Os últimos movimentos do dragão:

As guerras que haviam cessado com a prisão de Satanás recomeçarão quando ele for libertado. 

O caráter maligno dele será exposto. Então se completará a justa base do julgamento divino contra esta [...] criatura na qual um dia o Senhor achou iniqüidade (Ez 28.15). 

A soltura de Satanás exporá a iniqüidade da última geração de ímpios na terra (Ap 20. 8,9; Zc 14.17,18). Satanás e os ímpios farão o seu último ato de rebelião contra o governo de Deus. 

Nesta ocasião serão removidos da terra os últimos governos e autoridades humanas.
Ap 20. 7-10: “E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. 

E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”.

Quando os mil anos do reinado de Cristo sobre a terra se acabarem, Satanás será ainda solto da sua prisão e lhe será permitido enganar as nações nos quatro cantos da terra chamados de Gogue e Magogue. W. MacDonald (2003, p. 1016) escreve acerca disto:

 “Essa referência a Gogue e Magogue não deve ser confundida com uma referência semelhante em Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. 

Aqui as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel o contexto é pré-milenar; aqui, é pós-milenar”.

O texto bíblico não diz quanto tempo ainda será dado a Satanás, porém Satanás conseguirá ajuntar as nações em batalha contra os santos, provavelmente contra aqueles que se converterão durante o Milênio, e contra a cidade amada, provavelmente uma referência a Jerusalém. W. Kelly (1989, p. 167) faz as seguintes considerações quanto a este fato:

“Vem então, como vimos já, a última prova das nações, após o reinado do Senhor ter cumprido o seu curso. Solto o diabo, este seduz ainda uma vez a carne e o sangue, analogamente ao que se deu em todas as outras dispensações. 

A glória que se expande de modo visível e admirável durante este período não tem qualquer eficácia para mudar o coração do homem [...] Que isto é verdade, e que o coração do homem, mesmo sob esse governo, não é renovado, vemo-lo nós, com perfeita evidência, no fato de Satanás, por fim, seduzir todos aqueles que não são convertidos – e que, como nos é dito, são inumeráveis ‘como a areia do mar’”.

Nesta batalha, fogo descerá do céu, e o fim de Satanás chegará quando então ele será, por fim, lançado no lago de fogo e enxofre onde já estará o falso profeta e o Anticristo, e onde serão lançados também os seus anjos, conforme Jesus mostra em Mt 25. 41, quando então Ele faz referência ao fogo eterno, como que tendo sido preparado para o diabo e seus anjos.
Referências Bibliográficas:

T.LaHaye, Glorioso Retorno, 2004, Abba Press Editora Ltda, São Paulo, SP.

W. Kelly, Estudos Sobre a Palavra de Deus – O Apocalipse, 1989, Depósito de Literatura Cristã, Lisboa, Portugal.

W.MacDonald, Comentário Bíblico Popular, 2008, Mundo Cristão, São Paulo, SP.

W.Malgo, Apocalipse de Jesus Cristo – Um Comentário para a Nossa Época, 2000, Obra Missionária Chamada da Meia Noite, Porto Alegre, RS.

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O APÓSTOLO PAULO E O ESPÍRITO SANTO

O APÓSTOLO PAULO E O ESPÍRITO SANTO


TEXTO BASE 2° CO 3: 6


“O qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”.

Paulo, como ministro de Cristo, deseja que seus leitores entendam a nova dispensação do Espírito que chega até os nossos dias.

Objetivos da Lição:

1° Entender a dispensação do Espírito Santo demonstrada por Paulo.

2ª Conhecer como podemos desfrutar de uma vida vitoriosa sobre o pecado através do Espírito.

3° Mostrar como podemos nos habilitar para o combate espiritual contra o reino das trevas.

Textos de Referência: Ef 3.1-6

Não se sabe exatamente quando, mas se sabe que, após a conversão de Paulo, ele entendeu que se tratava de uma nova dispensação divina o que estava presenciando. 

E, como tal, ele deveria pregar o evangelho ciente do agir de Deus, diferenciado para essa nova época, que se despontava no horizonte da história. 

Vejamos alguns principais ensinamentos de Paulo acerca do Espírito Santo nesta lição.

De acordo com Tim LaHaye (2004, pp. 78-80) a palavra “dispensação” vem do substantivo grego  oikonomá, frequentemente traduzido por “administração”. 

Esta palavra é uma composição de oikos, que significa “casa” e nomos que significa “lei”. Quando unidas, “a idéia central da palavra dispensação é gerenciamento ou administração dos negócios de uma casa”. 


A palavra “dispensação” refere-se, portanto ao modo como Deus lida com a humanidade, ou como Deus administra a verdade em determinados períodos de tempo, sendo, porém importante destacar, conforme escreve o autor citado acima“que as dispensações não tem nada a ver com o modo como as pessoas são salvas de seus pecados”, ou seja, elas não são caminhos para a salvação, mas maneiras pelas quais Deus interage com o homem revelando sua verdade. 

A teologia dispensacionalista defende a interpretação literal das Escrituras; a distinção entre Israel e a igreja sendo isto a base teológica para o arrebatamento pré-tribulacional; e além disto, ela defende que as promessas do Antigo Testamento para Israel serão literalmente cumpridas no futuro, no período do Reino Milenar de Jesus Cristo na terra descrito em Ap 20. 

A teologia dispensacionalista entende a Bíblia organizada em sete dispensações sendo estas:

1° Inocência – Gênesis 1: 28 – 3: 6

2° Consciência – Gênesis 3. 7- 8.14

3° Governo Humano – Gênesis 8.15-11. 9

4° Promessa – Gênesis 11.10-Êxodo 18.27

5° Lei/Israel – Êxodo 19-João 14. 40

6° Graça/Igreja – Atos 2.1-Apocalipse 19. 21

7° Reino – Apocalipse 20.1-15

I° Antiga e Nova Aliança:  Aos seus leitores de Corinto, Paulo se autodenomina como um dos ministros de Deus de uma Nova Aliança (2° Co 3. 6). 

Tal pensamento divide a história religiosa do ponto de vista de um judeu convertido em duas seções: Antiga e Nova Aliança. 

Foi dessa expressão de Paulo que se nominou as duas grandes divisões principais da Bíblia de Antigo e Novo Testamento. 

Essa Nova Aliança é iniciada com a vinda de Jesus, mais especificamente depois de sua morte e ressurreição. 

Porém é o “Espírito do Deus vivente” que entra em cena atuando no interior dos crentes em Jesus, transformando-os positivamente.

Ex 19. 5-8: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha.

E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. 

E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado. 

Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. 

E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo”.

Jr 31. 31-33: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. 

Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”.

2° Co 3. 6: “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica”.

Em 2° Co 3. 6, Paulo contrasta a Antiga Aliança com a Nova Aliança. Ele começa observando a habilitação por parte de Deus ao fazê-lo ministro de uma Nova Aliança que em contraste a Antiga Aliança traz em si não a condenação da letra, mas a vivificação pela presença do Espírito Santo. 

A Antiga Aliança foi transmitida por Deus a Moisés por ocasião da entrega da lei no monte Sinai. 

Ao recebê-las os israelitas se propuseram diante de Deus a fazer tudo conforme fora dito pelo Senhor. 

Assim, as bênçãos do Senhor estariam condicionadas à obediência por parte de Israel à lei entregue no monte Sinai. Nenhum homem, no entanto foi capaz de cumprir toda a lei de Deus, e diante disto, todo homem se vê condenado à morte pela letra da lei. 

Na Nova Aliança, Deus assume o compromisso de abençoar a humanidade por meio da redenção em Cristo Jesus. 

A presença e as bênçãos de Deus, assim, já não estariam condicionadas ao cumprimento da lei por parte dos homens, mas a graça de Deus em Cristo Jesus. 

Por conseqüência, a Nova Aliança não traz em si a condenação da letra, mas a salvação em Cristo Jesus que cumpriu até a morte toda a justiça da lei, e daí Paulo se referir a vivificação proveniente do Espírito em decorrência da ministração da Nova Aliança, tendo sido esta firmada por Deus pelo derramamento do sangue de Jesus Cristo na cruz do Calvário.

Mt 26. 26-28: “E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 

E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados”.

Hb 10.16-18: “Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor:Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: 

E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado”.

1° O Espírito como escritor (2° Co 3. 2-6):

É curiosa a maneira como o Espírito Santo age nesse novo tempo. 

Ele atua através de seus ministros escrevendo as leis de Deus no coração de carne dos crentes em Cristo. 

De sorte que eles se tornam a carta de Cristo lida por todos os homens. 
Note que essa realidade espiritual se contrapõe à velha que era de “coração de pedra”. (Ez 11.19-20). 

Mas que Deus havia prometido transformar os corações no Antigo Testamento, e agora estava cumprindo a sua Palavra através do Espírito Santo. 

Nos dias de Moisés, ele subiu em Horebe e de lá trouxe as tábuas da lei de Deus, os homens deveriam cumpri-las, porém, eles não conseguiam resistir à sedução da adoração pagã e seus próprios impulsos. 

No entanto, os crentes em Jesus Cristo contavam com um recurso adicional para obedecerem a Deus: 

A pessoa do Espírito Santo, escritor da própria lei.

2° Co 3. 2-3: “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. 

Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração”.

Em 2° Co 3. 2-3, Paulo em defesa de seu ministério, refere-se aos coríntios como fruto e prova de seu trabalho. 

Neste trecho, ele, de certa forma, contrapõe a Antiga Aliança e a Nova Aliança através dos termos tábuas de pedra e tábuas de carne do coração. 

Na Antiga Aliança a lei foi entregue aos israelitas tendo esta sido escrita em tábuas de pedra. Estas tábuas representavam o coração endurecido dos homens insensíveis a Deus e a sua vontade. 

Deus, porém promete substituir o coração de pedra pelo coração de carne, ou seja, através da regeneração experimentada pelo “novo nascimento”, o homem tornar-se-ia sensível a Deus e a sua vontade. 

É neste coração de carne que o Espírito Santo encontra então lugar para ministrar a carta de Cristo a todos os homens, expressando através daqueles que se convertem a Jesus Cristo, o amor de Deus a toda humanidade.

Ex 24.12: “Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar”.

Ex 31.18: “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”.

Ez 11.19,20: “E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os cumpram; e eles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus”.

Ez 36. 26,27: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. 

E porei dentro de vós o meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis”.

2° O Espírito como ministro (2° Co 3. 8):

Ao escrever, no interior dos cristãos, a vontade de Deus, tal ministério do Espírito vem acompanhado de uma glória sobre-excelente. Se Moisés, ao receber as tábuas da Lei, estava todo envolto da glória de Deus, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a sua face, fica uma exclamação, “como não será de maior glória o ministério do Espírito!” (2° Co 3. 8). 

A glória na face de Moisés foi forte o suficiente para que usasse um lenço, mas com o tempo ela desvanece; a glória, porém, da nova aliança, cujo Espírito é seu ministro direto operando um ministério de vida, é muito maior glória nos fiéis. 

Observemos que a igreja fiel tem glória divina, justiça divina, maior glória, e glória permanente. 

Todos esses dons são concedidos mediante o operar do Espírito Santo segundo a multiforme sabedoria de Deus!

2° Co 3. 7-8: “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito?”

Em 2° Co 3.7-8, Paulo fala do “ministério da morte, gravado com letras em pedras”. 

Ele está mais uma vez fazendo contraposição entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança. 

A Antiga Aliança, apesar de poder ser citada como “ministério de morte” já que ela ameaçava de morte, através da lei, aqueles que não a guardavam, veio em glória, e isto porquê, a lei traz em si a revelação quanto ao caráter Santo e Justo de Deus e o esplendor da sua glória. Por conseguinte, Moisés, depois de passar algum tempo com Deus, ao descer do monte, tinha seu rosto brilhando refletindo esse esplendor. 

A glória no rosto de Moisés, no entanto era passageira, e isto porquê ela refletia a função temporária da lei que era a de revelar ao homem a sua condição pecaminosa diante de Deus. Paulo mostra então a condição superior à Antiga Aliança da Nova Aliança, citando esta como sendo de maior glória, e isto porquê, o ministério do Espírito aponta não para a lei como meio de se alcançar a justiça, mas para a Pessoa Gloriosa de Jesus Cristo, que em seu ministério terreno cumpriu em caráter permanente toda a justiça que há na lei. 

A Ele exclusivamente seja a glória eternamente. Amém!

Ex 34. 28-33: “E esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos. 

E aconteceu que, descendo Moisés do monte Sinai trazia as duas tábuas do testemunho em suas mãos, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que falara com ele. 

Olhando, pois, Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; por isso temeram chegar-se a ele. 

Então Moisés os chamou, e Arão e todos os príncipes da congregação tornaram-se a ele; e Moisés lhes falou. 

Depois chegaram também todos os filhos de Israel; e ele lhes ordenou tudo o que o Senhor falara com ele no monte Sinai. 

Assim que Moisés acabou de falar com eles, pôs um véu sobre o seu rosto”.

Rm 10. 4: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”. 

3° Transformados pelo Espírito (2 Co 3.12-18):

Antes como servos do pecado, o ser humano estava coberto de vergonha e muitos nem percebia isso, outros já estavam acomodados à situação. Mas agora libertos do pecado pelo sangue remidor de Jesus Cristo, todos foram transformados em servos de Deus. 

Não precisamos mais ter vergonha, podemos pelos méritos de Cristo desfrutar de liberdade, pois o Espírito do Senhor está no homem.

Diferentemente de Moisés que como ministro de um concerto glorioso, mas transitório, percebia o seu desvanecer, escondendo assim o rosto debaixo de um véu, porém, à medida que o tempo passa, como servos de Jesus Cristo, o homem se mantém em comunhão com Ele, e, com o rosto descoberto, há a transformação...

2ª Co 3.12-18: “Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. 

E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. 

Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. 

Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. 

Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

Em 2° Co 3.12-18, Paulo volta a abordar a questão relacionada ao rosto de Moisés que brilhava quando ele desceu do monte. 

Ele se refere neste ponto ao fato de Moisés cobrir sua face com um véu para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. 

Paulo deixa explícito, através destas palavras, mais uma vez, o propósito transitório da lei.

Os israelitas não deveriam olhar firmemente para o rosto de Moisés, pois não seria através das obras da lei que eles receberiam a salvação de Deus, mas sim através de Jesus Cristo, o Único que cumpriu toda a justiça da lei. 

Conforme escreve W. MacDonald(2008, p. 546) “a glória do rosto de Moisés devia dar lugar a Outro Rosto”. 

Paulo fala então do coração endurecido dos israelitas ao insistirem estes na lição do Velho Testamento, ou seja, ao insistirem em buscar a sua salvação através das obras da lei e não através da fé em Jesus Cristo. 

Paulo retrata este fato como que estando o véu posto sobre o coração, no entanto o véu é tirado quando aqueles que se convertem ao Senhor Jesus contemplam que nEle se cumpre a justiça da lei. 

Os crentes em Jesus podem então desfrutar de liberdade, pois a lei já não tem nenhum poder de condenação sobre eles. 

Em 2° Co 3.18, Paulo fala então da transformação a ser efetuada nos crentes pela presença do Espírito Santo, sendo seu propósito conduzir os cristãos à imagem de Jesus Cristo, de forma que estes passam a refletir, como um espelho a glória do Senhor.   

II. Andando na carne ou no Espírito:

Aos seus leitores de Roma, Paulo ousadamente se inclui no rol dos carentes do agir sobrenatural do Espírito Santo. 

Ao tratar do relacionamento dos crentes com a Lei mosaica, a comunidade cristã romana mista de judeus e gentios, Paulo procura mostrar que, em Cristo, todos estão livres do conflito que a lei normalmente gera, como uma mulher que, agora viúva, fica livre para casar-se novamente sem impedimento algum. 

Semelhantemente ao tópico anterior, Paulo descreve a luta no interior para obedecer à lei, assim se considera um homem carnal, escravo do pecado, um miserável, mas que finalmente descobriu uma maneira vitoriosa de viver através de Cristo de acordo com o Espírito Santo (Rm 7.14,24,25).
1°  A lei libertadora do Espírito (Rm 7.25; 8.2):

A agonia do neófito na fé, ou do ignorante quanto a sua nova realidade espiritual foi descrita de três maneiras diferentes: “carnal, escravo e miserável”. Em Cristo, este homem tem recursos para abandonar essa vida desgraçada sob o controle do pecado, isto é, uma lei interior que lhe dominava impiedosamente, para viver agora sem condenação alguma, livre do poder do pecado, vitoriosamente e cantando um cântico de vitória (Rm 8.31-39). 

Ao estar em Cristo, o cristão esclarecido, passa a andar segundo o Espírito. Andar segundo o Espírito é um contraponto de andar na carne, que é inimizade contra Deus e gera morte.

No capítulo 7 da carta de Paulo ao Romanos, para demonstrar o domínio exercido pela lei sobre aqueles que estavam debaixo da mesma, Paulo introduz o modelo do casamento segundo a lei judaica, onde a mulher casada permanecia debaixo da autoridade do marido enquanto ele vivesse. 
A mulher estaria livre para se casar com outra pessoa, não sendo condenada como adúltera, se ocorresse a morte do marido. 

“Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido” (Rm 7.1-3). 

Paulo utiliza-se desta ilustração para mostrar a condição dos crentes em Jesus frente a lei. 

Estando os crentes unidos a Cristo em sua morte, estes estão mortos para a lei, ou seja, com a morte ocorre o rompimento da relação anteriormente existente, e assim a lei perde seu domínio (ou poder de condenação) sobre os crentes. 

Ao serem vivificados, os crentes vivem livres para pertencer a outro, no caso específico a Jesus Cristo que ressuscitou dentre os mortos. 

“Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Rm 7.4).

A partir de Rm 7.11, Paulo evidencia o conflito existente na vida do homem, em função da consciência do pecado e do conhecimento da lei, onde este se acha então como um constante transgressor da lei. 

Os versículos 14, 15, 19 e 23 ilustram a situação desesperada do homem, da qual ele não pode ser livre, a não ser por meio da graça de Deus revelada em Jesus Cristo.“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. 

Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. 

Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros”. 

Tal conflito é ainda considerado no versículo 25, quando Paulo diz que com entendimento, serve à lei de Deus, mas com a carne, à lei do pecado. 

Como conclusão de toda essa discussão, Paulo conduz a si mesmo a seguinte pergunta: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7. 24). 

Na seqüência, ele diz:“Mas dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7.25), e desta forma ele conduz todos a única resposta possível à sua pergunta, ou seja, o único meio do homem ser livre de tal conflito e da condenação da lei, é por Jesus Cristo, pois Ele foi o único Homem que cumpriu toda a lei de Deus. 

Sendo a justiça de Cristo, pela graça de Deus, imputada àqueles que crêem, Paulo conclui: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. 

Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.1).

2. A nova posição em Espírito: “Filhos de Deus” (Rm 8.12-17):

O crente não precisa viver em temor, com medo de seu antigo senhorio cruel e seu jagunço escravizador, o pecado. Satanás e o pecado foram depostos de nossa vida e agora nos tornamos filhos de Deus. 

De que maneira? Quando o Espírito Santo veio habitar em nós, Ele é o Espírito de Adoção, “pelo qual clamamos: Aba, Pai”. 

É bom relembrar que a justificação em Cristo, é o ato em que o homem é declarado justo pela obra redentora de Jesus de Nazaré na cruz do Calvário. 

O ato da justificação é aplicado ao indivíduo que crê, confessa a Cristo arrependido de seus pecados.

Rm 8.14-17: “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus.Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: 

Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 
E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”.

Conforme visto anteriormente, ao final do capítulo 7, Paulo conduziu todos a única solução possível para aqueles que se encontram debaixo da lei do pecado e da morte: “Jesus Cristo, nosso Senhor”. 

Sua resposta é complementada a partir da declaração de Rm 8.1 que revela a impossibilidade de condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. 

Paulocomplementa este pensamento trazendo em seguida uma declaração quanto ao novo modo de viver daqueles que estão em Cristo Jesus: “Que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8.1b). 

A mesma linha de pensamento quanto a andar no Espírito é ainda apresentada, na seqüência do capítulo 8 nos versículos 12 e 13: “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. 

Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. 

A partir destes versículo, Paulo traz ainda a inclusão do tema relacionado a adoção dos crentes como filhos de Deus. 

Tal fato é importante neste ponto, pois em Rm 6, Paulo mostrou os crentes na condição de servos da justiça. 

Ele mostra, no entanto, que sua condição de servos não deve ser considerada em temor como se a mesma viesse, por alguma razão, resultar em severo castigo ou condenação, pois os crentes não são apenas servos da justiça, mas filhos de Deus por adoção, e adotados como filhos de Deus os crentes:

2° São guiados pelo Espírito de Deus a terem um comportamento apropriado aos membros da família de Deus

3° Mediante quaisquer circunstâncias, podem clamar a Deus a quem chama Aba Pai, o que indica a intimidade de relacionamento com Deus.

4°São herdeiros de Deus e co-herdeiro de Cristo, o que indica que são participantes das promessas de Deus.  

III° Ministérios do Espírito para hoje: ‘esperança e intercessão’ (Rm 8. 23-27):

Todo cristão genuíno pode celebrar: “adeus senhorio cruel, adeus pecado escravizador, adeus temor para sempre”. As dificuldades naturais acontecerão normalmente, os problemas e angústias continuarão. Estas são as nossas fraquezas próprias dessa vida. 

Com o pecado resolvido em Cristo e segundo o novo andar pelo Espírito, mesmo experimentando essas fraquezas contamos com a intercessão do Consolador. 

Essa nova realidade espiritual nos traz uma suprema esperança, a redenção do nosso corpo mediante a ressurreição ou transformação na vinda de Jesus (Rm 8. 23). 

Estes são os dois ministérios do Espírito Santo hoje junto ao crente: gerar uma viva esperança pela sua presença e interceder por ele em suas fraquezas.

Rm 8. 23-27: “E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. 
Porque em esperança fomos salvos. 

Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? 

Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 

E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”.

Depois de ter introduzido o tema sobre a adoção dos crentes como filhos de Deus, Paulo fala sobre as aflições do tempo presente, mostrando que os cristãos não estão isentos de passarem pelas mesmas. 

Apesar destas o cristão pode ter esperança, pois estes podem aguardar para o futuro a redenção do corpo, quando então receberão um corpo glorificado totalmente livre da condição do pecado, da corrupção da carne, do sofrimento, da enfermidade e da morte. 

Paulo fala também sobre a intercessão do Espírito “em nossas fraquezas”, já que o cristão muitas vezes sente-se desnorteado em sua vida de oração, não sabendo pedir como convém. 

O Espírito Santo, no entanto intercede junto a Deus com gemidos inexprimíveis, e apesar disto, Deus que conhece os corações, conhece também a intenção do Espírito em seus gemidos inexprimíveis, sendo esta sempre a conformação dos filhos de Deus à imagem de Jesus Cristo.

3. Guerreando através do Espírito:

Quer aceitemos ou não estamos envolvidos na maior guerra cósmica da luz contra as trevas; do bem contra o mal. 

Ao entrarmos na fragata da salvação, estamos em guerra, não existe zona neutra, mas importa que aprendamos a guerrear segundo Deus.

Ef 6.12: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.

1° Não entristeçais o Espírito (Ef 4.30):

O primeiro aspecto a ser considerado é quem somos em Cristo hoje, a nossa identidade espiritual de agora. Se estamos em Cristo, fomos selado com o Espírito e por Ele temos acesso ao Pai (Ef 1.13; 2.18). 

Logo, está claro que devemos andar segundo o código do Reino de Deus, que, em submissão à Palavra do Rei, Ele nos transmitirá a direção do Caminho, que é Cristo, e esse Caminho nos levará para longe do lugar onde estávamos conectados, fazendo-nos conhecer a nova natureza herdada e como agradar àquele que agora nos ilumina. 

Note como Paulo escreve: “não deis lugar ao diabo”; e também diz: “não entristeçais o Espírito” que nos marcou para a vitória final. Uma vida sem vigilância, irresponsável, nos colocaria sob o domínio do reino das trevas de outra vez. 

É preciso romper com toda vida passada, a vida pecaminosa (Ef 4. 25-32).

Ef 1.13: “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa”.
Ef 2.18: “Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito”.

Ef 4. 25-32: “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.

Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. 

Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. 

E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. 
Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós, antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.

2° Ante a embriaguez, enchei-vos do Espírito (Ef 5.18):

Nenhum soldado entra numa guerra embriagado, isso é suicídio. Qual será o comandante que permitiria um soldado bêbado guerrear? 

A não ser que quisesse a morte do tal soldado. Atualmente, dirigir sob o efeito do álcool é crime, imagine ir para uma batalha? 

A embriaguez gera dissolução, isto é, gera uma vida dissoluta, descontrolada e pródiga. 

Por causa da embriaguez, seja pelo álcool, uso de drogas, ou outro prazer viciante, vai se dissolvendo a vida do indivíduo: ele perde o respeito da família, oportunidades profissionais, etc... Oposto ao prazer viciante, está proposto o encher-se do Espírito, que é encher-se da presença de Cristo.

Ef 5.18-20: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Pv 20.1: “O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio”.

Pv 23. 20: “Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne”.

Pv 23. 29-32: “Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? 

Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando vinho misturado. 

Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. 

No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá”.

Is 5.11 “Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice; e continuam até à noite, até que o vinho os esquente!”

Is 5. 22: “Ai dos que são poderosos para beber vinho, e homens de poder para misturar bebida forte”. 

Is 28. 7: “Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; 

desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo”.
Rm 14. 21: “Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça”.

3. Guerreando no Espírito: “Espada e oração” (Ef 6.17,18):

As armas da nossa guerra não são carnais, só se pode lutar com as armas e com os recursos que Deus oferece pelo Espírito Santo. É necessário fortalecer pela adoração, enchendo-nos do Espírito, como é visto no tópico acima. 

Mas precisamos nos revestir de Cristo, a nossa armadura espiritual. 

Nosso inimigo não são os homens, pois estes são fantoches de Satanás e seus asseclas (Ef 6.11,12). 

O Espírito Santo aplica em nós a armadura através da oração fervorosa, perseverante e abrangente (Ef 6. 18). Temos recursos de defesa e ataque que, ao nos revestirmos deles e por meio da atenção cuidadosa e da ousadia no batalhar, garantiremos a nossa sobrevivência e vitória diária.

Ef 6.17,18: “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos”.

Referências Bibliográficas:

T. LaHaye; T. Ice, Glorioso Retorno, 2004, Abba Press Editora Ltda, São Paulo, SP
W. MacDonald, Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento, 2008, 1ª Ed., Mundo Cristão, São Paulo, SP.

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Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

BARNABÉ, UM LÍDER COMPROMETIDO COM A OBRA SOCIAL

 BARNABÉ, UM LÍDER COMPROMETIDO COM A OBRA SOCIAL


TEXTO BASE HB 13: 16

 “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz” (Hb 13.16).

ARC: “E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada”.

Verdade Aplicada: Se nos divorciarmos da prática das obras para com o nosso próximo, significa que morremos para a verdadeira fé cristã. 

Objetivos da Lição:

1° Mostrar o compromisso assistencial demonstrado na igreja em Antioquia.

2° Revelar as maneiras como a liderança agiu em relação à obra social.

3°Apelar para que demonstremos nossa fé através das obras sociais.

Textos de Referência: At 11. 27-30; 12.24,25

Introdução: Havia nos crentes de Antioquia uma gratidão muito grande com relação aos crentes de Jerusalém e da Judéia, pelo fato de terem sido os primeiros gerados na fé cristã, posto que pela dispersão e boa vontade em compartilhar as boas novas por onde passavam, ainda que inicialmente apenas aos judeus, possibilitaram assim a existência indireta daquela igreja ali. 

Como já visto na lição anterior, Antioquia era formada pelos crentes vindo de Chipre e de Cirene, que haviam partido de Jerusalém originalmente.

Conforme já visto em lições anteriores, o texto de At 11.19 relata o início da formação da igreja de Antioquia, quando então o registro bíblico diz que aqueles que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estevão “caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus”. 

A presença judaica em Antioquia da Síria, de acordo com “O Novo Dicionário da Bíblia” (Douglas, 1995, p. 85) é registrada por Josefo que descreve o encorajamento que os selêucidas deram aos judeus para que eles emigrassem para ali em grande número, dando-lhes plenos direitos de cidadãos. 

Além disto, é provável que muitos judeus fugiram para Antioquia durante as guerras dos macabeus, e sendo assim, tais fatos justificam a presença ali de uma colônia numerosa de judeus com várias sinagogas. 

Os primeiros cristãos de Antioquia da Síria foram, portanto de descendência judaica, e somente a posterior é que o evangelho começou a ser pregado também aos gentios, quando então, dentre os primeiros missionários em Antioquia, alguns varões de Chipre e de Cirene pregaram também aos gregos “anunciando o Senhor Jesus” (At 11. 20). 

Estes homens de Chipre e de Cirene, com certeza eram homens de descendência hebraica, talvez nascidos em Chipre ou Cirene, que provavelmente testemunharam a descida do Espírito Santo por ocasião do dia de Pentecostes, já que o texto de At 2. 5 diz que “em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu” e ainda o texto de At 2.8-11 relata a presença de judeus provenientes de diversas partes do mundo inclusive Cirene: 

“Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia, e Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”. 

Em função da dispersão de discípulos que ocorreu por ocasião da morte de Estevão conforme se descreve em At 8.1,4 “E também Saulo consentiu na morte dele. 

E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos. 

Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra”, alguns discípulos se encontravam agora em Antioquia e a iniciativa por parte deles possibilitou a formação da primeira igreja constituída tanto por judeus quanto por gentios, conforme descrito acima, sendo que, de acordo com At 11.21 “E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor” e também de acordo com At 11.24b 

“E muita gente se uniu ao Senhor”, onde o termo “gente” se refere aos gentios, o crescimento numérico da igreja de Antioquia provavelmente foi maior em termos de gentios e não de judeus. 

A despeito disto, a consideração da igreja de Antioquia em relação à igreja de Jerusalém é mantida não somente em relação àqueles assuntos onde fosse necessária a intervenção daqueles que eram então considerados colunas da igreja em Jerusalém, mas também em termos da gratidão que lhes era devida, exatamente como Paulo, mais tarde escreveria aos crentes de Roma, mostrando-lhes como deve ser o comportamento dos crentes gentios em relação aos crentes judeus, conforme descrito em Rm 15. 25-27: “Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. 

Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. 

Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais”.     

I° Reconhecendo as necessidades alheias:

Era perfeitamente compreensível que profetas de Jerusalém viessem a Antioquia para conhecer o trabalho e desfrutar de um momento de comunhão como os demais irmãos da recém formada igreja. 

Foi a vinda deles que possibilitou a ajuda assistencial tão necessária para aqueles tempos difíceis.

Diversos textos mostram a interação entre os membros da igreja de Jerusalém e os membros da igreja de Antioquia:

1° Em At 11. 22,23, Barnabé é enviado pela igreja de Jerusalém à Antioquia e ele ali permanece fortalecendo os irmãos a permanecerem no Senhor 
“E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. 

O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração”.

2° Em At 11. 25,26 tem-se o relato quanto a chegada de Paulo a Antioquia, onde então ele permanece juntamente com Barnabé, ambos ensinando a palavra do Senhor. 

“E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.

E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”.

3° Em At 11.27 tem-se o relato quanto a descida de alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, sendo destacado dentre eles a presença do profeta Ágabo: “E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia”.

4° Em At 11. 29,30 é relatado a ida de Barnabé e Paulo à Jerusalém sendo eles enviados pela igreja de Antioquia: 

“E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. 

O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo”.

5° Em At 12. 25 é descrito o retorno de Barnabé e Paulo de Jerusalém a Antioquia e juntamente com ele João Marcos: 

“E Barnabé e Saulo, havendo terminado aquele serviço, voltaram de Jerusalém, levando também consigo a João, que tinha por sobrenome Marcos”.

6° Em At 15. 2 é descrito a subida de Paulo, Barnabé e outros membros da igreja de Antioquia a Jerusalém para que ali eles participassem do Concílio de Jerusalém:

“Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos ancião sobre aquela questão”.

7° Em At 15. 22, mais uma vez a igreja de Jerusalém envia irmãos de Jerusalém para irem a Antioquia juntamente com Paulo e Barnabé, sendo estes Judas e Silas, como apoio para a comunicação que seria feita à igreja quanto as decisões tomadas durante o Concilio de Jerusalém: 

“Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barnabas, e Silas, homens distintos entre os irmãos”.

8° Em Gl 2. 9-11, Paulo descreve o apoio que ele e Barnabé recebem da igreja de Jerusalém quanto ao evangelho pregado entre os gentios, sendo-lhes recomendado que eles não deixassem de se lembrar dos pobres. 

O relato de Paulo destaca o comportamento de Pedro entre os gentios, o que indica que também Pedro esteve em Antioquia: 

“E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência. 

E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível”.

Todos estes textos mostram o trabalho de cooperação que era desenvolvido entre as duas igrejas, o que indica o amor, o respeito e a unidade entre os crentes judeus e os crentes gentios, a despeito de qualquer diferença cultural que houvesse entre eles. 

Conforme diz a Palavra de Deus:

Sl 133. 1-3: “OH! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. 

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.

Jo 17. 23: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim”.
1° O problema da fome:

A fome é um problema sério por demais, que ainda hoje assola em vários lugares, acontecendo em decorrência de vários fatores, como por exemplo, guerra, desequilíbrios naturais, e pobreza generalizada em muitas regiões. 

É requisito essencial nos envolvermos como cristãos com a beneficência, principalmente no que tange a algo tão difícil, à fome e a demais elementos básicos à sobrevivência como a água e as vestimentas e a educação. 

Somos exortados a não nos esquecermos dos carentes, tristes e enlutados, mas nos identificarmos com eles em suas tribulações (Gl 2.10; Tg 1.27).

A Bíblia registra alguns fatos históricos onde houve fome na terra, sendo estes encontrados principalmente nos textos de Gn 12.10; Gn 26.1; Gn 41-47 e At 11.28. Em Mt 24.7, Jesus profetizou que um dos sinais que haveria indicando a proximidade da sua vinda seria a fome. Segundo escreve Norberth Lieth (2005, pp. 185-199), o século XX é chamado o século das fomes. 
Calcula-se que 800 milhões de pessoas hoje passam fome no mundo. 

Estima-se que trinta pessoas morrem de fome por minuto. No mundo, a cada mês que passa, um milhão de crianças morre de fome. 

Assim a fome, bem como outros elementos básicos à sobrevivência, afeta o equilíbrio da vida da humanidade, sendo esta causada, dentre outros fatores, especialmente pelo coração egoísta, egocêntrico e avarento dos homens. 

Conforme escreve o comentarista, os cristãos devem se envolver com a beneficência, sendo tal comportamento encontrado em diversos versículos da Bíblia como sendo característicos daqueles que são discípulos de Jesus Cristo:

Mt 25. 34-40: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: 

Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 

Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? 

Ou com sede, e te demos de beber? 

E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? 

Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? 
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.

At 4. 34: “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos”.

At 9.36,39: “E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. 

E, levantando-se Pedro, foi com eles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera quando estava com elas”.

Tg 1. 27: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”.

II° Através da palavra profética (At 11. 27):

Quando os profetas de Jerusalém desceram a Antioquia, um deles, por nome Ágabo, “dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo”. 

Este profeta era possuidor de um dom carismático, ministerial, com uma grande abrangência. Era diferente do dom de profecia com que qualquer crente pode usar em determinadas circunstâncias, podendo dirigir-se a crentes ou não crentes, em aspectos locais, mesmo que funcionalmente contenha os mesmos elementos de consolação, exortação e edificação.

At 11. 27,28: “E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. 

E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César”.

O nome de Ágabo aparece somente duas vezes nas Escrituras. 

Em At 11. 28, sendo ele identificado como um dos profetas de Jerusalém que desceram a Antioquia e em At 21.10 onde ele é também identificado como profeta, quando então ele chega a Cesaréia, em casa de Filipe, vindo da Judéia. 

Em Ef 4.11, Paulo lista alguns dos dons ministeriais, ou seja, “os cargos ministeriais” concedidos à igreja para a obra do ministério. 

A nomenclatura citada em relação a Ágabo parece indicá-lo como alguém que exercia o “dom ministerial de profeta ou ministério profético” na igreja de Jerusalém, estando tal consideração de acordo com a lista de dons ministeriais descritas por Paulo em Ef 4.11,12: 

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo”. 

É neste sentido que o profeta Ágabo se diferencia do “dom de profecia”, já que este pode ser concedido a qualquer crente, independente deste exercer algum tipo de cargo ministerial ou não, segundo a vontade soberana do Senhor e em momentos específicos naquilo que for útil para a 
edificação, consolação e exortação da igreja, conforme Paulo descreve em 1° Co 12.1,7-10:

 “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. 

Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas”.

Em relação ao “dom ministerial de profeta” o seguinte comentário feito por French L. Arrington 

(2003, p. 689) é interessante de ser considerado:

“Na igreja primitiva, os profetas eram indivíduos com o dom carismático de revelar a vontade de Deus. 

Eles agiam no interesse do bem-estar da comunidade cristã. Eram inspirados como porta-vozes do Espírito para promover e guiar a igreja em sua missão de divulgar o evangelho. 

Em Atos, Lucas descreve a profecia como o poder do Espírito Santo nos últimos dias (At 1. 8; 2.17,33). [...]. 

Na igreja primitiva, qualquer membro da comunidade cristã poderia profetizar, mas a profecia estava principalmente associada com os que tinham um ministério profético que incluía a predição de acontecimentos futuros (At 11.28; 20.23-31), o pronunciamento de julgamento divino (At 13.11; 28.25-28), o uso de ações simbólicas (At 21.11), a proclamação da Palavra de Deus (At 13.1-5; 15.12-18) e o fortalecimento dos crentes (At 15.32).

Com relação aos dons ministeriais para a igreja nos dias de hoje, J. Wesley Adams e Donald C. Stamps (2003, p. 1242) escreve:

“Qual seria a importância de apóstolos e profetas atualmente? De forma quase universal, comentaristas tem concordado que apóstolos e profetas eram ministérios especiais do primeiro século, que subseqüentemente foram extintos e substituídos pelas palavras apostólicas e proféticas do cânone do Novo Testamento. 

Tem sido também assumido que evangelistas, pastores e professores continuam a ser líderes necessários da igreja em todas as gerações”.

Da mesma forma, escreve MacDonald (2008, p. 636):

“Hoje em dia não temos nem profetas nem apóstolos no sentido técnico da palavra. 
Seu ministério acabou quando a fundação da igreja foi concluída e o Canon do NT se completou”.

III° Entendendo um momento (At 11. 28):
Na época de Cláudio César, que reinou entre os anos de 49 e 54 d.C., houve fome em vários períodos de sua administração. Até mesmo Roma ficou comprometida em seu abastecimento de víveres nesse tempo. 

Embora não soubessem ao certo o tempo em que a fome ocorreria após a predição do profeta Ágabo, o certo é que os irmãos de Antioquia entenderam que precisavam demonstrar “já” a sua gratidão à igreja de Jerusalém, pondo mãos à obra.
At 11. 29,30: “E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. 

O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo”.
A previsão feita por Ágabo quanto a fome que se abateria em todo o mundo veio a acontecer na época de Cláudio César, imperador de Roma, que conforme descrito por French L. Arrington (2003, p. 689) reinou desde 41 d.C. a 54 d.C. 

O fato de Lucas citar tal fato é importante para datar os acontecimentos descritos em Atos, além de também coincidir com outras fontes de informações que relatam uma fome em várias partes do mundo romano por ocasião do reinado de Cláudio. 

Segundo French L. Arrington (2003, p. 639), Josefo relata uma severa fome na região da Judéia, tendo esta alcançado seu clímax em cerca de 46 d.C. Pode ser que este seja o ano no qual Barnabé e Paulo levam dinheiro para aliviar a fome em Jerusalém, conforme descrito em At 11. 29,30, o que indica o comprometimento tanto de Barnabé, quanto de Saulo com a obra social na igreja. 

A atitude dos cristãos de Antioquia em relação a igreja de Jerusalém, sem dúvida alguma mostra a justa menção que é feita a eles em At 11. 26, quando então em Antioquia os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos, o que indica que eles tornaram-se, de fato, verdadeiros seguidores de Jesus Cristo já que, conforme citado por Paulo em At 20. 35, dEle é o ensino de que “mais bem-aventurada coisa édar do que receber”. 

IV. Recolhendo donativos:

Era comum que judeus estabelecidos em outras cidades e prósperos, mandassem para Jerusalém suas contribuições tanto para o templo quanto para os necessitados. 
A coleta para os pobres significava muito mais que generosidade e gentileza, era um maneira de demonstrar a unidade da igreja. 

Para Paulo era uma maneira de ensinar aos cristãos dispersos que não eram somente membros de uma igreja local, mas sim, da igreja em sua totalidade, onde cada uma de suas partes tinha obrigações com os demais.

O fato de ser comum para os judeus a contribuição tanto para o templo, quanto para com os necessitados é algo que pode ser visto como decorrente dos ensinos ao longo de todo o Antigo Testamento, conforme se percebe nos seguintes versículos descritos abaixo:

Ex 35. 20,21,29: “Então toda a congregação dos filhos de Israel saiu da presença de Moisés, e veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas. 

Todo homem e mulher, cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o Senhor ordenara-se fizesse pela mão de Moisés; assim os filhos de Israel trouxeram por oferta voluntária ao Senhor”.

1° Cr 29. 1-9: “Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, a quem só Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e esta obra é grande; porque não é o palácio para homem, mas para o Senhor Deus. 

Eu, pois, com todas as minhas forças já tenho preparado para a casa de meu Deus ouro para as obras de ouro, e prata para as de prata, e cobre para as de cobre, ferro para as de ferro e madeira para as de madeira, pedras de ônix, e as de engaste, e pedras ornamentais, e pedras de diversas cores, e toda a sorte de pedras preciosas, e pedras de mármore em abundância. 

E ainda, porque tenho afeto à casa de meu Deus, o ouro e prata particular que tenho eu dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário: 

Três mil talentos de ouro de Ofir; e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas. 

Ouro para os objetos de ouro, e prata para os de prata; e para toda a obra de mão dos artífices. Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao Senhor? 

Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães de mil e de cem, até os chefes da obra do rei, voluntariamente contribuíram. 

E deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos de ouro, e dez mil dracmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de ferro. 

E os que possuíam pedras preciosas, deram-nas para o tesouro da casa do Senhor, a cargo de Jeiel o gersonita. 

E o povo se alegrou porque contribuíram voluntariamente; porque, com coração perfeito, voluntariamente deram ao Senhor; e também o rei Davi se alegrou com grande alegria”.

Dt 15. 7-11: “Quando entre ti houver algum pobre, de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. 

Guarda-te, que não haja palavra perversa no teu coração, dizendo: 

Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão; e que o teu olho seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra ti ao Senhor, e que haja em ti pecado. 

Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o Senhor teu Deus em toda a tua obra, e em tudo o que puseres a tua mão. 

Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: 

Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra”.

Is 58. 6,7: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?

Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?”

1° Cada um conforme as suas posses (At 11. 29):

Os discípulos se dispuseram prontamente a recolher recursos dentre de um critério “conforme as suas posses” Uma boa medida de prudência para que também não ficassem comprometidos posteriormente. 

Reter o que se tem é um ato comum ao ser humano, mas a doação sistemática é algo que nos identifica com Deus. 

O livro de Atos frisa que cada um “espontaneamente” quis participar das doações.

2° Co 8.11-15: “Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes. 

Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem. Mas, não digo isto para que os outros tenham alívio, e vós opressão, mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade; como está escrito: 

O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos”.

Com relação a reter o que se tem:

Pv 29.7: “O justo se informa da causa dos pobres, mas o ímpio nem sequer toma conhecimento”.
Tg 5.1-4:

 “Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça.

O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. 

Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos”.

2. Deliberaram enviar socorro:

Tão logo a fome se instalou, os irmãos de Antioquia enviaram socorro aos que moravam na Judéia. 

Uma vez recolhidos os donativos, eram enviados com pressa. Saber que alguém está passando privação e apenas orar por ele, não é viver o verdadeiro cristianismo. 

O socorro precisa ser enviado, a fome e a sede precisam ser saciadas. Ter o poder para fazer o bem e se negar fazê-lo é iniqüidade anticristã grosseira (Tg 4.17).

Tg 2. 14-17: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 

Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”.

Tg 4.17: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”.
1° Jo 3.17,18: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade”.

3° Tudo fizeram espontaneamente:
Aqueles cristãos primitivos demonstraram uma generosidade que ia além das fronteiras nacionais. A liberalidade que se demonstra espontaneamente enobrece a qualquer um. 

Essa questão de espontaneidade nós reiteramos persistentemente. 

Não vale a pena nada forçado, ou feito com murmuração. 

Quando Paulo instrui aos crentes quanto a recolher donativos, diz que deve ser segundo o propósito do coração, insiste no aspecto de ser voluntário, pois Deus ama ao que dá com alegria (2° Co 9.7). 

Noutro lugar ele diz para cada um doar segundo a sua prosperidade, “eudoo” no grego, que significa “viagem rápida e bem sucedida”, com o sentido de: “aquele que tiver mais recursos, tendo em abundância nessa vida, deve, do que possui, contribuir (1° Co 16. 2)

Is 1.17: “Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas”.

1° Co 16. 2: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar”.

2° Co 9. 7: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.

Gl 6. 9,10: “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”.

2° Ts 3.13: “E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem”.

3. Enviando os donativos:

Em seus escritos, Paulo usa não menos de noves palavras distintas para descrever o termo “coleta”. Algumas vezes usa a palavra “koinonia” (2° Co 8. 4; 9.13; Rm 15. 5,6). 

Aqui “koinonia” significa “solidariedade” e sua essência é o compartilhar. 

A comunhão cristã não se baseia no espírito que se pode orgulhar do que possui, mas considera tudo como susceptível de ser compartilhado com outros. 

A pergunta prioritária não deve ser com o que posso ficar, mas o que posso dar (At 11. 29).

Segundo o “Novo Dicionário da Bíblia” (Douglas, 1995, pp. 809, 810) no Novo Testamento o termo básico traduzido como ‘comunhão’, ‘participar’, ‘contribuir’, ‘comum’ (no senso do termo latino communis) origina-se da raiz grega koin. 

A conotação fundamental da raiz koin é a de partilhar de alguma coisa com alguém. Partindo desse sentido básico do termo, as diversas passagens do Novo Testamento que usam a raiz koin podem ser divididas em três classes, de conformidade com a idéia predominante: 

a) ‘Receber uma partilha’, b) ‘Dar partilha’ e c) ‘Compartilhar’. 

Os principais textos que apóiam a interpretação de koinonia como ‘dar uma partilha’ é Rm 15. 26 (e não Rm 15. 5,6 no texto do comentarista); 2° Co 8. 4 e 2° Co 9.13. Em 2° Co 9.13 é o termo ‘contribuís’ que representa o grego ‘tes koinonias’; ‘pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos’; em Rm 15. 26 o termo koinonia toma a forma concreta de como a generosidade se reveste de ação prática, sendo por isso o termo aplicado à coleta destinada aos santos pobres da igreja em Jerusalém; a mesma conotação é encontrada em 2° Co 8. 4.

Rm 15. 26: “Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”.

2° Co 8. 4: “Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos”.

2° Co 9.13: “Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos”.

Com relação à afirmativa de que a pergunta prioritária não deve ser com o que posso ficar, mas o que posso dar, os seguintes versículos apresentam esta idéia:

Mt 7.12: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas”.

Mc 10.21,22: “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades”.

1° Centro de recolhimento comum (os anciãos ou presbíteros):

Como a Antioquia era grande, além do corpo de diretores formados pelos cinco ministros, havia anciãos (presbíteros) espalhados pela cidade adentro, os quais eram os responsáveis pelos diversos cultos realizados nas casas. 

Estes homens ficaram responsáveis pela orientação e coleta entre as assembléias cristãs que se reuniam nessas casas. 

Observando a envergadura desse trabalho de recolhimento, concluímos que, se fizermos isso em muitos campos de trabalho, poderemos ter um poderoso efeito do Reino de Deus em nosso país, e um crescimento maravilhoso da igreja em lugares carentes, tanto no interior quanto nas cidades onde há desempregados, e aqueles que precisam de socorro assistencial.

O texto de At 11. 30 se refere aos anciãos que receberam a doação em Jerusalém por mãos de Barnabé e de Paulo, e não “a anciãos em Antioquia responsáveis por cultos realizados nas casas”. 

French L. Arrington (2003, p. 691) concorda com isto, conforme segue-se o seguinte comentário feito abaixo:

“Barnabé e Paulo entregam a doação pessoalmente “aos anciãos” da igreja em Jerusalém. Esta é a primeira menção de anciãos cristãos em Atos. 

Elesprovavelmente agiam à semelhança dos anciãos de uma sinagoga judaica, no ponto em que eles presidiam sobre a congregação (cf. At 15.13). 

A palavra “anciãos” não significa necessariamente que eles eram “homens velhos”, embora pareça provável que a liderança de uma congregação estivesse nas mãos de pessoas mais velhas. 

Não há dúvida de que a organização da igreja ainda estava se desenvolvendo, mas com os anciãos tendo a cargo a administração dos assuntos locais, os apóstolos estavam livres para se dedicar à pregação do evangelho. 

Quando os anciãos da igreja em Jerusalém recebem a doação de amor, eles fazem com que seja apropriadamente distribuída entre os necessitados”.

2° Chega a ajuda num momento delicado:

A melhor coisa numa situação de necessidade é experimentar um socorro imediato e proporcional àquela carência. 

É certo que a ajuda financeira chegou num momento apropriado, aumentando a consideração para com a primeira igreja gentílica que, de maneira pronta, obedeceu ao Espírito Santo, por intermédio da palavra profética recebida pelos lábios de Ágabo. 

A fome é cruel, por isso, a ajuda deve ser rápida, pois o corpo se debilita fácil e rapidamente. Em meio à necessidade, os carentes precisam de expressa ajuda.

Sl 41.1: “Bem aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal”.

Pv 14. 31: “O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado o honra”.

2 Co 9. 8-12: “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres;a sua justiça permanece para sempre. 

Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. 

Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus”.

3. Contribuição é mordomia:
Davi deixou claro que até o que ofertamos ao Senhor vem de suas próprias mãos (1° Cr 29.14). 

A contribuição é um contínuo lembrete de que somos mordomos e que não deveríamos nos apegar ao que não é nosso. 

Expressamos um sentimento de gratidão ao Senhor ao contribuirmos. 

Mas, por detrás do sentimento encontra-se também a obediência a um princípio ou mandamento. 

Quando as Escrituras declaram que “Deus ama ao que dá com alegria” (2° Co 9. 7), não quer dizer que a alegria coloca a contribuição numa condição opcional, e sim que Ele se agrada de um coração que obedece alegremente a um mandamento.

1° Cr 29.13,14: “Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos, e louvamos o nome da tua glória. Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos”.

Lc 12.15: “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer nãoconsiste na abundância do que possui”.

Sl 100. 2: “Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto”.

Pv 21.15: “O fazer justiça é alegria para o justo, mas destruição para os que praticam a iniqüidade”.

Rm 12. 6-8: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria”.

Referências Bibliográficas:

James. B. Shelton; Jerry Camery-Hoggatt; French L. Arrigton; Benny C. Aker; Van Johnson; 

Anthony Palma; J. Hernando; William Simmons; J. Wesley Adams; David Demchuk; Sven K. 

Soderlund; Timothy B. Cargal; Roger Stronstad; Robert Berg; Timothy P. Jenney; Comentário 

Bíblico Pentecostal, 2003, 1a. Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia, 1995, Edições Vida Nova, São Paulo, SP.

Norberth Lieth; O Sermão Profético de Jesus, 2005,  Actual Edições, Porto Alegre, RS.

William MacDonald, Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento, 2008, 1a Ed., Mundo Cristão, São Paulo, SP.

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14 DE MAIO DE 1948 - RENASCE A NAÇÃO DE ISRAEL

TEXTO BASÍCO ISAIAS 66: 8

INTRODUÇÃO

“Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? 

Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66. 8). 

A história de Israel, durante os dois últimos milênios pode ser vista a partir de Herodes, o grande (ver Mt 2. 2-19), que foi nomeado governador da Judéia no ano 37 a.C. 

Durante todo este período até os dias de hoje, a terra prometida tem passado por diversos fatos históricos, sendo estes narrados em todo o mundo pelos meios de comunicação. 

Nós cristãos devemos estar cientes destes fatos, já que estes nada mais são do que o cumprimento de diversas profecias bíblicas, os quais demonstram, por conseguinte, a veracidade da Palavra de Deus. 

Também é importante nós entendermos que todos os acontecimentos envolvendo o povo escolhido de Deus, têm por finalidade preparar o mundo para a Segunda Vinda de Cristo, quando então o Senhor revelar-se-á novamente a seu povo, e o remanescente de Israel será salvo (ver Rm 11. 26,27).

Após a ascensão de Jesus (ver At 1. 9) os discípulos voltaram para Jerusalém, onde permaneceram até se cumprir o dia de Pentecostes, quando então ocorreu a descida do Espírito Santo (ver At 2.1-13). 

Historicamente, o dia de Pentecostes pode ser considerado como o marco do nascimento da igreja. 

No decorrer da história, o evangelho passa a ser pregado tanto a judeus quanto aos gentios. 

As boas novas da salvação se alastravam rapidamente, porém isto levava a diversas perseguições movidas contra os discípulos, especialmente em Jerusalém, fatos estes que levou muitos deles a fugir e formar novas comunidades de fé em Samaria, Galiléia, Antioquia e outras regiões (ver At 8.1). 

Ao mesmo tempo e ainda neste contexto, no ano 66 d.C. os judeus na Palestina rebelam-se contra Roma e seu domínio. 

Para reprimir a rebelião, o imperador Nero envia um grande exército sob o comando de Vespasiano a Jerusalém. 

Na Páscoa de 70 d.C., as legiões romanas cercam Jerusalém sob o comando de Tito, filho de Vespasiano (Nero havia se suicidado e Vespasiano era então o imperador). 

Tal fato conduz a destruição de Jerusalém sendo o sofrimento indescritível. Segundo alguns estudiosos, quando a cidade caiu, contou-se cerca de um milhão de mortos. 

Dos 97 mil sobreviventes, a maior parte foi levada para Roma, e estes muitas vezes foram sujeitos a espetáculos públicos como gladiadores em arenas. 

Este acontecimento ficou conhecido na história como “a grande dispersão judaica”, tendo este sido literalmente profetizado por Jesus, por exemplo, em Mt 23. 38 e 24. 2. 

Após a dispersão judaica, os fatos que se seguiram dentro dos limites da terra prometida foram a resistência judaica sob a liderança do rabino Akiba, sendo os exércitos organizados pelo guerreiro Bar Kochba (ano 132-135 
d.C.); as cruzadas (1096-1396), o período mameluco (século XIV-XV); o domínio sob o império otomano de1517 a 1914 e a partir de 1917 a 1947, o mandato britânico. 

Fora dos limites da Palestina, os judeus espalhados em todo mundo passavam por diversos sofrimentos com o anti-semitismo predominando em várias partes do mundo. 

Apesar dos sofrimentos que sobrevieram sobre a nação de Israel e seu povo, as dores de parto profetizada por Isaías no capítulo 66.8 vão atingir seu ápice antes e durante a segunda guerra mundial, período este que passou para a história como “O HOLOCAUSTO”, sob o comando de Hitler. 

O nazismo fez tudo o que podia para cumprir o extermínio dos judeus e a estimativa é de que no mínimo seis milhões de pessoas foram mortas durante esse período. 

O holocausto nazista só não atingiu seus objetivos de completo extermínio da raça judia, devido a fidelidade de Deus para com os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, e assim a 29 de novembro de1947, a Assembléia das Nações Unidas, sob a presidência do eminente brasileiro Oswaldo Aranha, vota a resolução que recomendava o estabelecimento na Palestina de um Estado Judeu e um Estado Árabe. 

A 14 de Maio de 1948, foi então proclamado a criação do Estado de Israel, com estrutura de República Democrática, o primeiro governo autônomo judaico após quase dois mil anos desde o governo de Herodes, o grande. 

Renasce assim a Nação de Israel, como cumprimento do restante da palavra profética de Isaías 66. 8: “... 
Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos”.

14 de Maio de 2011, 63 anos desde o renascimento da Nação de Israel. 

A igreja que viu os filhos de Israel sendo obrigados a deixarem sua pátria, contempla agora o seu retorno. 

Tal fato deve ser motivo de alegria para toda igreja, pois este acontecimento aponta para a volta de Jesus, além de engrandecer e exaltar o nome do nosso Deus, pois nós, como conhecedores da sua Palavra, testemunhamos a soberania e fidelidade de Deus. 

A história de Israel segue em frente, trazendo de volta os judeus dispersos de todas as partes do mundo para a terra prometida (ver Ez 37. 21,22; Am 9.14,15), até o grande dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo voltará em grande poder e glória para estabelecer em Jerusalém o seu Reino Milenar de Paz (ver Mt 5. 35; 24. 30; 25. 31-24). 

Ao nosso Deus, Único e Verdadeiro, seja a glória eternamente, Maranata: hora vem senhor Jesus!

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