sábado, 27 de agosto de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1870 O papa Pio IX proclama a doutrina da infalibilidade papal 

O que era a Itália: apenas uma região geográfica ou uma nação unificada?


Quem governava a nova nação?

Em meados do século XIX, essas perguntas ainda aguardavam uma resposta. 

A Europa assistira a uma série de mudanças em 1848, à medida que a onda de nacionalismo varreria o continente. 

Na França, na Itália e em uma dezena de outras nações, o povo começara a reivindicar o direito de ter seu próprio país, baseado na língua e na geografia, em vez de ser governado por outras nações. 

A Sicília procurava uma maneira de libertar-se da monarquia de Bourbon, e o norte da Itália tentava se livrar das restrições do governo austríaco.

O novo papa, Pio IX, apoiava o Risorgimento [Ressurgimento], movimento que pretendia criar um Estado de língua italiana. 

O papa agradou os liberais italianos quando outorgou uma constituição aos Estados Papais. Isso, contudo, não perdurou muito tempo. 

Quando os revolucionários assassinaram o novo primeiro-ministro, o papa se retirou dos Estados Papais durante algum tempo. 

Voltou somente com a ajuda do exército francês. 

Naquele momento, ele via a ameaça dos liberais e queria encorajar o velho governo absolutista.

Em 1869, o papa, que fora sitiado, convocou o Concilio Vaticano i. 

As filosofias liberais e o nacionalismo crescente encorajaram um pensamento mais livre na igreja. 

Muitos sacerdotes e bispos tinham começado a pressionar o poder do papa. 

Em um mundo que não era mais uniformemente católico, o papado também perdera influência política. 

A igreja precisava avaliar a si mesma diante dos desafios do pensamento liberal e da diminuição da importância da tradição na igreja.

Em 1854, Pio IX fez um pronunciamento dizendo que a Virgem Maria concebeu sem pecado, a doutrina da Imaculada Conceição. 
Embora muitos católicos já aceitassem essa proposição havia vários anos, isso, agora, se tornava doutrina da igreja.

Nove anos depois, o papa deu continuidade às declarações com o Sílabo de erros. 

Em um esforço de deter a onda de liberalismo, ele relacionou coisas às quais nenhum católico poderia jamais dar ouvidos, por exemplo, pensamentos modernos como o racionalismo ou o socialismo, casamentos civis e muitas formas de tolerância religiosa.

O Concilio Vaticano I abordou a questão do papel que o papa desempenhava na igreja. 

Pio ix procurou estabelecer duas coisas: que o papa, o vigário de Cristo, tinha poder pleno e direto sobre toda a igreja e sobre toda sua hierarquia. Estabeleceu também que, quando fala excathedra (“da cadeira”, i.e., exercendo a função de papa), ele é infalível. 

A despeito do liberalismo na igreja, o papa saiu vitorioso no Concilio Vaticano i. 

Essas duas proposições se tornaram doutrina da Igreja Católica.

Embora os liberais tivessem desaprovado isso, para muitas pessoas, como os que favoreciam o absolutismo, essas medidas eram bem-vindas. 

Eles viviam em uma era de confusão, pois muitas coisas haviam mudado na política e na filosofia. 

Muitos católicos precisavam ter segurança de que algumas coisas — como o papa e os ensinamentos da igreja — permaneceriam firmes.

O papa não conseguiria manter sua autoridade política, pois, cerca de dois meses depois do Concilio Vaticano i, Vítor Emanuel n conquistou Roma, e seus habitantes aprovaram a formação do reino da Itália. 

Embora o papa tivesse perdido o poder temporal, ele obteve vitórias no aspecto espiritual. 

Do Vaticano, ele exerceu mais autoridade do que qualquer um dos mais poderosos prelados da Idade Média.

A Igreja Católica permaneceria praticamente sem alterações até o Vaticano II.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1865 William Booth funda o Exército de Salvação

Com o crescimento da indústria, cresceram também os abusos contra a classe trabalhadora.


A Inglaterra saía de um estilo de vida agrícola e iniciava uma vida centrada nas fábricas, o que fez com que as favelas de Londres crescessem. 

Milhares de pessoas chegavam à cidade, vindas do interior, à busca de trabalho, mas, com frequência, trabalhavam e moravam nas piores condições possíveis.

A igreja deveria ser a primeira a aliviar o sofrimento dessa gente, mas ela estava perdida. 

Como toda a Inglaterra, Londres fora dividida em paróquias, em distritos que não mudavam havia séculos. 

A despeito da crescente população da cidade, a Igreja da Inglaterra não tinha provisões para novas igrejas e novos clérigos. 

Para criar uma nova paróquia era preciso que houvesse a aprovação do Parlamento, o que era um processo vagaroso.

A Igreja Metodista, denominação que atendia a classe média, também não foi capaz de atingir de maneira eficiente a classe trabalhadora. 

Os metodistas fizeram esforços para alcançar os que haviam abandonado a Igreja da Inglaterra, mas os pobres que moravam nos becos permaneciam distantes do Evangelho.

Preocupado com o clamor dos pobres, William Booth e sua esposa, Catherine, fundaram em 1865 uma missão aos pobres, localizada em uma área periférica de Londres, o East End. 
Aquele começo em uma humilde tenda deu início ao ministério do Exército de Salvação.

Ao redor do casal de evangelistas estavam lares superlotados, nos quais havia violência familiar, bebedeira, prostituição e desemprego. 

A prosperidade, marca da classe média vitoriana, não se estendia à região de East End.

Os esforços legais pareciam não resolver o problema, e William acreditava que a situação só mudaria quando o coração das pessoas fosse transformado. 

Uma vez conhecendo Jesus Cristo, o comportamento das pessoas poderia melhorai; além de suas condições de vida.

Isso não significava que os Booths ignoravam os problemas ao seu redor. 

Eles criaram estabelecimentos comerciais chamados de Comida para os Milhões, oferecendo refeições baratas. 

Se a pessoa estivesse de estômago cheio, seria mais fácil ouvir a mensagem da salvação de Cristo.

Embora Booth seguisse muitas das idéias organizacionais da Igreja Metodista, que abandonara, ele foi além, terminando por criar uma organização que seguia as linhas militares. 

Um de seus seguidores fez a propaganda de uma reunião chamando-a de “o exército de aleluias lutando para Deus”. 


O forte controle que Booth exercia sobre sua organização levou algumas pessoas a chamá-lo de general. 

Em 1878, o grupo assumiu o nome de Exército de Salvação. 

Seu general, cônscio de sua atitude, já o havia organizado com uniformes, oficiais, bandas marciais e uma revista chamada O Brado da Guerra (publicada até hoje).

Alguns cristãos sentiram-se ofendidos pelo Exército. 

Além do mais, as bandas que marchavam pela cidade não tinham a dignidade da música anglicana. 

Será que o Diabo estaria usando o Exército de Salvação para fazer com que o cristianismo parecesse uma coisa ridícula? 

O Exército, no entanto, fazia sucesso. 

As bandas podiam ser ouvidas por todas as ruas da cidade e tocavam músicas seculares, de apelo popular, com letras cristãs. 

“Por que o Diabo ficaria com todas as melhores músicas?”, perguntava Booth.

Além disso, a vida familiar melhorou por causa da influência do Exército de Salvação. 

Abordava-se efetivamente os problemas da fome e da falta de habitação, e o Evangelho era pregado a muitos que nunca haviam colocado os pés em uma igreja.

Contudo, se os cristãos tinham objeções ao Exército de Salvação, alguns não-cristãos tinham reações ainda mais fortes. 

A medida que a classe trabalhadora se convertia a Cristo, levava adiante a política de abstinência do Exército. Isso influenciou o mercado dos fabricantes de bebidas, que se tornou particularmente hostil ao Exército de Salvação. 
Durante as últimas duas décadas do século xix, os oficiais do Exército foram assaltados, e seus imóveis eram depredados.

Porém, até mesmo os piores zom-badores tinham de admitir que o Exército fizera um bom trabalho ao transformar devassos e exploradores de crianças em pais estáveis e bons trabalhadores.

Catherine, esposa de Booth, a-poiou de maneira hábil os esforços de seu marido, e a missão do casal foi levada adiante por sua numerosa prole. 

O Exército de Salvação espalhou-se não apenas por toda a Inglaterra, mas chegou a todos os cantos do mundo.

William viajou cerca de 8 milhões de quilômetros, pregou aproximadamente 60 mil sermões e alistou cerca de 16 mil oficiais para trabalhar com ele. 

Seu livro mais famoso, intitulado In darkest England and the way out [A Inglaterra mais torpe e a solução para o problema] mostrou a muitos vitorianos que eles não precisavam se engajar nas missões estrangeiras para descobrir “pobres ímpios” que precisavam de Jesus Cristo. 

Booth fundou agências que cuidavam das necessidades físicas e sociais das pessoas, além de pregarem o Evangelho. 

Em toda a sua carreira, ele desenvolveu técnicas de comunicação às massas e de como compartilhar a mensagem de Cristo. 

Cerca de 40 mil pessoas compareceram ao seu funeral, em 1912.

Enquanto levava sua mensagem aos pobres da Inglaterra, o Exército de Salvação representava o trabalho incansável daquele que havia ministrado aos pescadores, às meretrizes e aos leprosos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

ABRAÃO E SUA FÉ

ABRAÃO E SUA FÉ

1.Fé para abandonar sua terra, sem saber para onde ia 


2.Fé para deixar seus parentes, sem ter uma explicação plausível 

3.Fé para peregrinar em uma terra absolutamente desconhecida 

4.Fé para construir altares em meio a povos pagãos 

5.Fé para cavar poços onde não havia abundante água 

6.Fé para habitar em tendas, ignorando as construções periféricas 

7.Fé para crer no nascimento de Isaque, embora fosse esposo de uma mulher estéril 

8.Fé para levar seu filho Isaque ao monte do sacrifício 

9.Fé para entregar seus dízimos a um estranho chamado Melquisedeque 

10.Fé para obedecer a Deus, independentemente das circunstâncias

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado!

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1857 David Livingstone publica Viagens missionárias 

Durante toda a sua vida, David Livingstone tentou conciliar a pesquisa científica com o cristianismo. 


Desde adolescente, ele se recusava a ler os livros cristãos que seu pai lhe dava, preferia obras sobre ciência e viagens. 
O livro que finalmente promoveu sua conversão era um que tentava colocar a fé e a ciência juntas.

No ano seguinte, Livingstone leu um panfleto que chamava médicos-missionários para ir para a China. 

Ele sabia o que precisava fazer. Matriculou-se em uma escola de medicina em Glasgow e também se inscreveu na Sociedade Missionária de Londres (SML). 

Por não ter credenciais teológicas, a SML não o aceitou plenamente logo de início. 

Quando finalmente o receberam, a Guerra do Ópio estourara na China, e era desaconselhável enviar missionários para lá.

Embora, naquele tempo, tudo isso pudesse ter sido terrivelmente perturbador, essa mudança nos acontecimentos foi decisiva para Livingstone, para suas explorações futuras e para o continente da África. 

Pouco depois, Livingstone se encontrou com Robert Moffat, pioneiro no trabalho missionário no sul da África.

Livingstone voltou seus olhos para aquele continente e se uniu à equipe de Moffat em 1841. 

A sede da missão ficava a mais de 950 quilômetros da costa, mas Livingstone estava ansioso para chegar lá. 

Havia muito mais coisas para se alcançar no continente. 

Não poderia ficar feliz sendo apenas um médico-missionário em um posto avançado. 

Ele precisava fazer explorações. 

Livingstone se uniu a outro missionário e estabeleceu uma nova missão, que, mais tarde, estendeu sua incursão ainda mais longe no continente.

Seu ministério foi excepcionalmente difícil. 

Livingstone trabalhou por dez anos entre o povo tswana e viu apenas um convertido. 

Naquela época, ele foi atacado por um leão e ficou seriamente ferido. 

Mary, a filha de Moffat, cuidou de Livingstone até que se restabelecesse. Eles se casaram em 1845. 

De maneira geral, aquele não foi um casamento feliz. 

Mary considerava o gosto de Livingstone pelas viagens era algo muito instável.

Livingstone tinha problemas com a política missionária “conservadora” da SML. 

O padrão era abordar uma área de cada vez, obter conversões, construir uma igreja ali em que o missionário ficava encarregado e sair de lá somente quando a igreja estivesse bem estabelecida. 

Era um processo bastante lento. Livingstone viu que as condições para o evange-lismo na África eram ruins. 

A falta de conhecimento sobre a cultura africana, combinada às tristes experiências dos africanos com os mercadores de escravos, criavam grande resistência para a entrada do cristianismo. 

Por que não se infiltrar no interior do continente de maneira positiva, ajudar os africanos a desenvolver seu comércio e aprender sobre seus modos? 

Isso talvez não fosse suficiente para construir igrejas em curto prazo, mas criaria condições mais favoráveis para o evangelismo na próxima geração.

No final de 1852, depois de embarcar sua família em segurança para a Inglaterra, Livingstone promoveu uma expedição para atravessar o continente. 

Ele já tinha descoberto o rio Zambeze. Aquele rio tinha de nascer em algum lugar. 

Talvez fosse possível encontrar uma rota fluvial que cruzasse o continente do oceano Índico até o Atlântico. 

Isso poderia abrir oportunidades de comércio para o povo local e, durante o processo, terminaria por ser um grande golpe para o tráfico de escravos.

A viagem rumo ao oeste foi difícil, repleta de doenças, e a expedição enfrentou a seca e os ataques tanto de animais quanto de tribos hostis. 

Ele finalmente alcançou o Atlântico em 1854 e, de lá, poderia ter viajado de volta à Inglaterra. 

Contudo, havia mais explorações a fazer. Seria possível navegar por todo o rio Zambeze até o oceano Indico? 

Ele se aventurou mais uma vez, desta vez indo para o leste, e alcançou a costa em 1856.

Dali, ele viajou para a Inglaterra, recebendo as honrarias de herói. 

A exploração de territórios não mapeados era uma coisa altamente valorizada naqueles dias. 

Um explorador como Livingstone seria tão aclamado pelas pessoas naquela época do mesmo modo que acontecerá com o primeiro astronauta a pisar em Marte. 

Livingstone não apenas estabelecia uma nova geografia, mas fazia isso por diversas e nobres razões: o trabalho missionário, o comércio e a erradicação da escravidão. 

O relato de suas jornadas foi transcrito no livro Viagens missionárias, escrito em 1857 e que, na época, se tornou um best-seller.

Livingstone voltou à África no ano seguinte, sem estar vinculado à SML. 

Embora ele afirmasse que ainda era missionário, foi para lá como agente do governo britânico. 

Porém, essa expedição foi desastrosa. 

Descobriu-se que as corredeiras do rio Zambeze não poderiam ser atravessadas de navio. 

Não foi possível encontrar rotas alternativas. 

As esperanças de encontrar uma passagem pelo interior da África malograram. 

Enquanto isso, Mary Livingstone tornou-se um empecilho. 

A fama de David e a insegurança de Mary levaram-na a beber. 
Depois de David ter partido para a África, ela não foi bem tratada. 

Ela se lançou em uma viagem desesperada para ir ter com ele, mas, pouco depois de se encontrar com seu marido, morreu.

Após cancelar a expedição, Livingstone retornou para a Inglaterra em 1864. 

Dessa vez, foi um fiasco, a notícia de ontem recebera apenas a honra educada que se presta a uma relíquia. 

Ele resolveu partir mais uma vez, por conta própria, para seu amado continente. Procurava a nascente do rio Nilo. 

No processo de busca, descobriu vários lagos interiores.

Os anos se passaram sem que se tivesse qualquer notícia dele. Algumas, mas poucas, expedições foram até lá para tentar encontrá-lo. 

A mais famosa dessas expedições levou o repórter Henry M. Stanley, do jornal New York Herald, até lá em 1871. 
Conseguiram finalmente encontrar Livingstone em Ujiji, no lago Tanganica, quando o repórter fez uma declaração breve, que ficou famosa: “Dr. 

Livingstone, eu presumo”. 

O repórter não foi capaz de convencê-lo a voltar para casa. (Stanley se tornou missionário na África mais tarde.)

Livingstone morreu em 1873. 


Foi encontrado de joelhos em uma caba-na primitiva. Seu coração foi enterrado em sua terra de adoção, e seu corpo voltou para a Inglaterra. 

Ali, o grande missionário foi honrado ao ser sepultado na abadia de Westminster.

David Livingstone foi uma pessoa de pensamento independente, assim como os personagens mais importantes da história cristã. 

Desafiou as idéias predominantes das missões de sua época, sempre lançando desafios ainda maiores. 

Ele tinha uma visão que combinava o bem-estar espiritual e econômico do povo da África, o que significava caminhar na contramão da mentalidade colonialista de seus contemporâneos. 
O fato é que a obra de Livingstone realmente criou condições para o crescimento do cristianismo. Um século depois de sua morte, a igreja africana expandia-se com muita rapidez.