sexta-feira, 14 de outubro de 2022

CONDUTA TCRISTÂ - PRIMEIRA ORAÇÃO DO APÓSTOLO PAULO (DE I A II)

TEXTO BASE EF 1: 15 -23

ONTRODUÇÃO

15. Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé que entre vós há no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos,

16. não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,
17. para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele;

18. sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,

19. e qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,

20. que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus,

21. muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro;

22. e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja,

23. que é o seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em todas as coisas.

Nesses versículos, Paulo, com coração devoto, lembrando-se de seus leitores, orando e agradecendo a Deus por eles, numa demonstração do seu espírito altruísta e intercessório, ensina-nos uma grande lição.
Nos versos 3 a 14 do mesmo capítulo, nossa posição em Cristo é assegurada pelas três bênçãos principais que emanam de Deus: fomos eleitos em Cristo para sermos santos e irrepreensíveis; fomos remidos pelo seu sangue; e fomos selados com o Espírito Santo até o dia em que corpo, alma e espírito sejam plenamente livres para o gozo eterno.

Depois que Paulo mostrou essas três bênçãos divinas, orou pelos efésios, impelido pelo grande amor que tinha para com aqueles irmãos na fé.
Orou pelo crescimento espiritual da igreja e, no verso 16, disse ainda: "Não cesso de dar graças a Deus por vós".

1. Dois aspectos da vida de oração de Paulo EF 1: 16

Dois aspectos da vida de oração do apóstolo são destacados no versículo 16.
Em primeiro lugar, sua constância na oração e o contínuo apelo aos crentes para que orassem sem cessar (Rm 12.12; Ef 5.18; Cl 4. 2; 1° Ts 5.17).

O segundo aspecto de sua oração está no agradecimen¬to.
Ele ensinou à igreja que a intercessão deve estar acompanhada de louvores ao Senhor (Ef 5.19; Fp 4.6; Cl 3.15-17; 4.2; 1 Ts 5.18).

2. A oração de intercessão pelos crentes de Éfeso 1: 16
A intercessão na oração é eficaz em seus resultados e denota um espírito altruísta e desprendido de si mesmo.

Paulo preocupava-se constantemente com o nível espiritual dos crentes em Éfeso, por isso, mesmo estando numa prisão em Roma, intercedia por aqueles irmãos.

3. Três pedidos especiais na oração do apóstolo EF 1: 17,18
A oração do "apóstolo das gentes" teve três pedidos especiais para os crentes da igreja em Éfeso. Ele começa com as palavras [que Ele] vos dê" (v. 17) e apresenta a seguir os três pedidos.
Primeiro, "o espírito de sabedoria". Segundo, "[o espírito] de revelação".

Terceiro, que lhes fossem "iluminados os olhos do... entendimento".

1. O primeiro pedido: "Para que... vos dê... o espírito de sabedoria" (EF 1: 17)

A palavra "espírito" nesse versículo refere-se ao espírito huma¬no, não a outro espírito (Rm 1. 9; 2 Co 7.13; Ef 4.23; Cl 1. 9).
Entretanto, entendemos que é o Espírito Santo quem opera no próprio espírito do crente.
O pedido de Paulo para que Deus desse "o espírito de sabedoria e de revelação" refere-se à experiência cristã vivida pelos efésios, por isso desejava que tal experiência fosse fortalecida na fé.

Que sabedoria era essa? A sabedoria espiritual, a fim de que tivessem pleno conhecimento da verdade divina, e ainda uma visão clara e racional do significado da vida cristã.
"O espírito de sabedoria" é dado pelo Espírito Santo que habita no interior do crente em Cristo e contrasta com a simples sabedoria humana.

Ter o "espírito de sabedoria" é ter conhecimento de Deus.
E penetrar nos seus tesouros imensuráveis. No capítulo 12. 8 da Primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo, quando fala acerca dos dons do Espírito, apresenta, entre os demais dons, aquele que ele denomina de "dom de sabedoria".

Sem dúvida, quando ele ora em favor dos efésios, pede que Deus lhes dê esse dom, que habilita o crente a saber viver uma vida cristã vitoriosa, podendo distinguir todos os valores espiri¬tuais.
Ter o "espírito de sabedoria" é ter a ação do Espírito Santo aclarando os mistérios espirituais através da mente; é ter luz sobre a glória do Cristo ressurreto; é a capacitação para saber distinguir entre o bem e o mal; é o poder para conhecer a Jesus Cristo na Bíblia e, automaticamente, conhecer a Deus.

2.  O segundo pedido é para que tenham "o espírito de revelação" (EF 1: 17)
O sentido da palavra "revelação" indica a importância do pedido de Paulo em favor dos efésios. Revelação significa tirar o véu sobre alguma coisa obscura ou escondida.
É ter uma revelação espiritual, isto é, uma visão espiritual dos valores espirituais.

É a visão que penetra no conhecimento de Deus. Há um conhecimento inacessível ao homem natural — o conhecimento das coisas divinas: só pelo "espírito de revelação" será possível conhecer essas coisas.
O "espírito de revelacão" é dado pelo Espírito Santo. Não significa uma nova revelação além daquilo que já está revelado nas Escrituras, mas diz respeito a uma iluminação da parte do Espírito Santo no espírito do crente para que ele possa ver claro as verdades espirituais.
Não significa aquela iluminação natural e gradual que pode acontecer com o estudante da Palavra de Deus, mas importa num conhecimento pleno e profundo dos mistérios espirituais escondidos na Bíblia Sagrada.

3. O terceiro pedido nessa oração está no verso 18, que diz:
"Tendo os olhos iluminados do vosso entendimento..." A sabedoria divina só poderá ser vista por "olhos iluminados", que não são olhos naturais, mas "os olhos do vosso entendimento".

4. Três possibilidades expressas na oração EF 1: 18

A expressão "tendo os olhos iluminados do entendimento" fornece três possibilidades:

1. Primeira
O entendimento iluminado, que nos possibilita compreender os motivos de nossa separação do mundo.
Fomos salvos para servir a Deus aqui na terra e desfrutarmos a herança com Cristo na eternidade. Enquanto se está em trevas, todas as coisas espiri¬tuais são obscuras, mas quando Cristo entra em nós, o Espírito Santo desfaz as trevas e nos dá uma nova visão, uma nova compreensão.

E quando temos condições de, com o entendimento iluminado, notar a diferença entre o salvo e o perdido.
Em algumas versões temos uma variante textual que, ao invés de "entendimento" aparece a palavra "coração", ou seja, "tendo iluminados os olhos do vosso coração".

O texto correto encontrado em todos os manuscritos iniciais realmente é "coração", cujo sentido pode ser também tomado por "entendimento".

Certamente algum escriba, ao copiar o texto original, preferiu a segunda opção.

A iluminação do coração, ou do entendimento, não é a simples descoberta ou acuidade intelectual, mas é a ação do Espírito Santo fazendo penetrar sua luz radiante sobre as grandes verdades divinas.
Aquilo que a mente natural não pode perceber, a alma pode ter olhos que vejam, mediante o Espírito Santo.

2.  Segunda
A capacidade de olhar para as riquezas de sua glória com olhos espirituais.
Essa glória é o reflexo do caráter de Cristo revelado na obra expiatória e conhecida na sua glorificação. E a glória da herança que o Pai Celestial tem para nós (Jo 17. 24).

3.  Terceira
Tendo "os olhos iluminados" do nosso interior, poderemos ver a "suprema grandeza do seu poder" (v. 19).
Ora, depois de termos uma visão da glória de Cristo e estarmos conscientizados de nossa vocação celestial, precisaremos ainda de poder.

Essa experiência ocorre "segundo a operação da força do seu poder" (v. 19).
Que poder é esse? Ele se manifesta pela vontade do Espírito Santo.
É a capacitação dada pelo Espírito para penetrarmos nas riquezas espi¬rituais.
Ninguém jamais poderá, por capacidade intelectual ou ape¬nas por desejo próprio, penetrar nessas riquezas sem a obtenção desse poder.

Esse poder nos fornece a chave dos tesouros divinos.
O poder que nos regenerou é o mesmo que nos habilita a viver uma vida de vitória sobre o pecado.

5. As riquezas espirituais encontradas através da oração EF 1: 19

No versículo 18 somos possibilitados a conhecer essas riquezas da sua glória. Já o versículo 19 indica o conhecimento da "suprema grandeza do seu poder sobre nós".

Paulo nos dá a impressão de ter penetrado nas riquezas dos mistérios divinos e, então, quando usa o vocábulo "suprema", nos leva para dentro desses mistérios gloriosos.

A palavra "suprema", traduzida do grego huperballo, dá o sentido literal de ultrapassar, ir além, lançar além.

Dentro do contexto bíblico, a palavra fala daquilo que é extraordinário, ou fora de medida ou incomensuravel.

Isso indica que "as riquezas da glória da sua herança" (v. 18) ou "a suprema grandeza do seu poder" são incomensuráveis, isto é, não se podem medir pelos cálculos humanos.

Tudo em Deus é grandioso. Quando lemos o restante da passagem — "os que cremos, segundo a operação da força do seu poder" (v. 19) —, entende¬mos, mais uma vez, que a nossa participação nas riquezas da sua glória e do seu poder só é possível mediante o ato divino em nosso favor.

Esse poder, no grego dunamis, significa energia, força, habilidade, mas no que se refere à "força do seu poder" deve ser interpretado como o impulso que leva alguém a realizar determinado trabalho. E o Espírito Santo quem nos possibilita, isto é, nos faz entrar ou nos torna capazes de conhecer as riquezas da glória de Cristo.

6. Paulo exalta a Cristo na sua oração EF 1: 20-23

Nos versos 20-23 temos a exaltação de Cristo sobre todas as coisas.
"Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos, e pondo-o à sua direita nos céus" (v. 20). Esse versículo é a continuação do 19. Ele mostra que o mesmo poder que tirou a Jesus Cristo do túmulo, ressuscitando-o dentre os mortos, é o poder que levanta um pecador da morte espiritual e o coloca numa nova posição de comunhão com Deus (Rm 8.11).

O mesmo poder que abriu o mar Vermelho para que Israel passasse a seco (Êx 14.15-26) ressuscitou a Jesus dentre os mortos.
Agora esse mesmo poder está à nossa disposição, pois podemos usá-lo em nossa experiência diária.

7. Cristo acima de todos os poderes espirituais EF 1: 21

"Acima de todo o principado, e poder, e potestade e domínio".

Esse trecho do verso 21 indica a supremacia do poder de Deus sobre todas as forças espirituais.
As designações "principado, poder, potestade e domínio" falam de camadas angelicais puras, isto é, que servem a Deus, bem como das camadas angelicais caídas (anjos caídos), os quais, tanto no céu como na terra, e debaixo da terra, estão sob o poder de Deus (Fp 2. 9-11; Cl 1.16-20).
Todas essas forças estão sujeitas ao poder de Cristo, pois a Ele foi dado esse poder e autoridade (Mt 28.18; Ap 1.1,17,18).

2.  Cristo acima de todo nome EF 1: 21
"... e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro".
Mais uma vez o poder implica a autoridade maior e um nome maior (Fp 2. 9), que lhe foi dado acima de todo nome.

As palavras "neste século e no vindouro" mostram que o seu poder tem ação presente, isto é, no tempo e na eternidade.

3.  Cristo acima de todas as coisas EF 1: 22

"E sujeitou todas as coisas a seus pés". Tudo o que se move está sob o controle de Cristo.

O próprio Pai colocou tudo sob seu domínio (Sl 8. 7; 1° Co 15. 27).
A expressão mostra que Cristo foi elevado a uma posição de poder absoluto.
Sua autoridade, além de absoluta, é universal.

4.  Cristo como cabeça da Igreja EF 1: 22

"... e sobre todas as coisas o constituiu cabeça da igreja".
Sua autoridade é absoluta em relação à Igreja. Cristo, o cabeça da Igreja, e não o papa da igreja romana, é quem ocupa essa posição.
O corpo da Igreja não está separado da cabeça. É a cabeça que comanda o corpo e seus membros em particular.

5.  Cristo como o Senhor do seu corpo, a Igreja EF 1: 23
"... que é o seu corpo". O poder é administrado por Cristo em favor da Igreja, que é o seu corpo. Cada crente, devidamente ligado a esse corpo, recebe as bênçãos desse poder.

E a união vital e espiritual com Cristo que nos torna poderosos na vida cristã.
A complementação do verso diz: "... a plenitude daquele que cumpre tudo em todos".
A plenitude de Cristo representa toda a sua vida atuando sobre todo o seu corpo.
Cada crente (membro do corpo) é dinamizado por essa plenitu¬de que envolve toda a Igreja (todo o corpo).

A Igreja é a plenitude de Cristo, porém, é Cristo quem a enche e a torna plena com a sua glória e a sua presença.

No capítulo 4.13 de Efésios, o crente é convidado a crescer espiritualmente até que chegue "à medida da estatura completa de Cristo".

Em outras traduções, a expressão aparece assim: "até que cheguem à estatura da sua plenitude".

6. Cristo, a plenitude do seu corpo, a Igreja EF 1: 23

"... que cumpre tudo em todos". Nada do seu corpo fica fora do seu alcance.
Cada membro, mesmo os aparentemente mais insignificantes, recebe poder da mesma fonte que os demais. Esse versículo mostra que Ele é fiel e "cumpre tudo".

Os que estão unidos a Ele por sua vida na Igreja podem ter a segurança de que receberão seu poder.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado!

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