QUANDO
UM PAI NÃO DISCIPLINA O PRÓPRIO FILHO!
TEXTO BASE Hebreus 12: 5 -11
A
questão da disciplina dentro da família encontra-se bem tratada na Palavra de
Deus.
E o Novo Testamento até a utiliza para demonstrar como Deus não age
diferente dentro de sua própria família espiritual:
Vocês
se esqueceram da palavra de ânimo que Ele lhes dirige como a filhos:
“Meu
filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão,
pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como
filho”.
SUPORTE
AS DIFICULDADES, RECEBENDO-AS COMO DISCIPLINA
"E
já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu,
não desprezes a correção do SENHOR, E não desmaies quando por ele fores
repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe
por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que
filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos
são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.
Além do
que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os
reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para
vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como
bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da
sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de
gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos
exercitados por ela." (Hebreus 12: 5-11)
Esse
simples texto da Bíblia que lida com a questão da repreensão e castigo resume
muito bem a essência da disciplina.
O texto
inteiro foi baseado no seguinte versículo de Provérbios: “Meu filho, não
despreze a disciplina do SENHOR nem se magoe com a sua repreensão.” (Provérbios
3:11 NVI)
O Novo
Testamento fez assim uma referência bem relevante, pois não há livro em toda a
Bíblia que contenha mais orientação sobre disciplina de filhos do que
Provérbios.
Um pai
da Bíblia que corrigia os filhos — só com palavras
Se
Provérbios é um livro que explica muito bem o que é a disciplina, então todos
os pais mencionados na Palavra de Deus sabiam aplicá-la? Não.
Nem
todos os pais da Bíblia corrigiam seus filhos. Alguns escolhiam simplesmente a
correção verbal, e nada mais. O sacerdote Eli, por exemplo, criou os filhos no
sacerdócio e, quando se tornaram homens, eles cometiam frequentemente pecados
contra Deus.
Eles estavam até violando os sacrifícios oferecidos a Deus na casa
de Deus:
Os
filhos do sacerdote Eli não prestavam e não se importavam com Deus, o SENHOR.
Eles não obedeciam aos regulamentos a respeito daquilo que os sacerdotes tinham
o direito de exigir do povo.
Assim os filhos de Eli tratavam com muito desprezo
as ofertas trazidas a Deus, o SENHOR. E para o SENHOR o pecado desses moços era
muito grave. (1 Samuel 2:12,13a,17)
Eli via
os pecados de seus filhos e, como todo pai bonzinho, não ficava em silêncio.
Ele sempre abria a boca para dar uma bronca neles.
“Eli já
estava muito velho. Ele ouvia falar de tudo o que os seus filhos faziam aos
israelitas e também que eles estavam tendo relações com as mulheres que
trabalhavam na entrada da Tenda Sagrada. Então Eli disse: — Por que é que vocês
estão fazendo essas coisas? Todos me falam do mal que vocês estão praticando.
Parem com isso, meus filhos! Eu estou ouvindo o povo do SENHOR Deus dizer
coisas terríveis a respeito de vocês! Se uma pessoa peca contra outra, o SENHOR
pode defendê-la. Mas quem pode defender aquele que peca contra Deus?” (1º
Samuel 2: 22-24,25a NTLH, o destaque é meu.)
HÁ PAIS
QUE SE CALALM DE PECADOS HORRÍVEIS DOS PRÓPRIOS FILHOS
Nem
ousando mencionar para eles que parem seu comportamento sexual errado, mas essa
fraqueza Eli não tinha. Ele apontava os erros no nariz dos filhos.
No entanto,
a Palavra de Deus revela claramente a reação dos filhos de Eli às repreensões
do pai e a reação do Senhor à desobediência e teimosia deles: “Mas eles não
ouviram o pai, pois o SENHOR havia resolvido matá-los.” (1 Samuel 2:25b NTLH)
Deus,
em seu amor, faz visitações proféticas a Eli
Como
sacerdotes do Senhor, tanto Eli quanto seus filhos conheciam muito bem a
Palavra de Deus. Mas mesmo assim, os filhos de Eli estavam decididos a
desobedecer à Palavra de Deus e ao seu próprio pai, e Eli estava decidido a não
disciplinar ninguém — limitando-se no máximo a passar um sermão. Já que todos
estavam assim decididos contra as ordens e conselhos da Palavra de Deus, Deus
também resolveu decidir: ele decidiu que a solução para os filhos de Eli era a
pena de morte.
Apesar
de que Eli estava entristecendo muito a Deus pela sua falta de ação, Deus
sempre demonstrou misericórdia, na esperança de que Eli pudesse se arrepender e
finalmente assumir a postura de um pai que age.
Através de mensagens
proféticas, Deus deixou bem claro para Eli que ele queria muito mais do que só
palavras. Se os filhos teimavam em desobedecer, a obrigação de Eli era, além de
repreender, tomar medidas concretas. Foi nesse ponto que Deus mandou um profeta
a Eli:
“Então
um profeta procurou Eli e lhe deu esta mensagem de Deus, o SENHOR: —Eu me
revelei ao seu antepassado Arão quando ele e a sua família eram escravos no
Egito.
Você
sabe que eu os escolhi, entre todas as tribos de Israel, para serem meus
sacerdotes, servirem no altar, queimarem incenso e usarem o manto sacerdotal na
minha presença. E dei a eles o direito de ficarem com uma parte dos sacrifícios
queimados no altar. Por que é que vocês olham com tanta ganância para os
sacrifícios e ofertas que eu ordenei que me fossem feitos? Eli, por que você
honra os seus filhos mais do que a mim, deixando que eles engordem, comendo a
melhor parte de todos os sacrifícios que o meu povo me oferece?
Eu, o
SENHOR, o Deus de Israel, prometi no passado que a sua família e os seus
descendentes me serviriam para sempre como sacerdotes. Mas agora eu digo que
isso não vai continuar. Pois respeitarei os que me respeitam, mas desprezarei
os que me desprezam.
Olhe! Está chegando o tempo em que eu matarei
todos os moços da sua família e da família do seu pai para que nenhum homem da sua
família chegue a ficar velho.
Você
passará dificuldades e terá inveja de todas as coisas boas que vou dar ao povo
de Israel, mas ninguém da sua família chegará a ficar velho.
Deixarei vivo
apenas um dos seus descendentes, que será meu sacerdote. Mas ele ficará cego e
perderá toda a esperança.
E todos
os seus outros descendentes morrerão de morte violenta. Hofni e Finéias, os
seus dois filhos, morrerão no mesmo dia, e isso será uma prova para você de que
o que eu disse é verdade.
Escolherei para mim um sacerdote fiel, e ele fará
tudo o que eu quero. Darei a ele descendentes que sempre estarão a serviço do
rei que eu escolher.
E todos os outros descendentes de você que, por acaso,
ficarem com vida terão de se curvar diante do rei para pedir dinheiro e comida
e implorarão para ajudar os sacerdotes, a fim de terem alguma coisa para
comer”. (1º Samuel 2: 27=36 NTLH)
Deus já
havia decidido que a penalidade para as ofensas que os sacerdotes Hofni e
Finéias estavam cometendo era a morte.
Mas
como Eli não queria cumprir sua responsabilidade como pai e como supremo
sacerdote de punir severamente as maldades deles, a maldição e pena de morte
que estavam sobre Hofni e Finéias cairiam sobre a família inteira de Eli.
Deus
até usou o menino Samuel para avisar Eli:
“E o SENHOR
disse: — Eu vou fazer com o povo de Israel uma coisa tão terrível, que todos os
que ouvirem a respeito disso ficarão apavorados.
Naquele dia farei contra Eli
tudo o que disse a respeito da família dele, do começo até o fim. Eu lhe disse
que ia castigar a sua família para sempre porque os seus filhos disseram coisas
más contra mim.
Eli
sabia que eu ia fazer isso, mas não os fez parar. Por isso, juro à família de
Eli que nenhum sacrifício ou oferta poderá apagar o seu terrível pecado.” (1
Samuel 3:11-14 NTLH)
Depois
de tal repreensão divina, um homem sábio se prostraria diante de Deus,
agradeceria sua visitação sobrenatural, pediria perdão e se comprometeria
diante do Senhor a agir de acordo com a Palavra de Deus, castigando quem
merecia ser castigado, mesmo que envolvesse um castigo de pena capital. Mas
qual foi a reação de Eli quando Samuel lhe entregou o recado profético?
“Então
Samuel contou tudo, sem esconder nada. E Eli disse: — Ele é Deus, o SENHOR. Que
ele faça tudo o que achar melhor!” (1 Samuel 3:18 NTLH)
Em
outras palavras, Eli quis dizer: “Se Deus quiser agir e fazer o que eu mesmo
não estou fazendo, ele pode fazer o que ele quiser, mas eu não vou agir.
Que
Deus aja sozinho”. Como se diz, ele tirou o corpo fora — não aceitando a chance
de colaborar com Deus na ordem da família de Deus e na própria família dele!
Ele queria simplesmente continuar tratando seus filhos adultos do mesmo jeito
que ele vinha tratando-os desde a infância: sem lhes ministrar castigo físico.
Consequências
da negligência de um pai
Eli
evitou sua responsabilidade de castigar, e as maldições sobre Hofni e Finéias
se cumpriram, atingindo muito mais do que suas próprias vidas — afetando a
nação inteira de Israel. Quando Israel enfrentou seus terríveis inimigos
filiteus em batalha — sob a liderança “espiritual” de Hofni e Finéias —, houve
grande derrota.
Os israelitas descobriram, da pior forma, que estavam sem
proteção espiritual:
“ — O
povo de Israel fugiu dos filisteus! — respondeu o mensageiro. — Foi uma
terrível derrota para nós. Além de tudo, os seus filhos Hofni e Finéias foram
mortos, e os filisteus tomaram a arca da aliança. Quando ouviu falar na arca,
Eli caiu da cadeira para trás, perto do portão da cidade. Ele estava muito
velho e gordo. Por isso, quando caiu, quebrou o pescoço e morreu. Eli foi o
líder do povo de Israel quarenta anos.” (1 Samuel 4:17-18 NTLH)
Eli não
se preocupou muito com a morte dos filhos, pois ele já sabia que não havia
outro destino para eles. Ele se preocupou mais com o destino da arca. Contudo,
se ele tivesse agido energicamente, sua família não receberia maldição nem a
arca seria tomada.
Poucos
anos depois, praticamente toda a família sacerdotal de Eli foi brutalmente
assassinada pelo rei Saul (cf. 1 Samuel 22), cumprindo-se assim a palavra
profética dirigida a Eli: “E todos os seus outros descendentes morrerão de
morte violenta”. (1 Samuel 2:33b).
A teimosia de um pai em não punir a teimosia
e maldade dos próprios filhos removeu a segurança espiritual que poderia
proteger os netos, bisnetos e outros familiares de Eli contra a fúria cega e
assassina de Saul anos depois.
O
profeta Samuel, em sua infância e juventude, viu tudo o que aconteceu com Eli e
seus filhos. Ele viveu no ambiente sacerdotal de Eli, mas a diferença é que
Samuel não era filho de Eli.
Ana,
uma esposa israelita estéril, havia orado muito a Deus pedindo um filho. Deus
respondeu dando-lhe a bênção de conceber Samuel em seu ventre. Depois do
nascimento de Samuel, Ana o levou à casa de Deus — onde Eli ocupava a função de
supremo sacerdote — e o entregou e consagrou ao serviço de Deus, separando-se
fisicamente dele.
(Veja 1 Samuel 1)
Do
ponto de vista humano, o menino Samuel corria o risco de sofrer o mesmo tipo de
deficiência educativa que Eli havia dado a seus próprios filhos — pois os
filhos de Eli não sabiam o que era castigo físico. Do ponto de vista divino,
tudo o que Ana e seu marido não podiam fazer por seu filho Samuel, Deus daria.
Aliás, Deus soberanamente preencheu com sua maravilhosa graça toda a
deficiência e má influência de Eli na criação e educação de Samuel.
A graça
de Deus não é automática
Mesmo
sendo criado sem nenhum castigo físico, Samuel milagrosamente não se tornou o
tipo de adulto que eram os filhos de Eli. Samuel viu que a graça de Deus que
estava sobre ele o tinha livrado de toda contaminação e dano. Daí ele pode ter
concluído que é possível educar crianças sem a aplicação da disciplina física.
Sem dúvida alguma, a falta de dano foi obra exclusiva da graça de Deus, porém
Samuel pode bem ter pensado que ele poderia “sustentar” essa obra em sua
família, sem jamais precisar recorrer a uma surra.
A Palavra de Deus fala muito
sobre Samuel e sua integridade, mas não fala muito sobre seus filhos, e o pouco
que fala revela que eles não herdaram a integridade do pai.
Tudo o que a
Palavra de Deus diz sobre os filhos de Samuel é:
“Quando
envelheceu, Samuel nomeou seus filhos como líderes de Israel. Seu filho mais
velho chamava-se Joel e o segundo, Abias. Eles eram líderes em Berseba. Mas os
filhos dele não andaram em seus caminhos. Eles se tornaram gananciosos,
aceitavam suborno e pervertiam a justiça”. (1 Samuel 8:1-3 NVI)
Samuel
só tinha dois filhos, e eles eram corruptos — provavelmente porque o pai lhes
deu a mesma educação (humanamente deficiente) que recebeu.
A graça de Deus que
trabalhou na vida de Samuel — sem a necessidade do uso da disciplina física —
não trabalhou na vida de seus filhos. A graça de Deus não é uma bênção que nós
escolhemos, nem é automática. Deus é que soberanamente escolhe e dá.
Samuel
deve ter agido como sua mãe Ana, entregando seus filhos para a graça de Deus,
achando que somente isso bastava.
O que ele fez não é errado, mas as situações
eram distintas. Na criação de Samuel, não havia um pai para discipliná-lo. Na
criação dos filhos de Samuel, havia um pai para discipliná-los, porém esse pai
tentou um caminho de fé que acabou não funcionando. Seu exemplo serve de lição
para nós hoje.
Os pais
podem e devem entregar seus filhos a Deus e depender da graça de Deus, mas
jamais podem deixar de cumprir os mandamentos específicos de Deus sobre
educação e correção de filhos.
Usar a graça de Deus como desculpa para evitar a
responsabilidade da disciplina física é dar um salto no escuro — arriscando
mandar os filhos para o mesmo destino e abismo de corrupção dos filhos de
Samuel!
O mesmo
Deus que em situações especiais concede soberanamente sua graça também orienta
o seu povo sobre o método divino de castigo físico para a educação das
crianças.
A graça de Deus pode agir em situações em que
a criança por um motivo ou outro não recebe castigo físico, principalmente na
ausência dos pais, mas é arriscado e errado fechar deliberadamente os ouvidos
para as orientações de Provérbios e “deixar para a graça de Deus” um trabalho e
responsabilidade que Deus deu diretamente aos pais.
Deus pode trabalhar quando
os pais não estão presentes, exatamente como aconteceu na infância de Samuel,
mas quando os pais estão presentes, eles devem agir conforme já está bem claro
na Palavra de Deus.
Enquanto
formos seres humanos, temos necessidades humanas.
Uma dessas necessidades é
disciplina, correção e castigo, que fazem parte tanto da família natural quanto
da família espiritual. Para ajudar os pais na importante e difícil tarefa da
disciplina, Deus nos deixou o Livro de Provérbios, que contém muitas passagens
sobre o assunto.
O que a
sabedoria de Deus ensinou a Salomão
O Livro
de Provérbios na Bíblia foi, em grande parte, escrito por Salomão, filho de
Davi. Sendo então o autor principal de Provérbios, como foi então que Salomão
conseguiu escrever tanto sobre disciplina física de crianças? Foi por causa do
exemplo de seu pai? Foi com o que aprendeu em seu lar na infância?
Salomão
não aprendeu princípios de disciplina por experiência própria nem com o que via
ao seu redor, pois no próprio lar em que cresceu ele nunca levou uma surra
corretiva do pai. Por algum motivo, Davi nunca corrigia a teimosia e
desobediência de seus filhos.
Ele falhou nessa área. Ele foi um homem justo em
muitas áreas, porém a Palavra de Deus mostra seu fracasso no desempenho de seu papel
como pai. Quando seu filho Amnom estuprou a própria irmã, a maioria das versões
bíblicas se limita a dizer que Davi ficou furioso quando soube da violência
sexual, porém a Septuaginta revela muito mais:
“Quando
soube disso, o Rei Davi ficou muito irado. Mas Davi não castigou seu filho
Amnom. Ele favorecia Amnom porque ele era seu filho mais velho”. (2ª Samuel 13:
21 GW)
“Quando
soube do que havia acontecido com Tamar, Davi ficou muito irado. Mas Amnom era
seu filho mais velho e também o seu favorito, e Davi não queria fazer nada que
deixasse Amnom infeliz”. (2º Samuel 13: 21 CEV)
Outra
passagem da Bíblia revela como Davi agia com seu filho Adonias:
Ora,
toda a sua vida seu pai nunca havia sido contra ele ou lhe dito, Por que é que
você fez isso? (1º Reis 1: 6a BBE)
Mas seu
pai nunca, nem uma só vez, o repreendeu dizendo: “Por que você agiu desse
jeito?” (1ª Reis 1: 6a HCSB)
Seu pai
o estragou na infância, jamais lhe dando, nem uma só vez, uma bronca. (1º Reis
1: 6a MSG)
Talvez
Davi não tenha sofrido castigos divinos tão fortes quanto os castigos que Eli
recebeu porque Davi estava casado com várias mulheres e não tinha, como rei,
tempo para administrar sua imensa família.
Tal fraqueza pode não lhe ter
custado as maldições que Eli colheu, porém não o livrou de problemas sérios com
seus filhos. Seu filho Absalão, que nunca apanhou, tomou o seu trono e quase o
matou, agindo com extrema violência, estuprando as concubinas do próprio pai! O
caso de Absalão mostra o engano dos que acreditam que só as crianças criadas
com disciplina se tornam violentas.
O oposto foi verdade no caso de Absalão.
Seu irmão Amnom, criado sem nunca levar uma surra, cometeu um ato violento,
estuprando a própria irmã!
A chave
então para não sofrer problemas semelhantes na família não é seguir a moda de
hoje de evitar a disciplina física, mas adotar uma postura equilibrada: uma
criança criada de modo violento ou sem castigo físico pode acabar cometendo
violências, mas uma criança criada com o uso sábio da disciplina física terá
muito mais chance de levar uma vida marcada por um comportamento bom e correto.
Passando
toda a sua infância no lar de Davi, vendo Amnom, Absalão e Adonias em seus maus
comportamentos, Salomão sabia o que era a falta de disciplina por experiência
própria.
Aliás, ele sofreu na própria pele as consequências da falta de
disciplina do lar de seu pai, pois seu mimado irmão Adonias tentou tomar o
governo das mãos de Salomão, e papai Davi não fez nada.
O mimado Adonias estava
disposto a matar Salomão para ficar com o trono.
Salomão
também conhecia o caso trágico de Eli, através do que seu pai Davi lhe contava.
Davi soube dos problemas internos da família de Eli, através do próprio profeta
Samuel, que era seu amigo.
Assim, através de Davi, Salomão conhecia até a
situação dos filhos de Samuel.
Talvez
seu pai Davi não tenha se importado muito com a falta de castigo físico com que
Eli, Samuel e ele mesmo criaram seus filhos porque aquelas gerações de modo
geral não educavam crianças de outro jeito.
Pelo fato de que grandes líderes
espirituais daquela época como Eli, Samuel e Davi não viam nada de errado com a
falta de disciplina física na educação de filhos, é bem possível que em Israel
a educação sem castigo físico fosse bem mais comum do que se poderia imaginar.
Provavelmente,
o próprio Salomão nunca colocou em prática os princípios de disciplina de
filhos que ele escreveu em Provérbios quando ele ainda era jovem, muito temente
a Deus e não tinha esposa e filhos.
Provérbios
orienta os homens a ter somente uma esposa
[1], porém Salomão teve muitas.[2]
Ele desobedeceu.[3]
Provérbios
é o livro da Bíblia que mais ensina sobre disciplina, porém Roboão, filho de
Salomão, seguiu a tradição da família de Davi de filhos mimados e maus.
Mas só
porque Salomão não conseguiu obedecer, significa que todos os homens de Deus
também não conseguirão ter somente uma esposa e educar e corrigir os filhos
conforme os excelentes princípios de Provérbios?
O que
Deus fala aos pais através de Provérbios
Nas
muitas orientações que escreveu sobre correção de filhos, Salomão não foi
influenciado por costumes de sua família nem pela cultura ao seu redor.
Ele
estava sem condições de escrever com base na própria experiência, pois ele e
seus irmãos não sabiam o que era receber disciplina do pai.
Foi a inspiração
direta de Deus que o levou a sustentar a posição não de seu pai nem de sua
cultura nem de seu próprio coração, mas de Deus na questão da disciplina
física.
A sabedoria de Deus o capacitou a entender e ver o que mesmo seu pai e
Samuel não viam. Deus, através da sabedoria de Salomão em Provérbios, ensina:
“Aquele
que poupa a vara odeia seu filho, mas aquele que o ama tem o cuidado de discipliná-lo”.
(Provérbios 13: 24 NIV)
“Quem
se recusa a surrar seu filho o odeia, mas quem ama seu filho o disciplina desde
cedo”. (Provérbios 13: 24 GW)
“Aquele
que poupa sua vara [de disciplina] odeia seu filho, mas aquele que o ama o
disciplina com diligência e o castiga desde cedo”. (Provérbios 13:24 Bíblia
Ampliada)
“Os
açoites que ferem, purificam o mal; E as feridas alcançam o mais íntimo do
corpo.” (Provérbios 20: 30 TB)
“Os
castigos curam a maldade da gente e melhoram o nosso caráter.” (Provérbios 20: 30
NTLH)
“Os
golpes e os ferimentos eliminam o mal; os açoites limpam as profundezas do
ser”. (Provérbios 20: 30 NVI)
“É
natural que as crianças façam tolices, mas a correção as ensinará a se comportarem.”
(Provérbios 22:15 NTLH)
“A
estultícia está ligada ao coração do menino, mas a vara da correção a
afugentará dele.” (Provérbios 22: 15 RC)
“A
insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a
livrará dela”. (Provérbios 22: 15 NVI)
“Todas
as crianças são sem juízo, mas correção firme as fará mudar”. (Provérbios 22: 15
CEV)
“A
crianças por natureza fazem coisas tolas e indiscretas, mas uma boa surra as
ensinará como se comportar”. (Provérbios 22: 15 GNB)
“Não
retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso
morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.”
(Provérbios 23: 13-14 RC)
“Não
evite disciplinar a criança; se você a bater nela e castigá-la com a vara
[fina], ela não morrerá.
Você a surrará com a vara e livrará a alma dela do
Sheol (Hades, o lugar dos mortos)”. (Provérbios 23:13-14 Bíblia Ampliada)
“Não
retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.
Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”. (Provérbios 23: 13-14
RA)
“Não
deixe de corrigir a criança. Umas palmadas não a matarão. Para dizer a verdade,
poderão até livrá-la da morte”. (Provérbios 23: 13-14 NTLH)
“Não
evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá.
Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura”.
(Provérbios 23:13-14 NVI)
“É bom
corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela
acaba fazendo a sua mãe passar vergonha”. (Provérbios 29:15 NTLH)
“A vara
e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a
envergonhar a sua mãe”. (Provérbios 29: 15 RA)
“A vara
e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua
mãe”. (Provérbios 29:15 RC)
“Uma
surra e um aviso produzem sabedoria, mas uma criança sem disciplina envergonha sua
mãe”. (Provérbios 29: 15 GW)
Contudo,
embora favoreça surras com vara, a Palavra de Deus não apóia o excesso e a
violência:
“Corrija
os seus filhos enquanto eles têm idade para aprender; mas não os mate de pancadas”.
(Provérbios 19:18 NTLH)
“Castiga
teu filho enquanto há esperança, mas para o matar não alçarás a tua alma”.
(Provérbios 19: 18 RC)
“Castiga
a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo”.
(Provérbios 19:18 RA)
“Corrija
seus filhos antes que seja tarde demais; se você não castigá-los, você os está
destruindo”. (Provérbios 19:18 CEV)
“Discipline
seus filhos enquanto você ainda tem a chance; ceder aos desejos deles os destrói”.
(Provérbios 19:18 MSG)
Portanto,
a Palavra de Deus não aceita nenhum tipo de excesso — nem falta de disciplina,
nem surras violentas que colocam a vida da criança em risco.
A falta
de disciplina pode representar derrota em muitas áreas para pais cristãos
negligentes, que abrem a boca para repreender e mais nada. Embora os meios de
comunicação frequente e insistentemente destaquem os abusos de pais que
utilizam a violência no lugar da disciplina, não há espaço igual para alertar o
público sobre os perigos da falta de disciplina.
Aliás, a elite liberal e
esquerdista — dona dos meios de comunicação — escolheu o radicalismo no lugar
do bom senso, preferindo apoiar esforços para proibir toda forma de castigo
físico em crianças, tornando a falta de disciplina a norma em toda a sociedade.
O ponto
preocupante é que se a falta de disciplina em lares cristãos fortes pode
provocar grandes prejuízos, o que poderia ocorrer então a uma sociedade inteira
que se deixou seduzir pela propaganda enganadora de que toda disciplina física
equivale à violência?
A Palavra de Deus pode não ter sido escrita por
especialistas em psicologia, mas uma Mente Sábia está por traz de sua
orientações.
Trocar essas orientações por conselhos e leis da moda podem trazer
alívio e acomodação no presente, mas também o espectro de um futuro incerto e
sombrio, pois não há indivíduo ou sociedade que tenha experimentado sucesso
rejeitando as orientações da Palavra de Deus.
Certos
entendidos da Bíblia gostam de afirmar que algumas passagens da Bíblia não são
mais válidas, porque na opinião deles sua aplicação só tem relevância para a
cultura e sociedade do passado.
Por exemplo, se Eli e Davi utilizassem a vara
para disciplinar seus filhos, esses entendidos concluiriam, conforme seus
próprios desejos, que o uso da vara como instrumento de correção no lar tinha
uma aplicação cultural para aquela época que hoje não mais tem.
Mas a realidade
é bem outra, de modo que seria muito interessante ver esses estudiosos se
contorcendo para interpretar, contra seus próprios gostos, que a falta de
disciplina é uma prática cultural do antigo Israel sem valor para os dias de
hoje! Mas esses estudiosos não agem assim. Só quando lhes é conveniente é que
eles reinterpretam a Bíblia utilizando o argumento cultural.
A
disciplina e os castigos fazem parte da família espiritual e humana
Assim
como Deus disciplina seus próprios filhos espirituais, ele também quer que os
pais aqui na terra disciplinem seus próprios filhos.
Embora
as medidas de Deus contra a teimosia, rebelião e desobediência de seu povo
sejam extremamente enérgicas e duras, ele limitou as ações enérgicas dos pais à
utilização da vara em casos de necessidade.
No Novo
Testamento, o Senhor Jesus se utiliza de repreensões e castigos para lidar com
a desobediência de algumas igrejas.
Uma das igrejas recebeu a seguinte censura
do Senhor:
“No entanto,
contra você tenho isto: você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz
profetisa. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e
a comerem alimentos sacrificados aos ídolos.
Dei-lhe tempo para que se
arrependesse da sua imoralidade sexual, mas ela não quer se arrepender.
Por
isso, vou fazê-la adoecer e trarei grande sofrimento aos que cometem adultério
com ela, a não ser que se arrependam das obras que ela pratica. Matarei os
filhos dessa mulher.
Então,
todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e
retribuirei a cada um de vocês de acordo com as suas obras”. (Apocalipse 2: 20-23
NVI)
Deus
cuida de sua família espiritual, educando-a, treinando-a e castigando-a, e ele
nos deixou o Livro de Provérbios a fim de que também eduquemos, treinemos e
castiguemos nossos filhos.
A
educação de crianças de Provérbios pode ser resumida num só versículo:
“Eduque
a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará
dele”. (Provérbios 22:6 NTLH)
Com os
conselhos sábios de Provérbios, os pais podem treinar seus filhos a andar no
caminho do comportamento bom e certo, e até o fim da vida eles praticarão o que
aprenderam e evitarão os maus comportamentos.
Ninguém
é mais sábio do que Deus em matéria de criação de filhos. Nenhum livro da
Bíblia fala tanto de sabedoria quanto Provérbios.
E ninguém na terra foi mais
sábio do que Salomão, pois sua sabedoria vinha de Deus. Assim, a sabedoria de
Deus juntamente com a sabedoria de seu servo Salomão produziram os conselhos
mais sábios que os pais precisam para desempenhar a responsabilidade de treinar
seus filhos no bom caminho.
Os
“sábios” deste mundo — que são verdadeiros tolos diante de Deus — só aceitam o
que seus amigos “sábios” ensinam. Mas os verdadeiros sábios aceitam o que a
Mente mais sábia do universo ensina em Provérbios.
“O tolo
pensa que sempre está certo, mas os sábios aceitam conselhos.” (Provérbios 12: 15
NTLH)
“Quem
anda com os sábios será sábio, mas quem anda com os tolos acabará mal.” (Provérbios
13: 20 NTLH)
Educação
sem castigo físico: na moda desde os tempos de Eli
A
propaganda da moda, que segue o método de Eli de conversar e repreender sem
usar uma vara, prega que a disciplina física leva a violência aos lares e à
vida dos filhos. Hofni, Finéias, Amnom, Absalão e Adonias — onde quer que eles
estejam hoje — jamais concordariam com esse tipo de opinião! Eles se tornaram
maus e violentos e agora estão pagando um elevado preço, sofrendo castigo
eterno.
Quem acha que o método de criação e educação de filhos sem castigo
físico é invenção moderna superando práticas passadas, não conhece a vida de
Eli e Davi. Esse método não foi inventado pelos especialistas de psicologia de
hoje. Foi inspirado no coração humano e está em vigor há milhares de anos.
Assim
como no caso de Salomão, que não escreveu sobre disciplina baseado nas
experiências de infância que teve na casa de seu pai, o autor deste artigo e
sua esposa vêm de lares onde os pais não acreditavam na eficácia dos castigos
físicos.
Acreditavam apenas no método de Eli, jamais tolerando que uma criança
levasse uma palmadinha para corrigir atos de teimosia e rebelião.
Aliás, num de
nossos lares, além de abundantes revistas “especializadas” em criação de filhos
com abundantes conselhos psicológicos à la Eli, havia também um manual do Dr.
Benjamin Spock, responsável pela moderna rejeição em massa ao uso da disciplina
física.
Os livros do Dr. Spock são vendidos há mais de meio século — criando
pelo menos três gerações inteiras de pais que amam e seguem suas teorias como
se fossem tão ou mais sagradas do que todas as orientações do Livro de
Provérbios.
Hoje,
apesar de toda essa tradição em nossas famílias, acreditamos na Palavra de
Deus, que está acima das experiências, tradições, modismos e opiniões humanas —
até mesmo de cristãos bem intencionados que são uma bênção em muitas áreas, mas
seguem os passos de Davi e Eli quando falam e ensinam sobre criação de filhos.
O melhor manual de criação de filhos sempre foi e sempre será a Bíblia, e o
maior mestre não é o Dr. Benjamin Spock.
É o Autor da Bíblia.
É claro
que Deus não aceita abusos de autoridade, porém não é certo utilizar os casos
de violência e excessos para anular as orientações do Livro de Provérbios para
os pais, pois a Palavra de Deus é clara que é justamente a falta da aplicação
de castigos físicos que pode levar as famílias e seus filhos a destinos
trágicos.
Essas tragédias poderão ter um grande aumento em toda a sociedade,
pois a meta do governo é proibir os pais de disciplinar os filhos. Essa
proibição inevitavelmente tornará ilegal e crime obedecer às orientações de
Deus em Provérbios.
Eli
morreu há mais de três mil anos, mas seus seguidores hoje são muitos,
principalmente entre educadores, psicólogos e defensores dos “direitos” das
crianças. Se estivesse vivo, ele exigiria sua marca registrada do método que
muitos psicólogos hoje arrogantemente atribuem a seus próprios conceitos.
Ele
diria o que é muito comum em nossos dias:
“Quero meus direitos! Eu sou o pai
desse método! Essa invenção pertence a mim!” Ele poderia até processar os
psicólogos por lhe terem roubado a invenção da “disciplina sem castigo físico”.
Bom então para os psicólogos que Eli não esteja vivo!
Brincadeiras
de lado, Eli e seus filhos podem estar sofrendo castigo eterno por não
reconhecerem o valor do castigo físico aqui na terra. Pai e filhos podem estar
pagando o mesmo preço, por causa de seus pecados.
Bem que
a Palavra de Deus avisa:
“Não
fique com medo de corrigir seus filhos; uma surra não os matará. Uma boa surra,
aliás, pode salvá-los de algo pior do que a morte.” (Provérbios 23: 13-14
Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado