TEXTO BASÍCO PV 12: 27
INTRODUÇÃO
“O prudente antevê o perigo e toma precauções; o ingênuo avança às cegas e sofre as consequências”(Pv27:12, NVT).
A infidelidade começa de mansinho, de forma sorrateira, encoberta e dissimulada.
Quando a pessoa envolvida em adultério se dá conta, está enredada em um caminho que leva à destruição.
Muitos casamentos já acabaram por causa desse mal, resultando em sofrimento para o cônjuge traído e para as pessoas do círculo familiar, principalmente os filhos.
Falar sobre as armadilhas da infidelidade conjugal é fundamental, principalmente em uma sociedade que prega padrões de comportamento cada vez mais distanciados da vontade de Deus revelada nas Escrituras.
Para isso, conversamos com Josué Gonçalves, autor de Família Indestrutível, um dos mais prestigiados especialistas brasileiros em assuntos relacionados à família e ao casamento.
Pr Josué Gonçalves traz à tona verdades impactantes sobre a questão do adultério, adverte os leitores sobre alguns sinais de alerta que apontam um potencial perigo para o casal e compartilha diversos textos bíblicos para a reflexão. Confira!
Mundo Cristão: Infidelidade conjugal. Por que é importante falar e estar alerta sobre o assunto?
Josué Gonçalves: A infidelidade é como uma mina explosiva enterrada no caminho do casal.
Quem ali pisa morre ou fica amputado. Nada é mais destruidor para um relacionamento do que a traição.
Mesmo quando há o perdão, as marcas da infidelidade ficam como um memorial sinistro do que uma escolha errada pode acarretar.
Sofre o cônjuge, sofrem os filhos, sofre o adúltero.
Assim como a terra foi amaldiçoada quando Adão pecou, toda a família e negócios de quem adultera são desastrosamente afetados.
A reconstrução é sempre dolorosa, embora possível.
A base que sustenta o relacionamento conjugal é a confiança. Para construir confiança é necessário trabalhar só com a verdade, e isso tem a ver com fidelidade.
Orientar os casais sobre como vencer a tentação e se manter fiel é imprescindível para a manutenção do casamento.
A Palavra de Deus diz que: “O prudente antevê o perigo e toma precauções; o ingênuo avança às cegas e sofre as consequências” (Pv 27.12, NVT).
De que forma a infidelidade conjugal é concebida e quais são os sinais de alerta de que existe um potencial perigo para o casal?
Uma traição é precedida por sinais acerca dos quais os casais precisam estar muito atentos.
O sinal número um é o esfriamento espiritual.
O relacionamento com Deus fica difícil quando um pecado de impureza é abrigado no coração. Por vezes os sinais são sutis e a pessoa nem percebe.
O culto fica sem graça, o devocional se torna mecânico e a alegria da salvação fica para trás.
O sinal número dois é percebido em casa, quando a relação se torna somente fraterna.
Os mimos e dengos típicos do casal deixam de existir e a “educação” passa a dirigir os diálogos.
Esta sequência costuma preceder ou estar presente durante uma traição (de coração ou de fato): distanciamento emocional, morte do diálogo, prática do ato sexual muito espaçada, falta de admiração em relação ao outro; ausência de elogios e declarações de amor; a preferência por fazer hora-extras do que voltar para casa mais cedo.
Também acontece de ele ou ela começar a se produzir muito para sair, o que não acontecia antes; a apagar conversas no celular; quando ele ou ela sempre atende o telefone escondido; quando marido ou mulher passa a confidenciar sua crise de casa com uma pessoa do mesmo sexo no trabalho, na escola ou na igreja.
Esses são alguns dos sinais que podem evidenciar “infidelidade” no coração ou de fato.
Infidelidade conjugal trata-se apenas de ato sexual ilícito?
É claro que a infidelidade sexual é a mais discutida e a que traz prejuízos irreparáveis. Porém, o casal precisa ser fiel na convivência social, no sexo, na educação dos filhos, na religião, na profissão, nas finanças, nas alegrias e tristezas. Se faltar fidelidade nessas áreas, todo o relacionamento será afetado.
A infidelidade nasce, acima de tudo, no coração.
As queixas e as mágoas abrem caminho para a quebra do “encanto” inicial do casal. Como a murmuração e a queixa quebram a comunhão plena com Deus, busca-se um ou mais estímulos que possam compensar a falta da paz e o vazio que o orgulho causou.
Um filme mais picante, uma conversa mais ousada com alguém do sexo oposto, um olhar demorado para o corpo de outras mulheres, o uso de roupas sensuais são “pequenas” transgressões que têm como alvo fazer a pessoa se sentir um pouco melhor.
O pior é que quem age assim, normalmente culpa o outro pelos seus pecados.
O adultério é, em primeiro lugar, contra Deus e depois contra o cônjuge.
Deitar-se com outra pessoa, masturbar-se ou deleitar-se em conversas ilícitas é só a consequência que trará os efeitos já tratados anteriormente.
De forma resumida, o que a Bíblia fala sobre o tema?
Há um texto em Provérbios 5.15 que diz: “Beba a água de sua própria cisterna, compartilhe seu amor somente com sua esposa”. Todo o contexto desse capitulo de Provérbios fala de forma figurada de sexo no casamento.
No verso 15, o texto diz: “Beba a água de sua própria cisterna… do seu poço”.
Beber água da fonte do outro ou da outra é infidelidade.
A mulher é comparada a uma fonte. Não há ser humano capaz de tomar toda a água de uma cisterna.
A figura é que há mais do que o homem dá conta.
Na relação sexual, quem impõe o limite é o homem, que, uma vez tendo satisfeita a sua tensão sexual, precisará de um tempo para estar pronto novamente.
Uma mulher é capaz de dormir com quantos homens quiser em uma só noite! Ela é uma fonte exclusiva que só se deita com o marido, que nunca poderá secá-la, e sempre haverá mais do que ele pode dar conta.
Não há desculpas para alguém buscar outra pessoa fora do casamento.
O texto continua e adverte: “Reserve essa água apenas para vocês; não a reparta com estranhos” (5.17).
Quem beber de fontes externas, que pertence a outros, pode expor a sua própria fonte aos estranhos.
Quando a porta do adultério é aberta pelo homem, a sua mulher fica exposta ao mesmo pecado.
As consequências são desastrosas.
O adúltero pode perder o respeito, a dignidade (Pv 5.13-23), a honra (Pv 5.9), pode fracassar nos negócios, pode perder a integridade física, morrer prematuramente (Pv 7.21-23) e se arruinar totalmente. Pior que tudo isso é ter a sua consciência maculada e incapaz de enxergar o pecado e voltar ao caminho da sensatez (Pv 2.19).
Muitos que entraram por esse caminho não conseguiram voltar (Pv 15.22, 23).
Nossas igrejas colecionam o triste índice de segundos casamentos que começaram com relacionamentos de adultério, em que os adúlteros não “conseguiram” se arrepender e acharam melhor assumir o “novo amor”,
rejeitando o anterior e casando-se novamente.
No livro de Malaquias, lemos: “E ainda perguntam: “Por quê?”. Porque o Senhor foi testemunha dos votos que você e sua esposa fizeram quando jovens. Mas você foi infiel, embora ela tenha continuado a ser sua companheira, a esposa à qual você fez seus votos de casamento” (Ml 2.14 – Grifo do autor).
Outros textos: Ex 20.14; Hb 13.4.
Por, Pr Josué Gonçalves